CAPÍTULO 16 - Memórias De Um Passado Nada Distante

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" Eu estava sozinha na cozinha da tia Claudia preparando um jantar especial para comemorarmos o dia de ação de graças. Com a grande lasanha de brócolis no forno, aguardava os convidados chegarem.

Encarei a janela, revelando o céu ensolarado e quente de Hawkins, algo que nunca ocorrera desde que fiquei aqui. A atmosfera saturada e cheirosa por conta dos botões de macieiras do vizinho davam um ar leve e único ao momento. Suspirei fundo sentindo minha respiração lenta , lembrando que estava de bem comigo mesma.

Nisso, escutei a campainha tocar num eco, e vou correndo atendê-la. Por uma sorte, todos haviam chegado juntos, segurando um sorriso aberto em seu rosto e seus olhos brilhavam para mim. Meu pai, minha mãe, Steve e Eddie estavam em minha frente, vestindo uma roupa extremamente branca, que reluzia ao sol.

- Olá, Mary Ann. - Disse papai. - Você está linda.

- Sejam bem vindos, podem entrar e se sentarem na mesa da cozinha! O jantar está pronto.

- O cheiro está ótimo, Ann! - Mamãe afirmou, me olhando.

Steve piscou para mim e Eddie sorriu. Como que os dois estavam no mesmo lugar sem bater na cara um do outro? Seria a paz do dia de ação de graças?

Eles andaram até a cozinha, onde se sentaram felizes na mesa.

- Fiz tudo pra vocês! - Respondi nervosa. - Fiquem a vontade!

Quando todos estavam sentados, percebi uma cadeira vazia na ponta ao outro lado da minha. Será que faltava alguém?

Eu acho que não. Tentei lembrar e ninguém me veio em mente.

Dei de ombros, fui até a cozinha e com um pano, puxei a lasanha do forno e a coloquei num prato levando até a mesa. Todos me encaravam ansiosos.

- Espero que gostem, segui a risca a receita da vovó. - Ri comigo mesma.

- Aposto que sim, Mary Ann. - Mamãe afirmou. - Muito obrigada por nos convidar e fazer essa comida deliciosa!

Ademais, Steve falou:

- Você é a pessoa mais perfeita de todas, Ann!

- Não sou não! - Neguei, sentindo meu rosto vermelho. - Eu sou um ser humano, como todos vocês. Erro, acerto, erro um pouco mais, mas assim é a vida. Enfim, bom apetite para vocês.

Quando coloquei a comida no centro, não durou muito tempo para todos avançarem na lasanha com suas colheres. Tudo estava sob controle.

- Não vai come-la? - Eddie me perguntou, me vendo sentar e degustar um vinho tinto.

- Eu como depois, obrigada. Quero que experimentem! A reação de vocês é o mais importante! - Respondi eufórica.

- Espera que tenha mais uma no forno! - Papai riu.

- Essa é especial. - Pisquei.

Eu os observava degustar minha comida com deleite, me fazendo ficar empolgada a cada garfada.

No entanto, algo não estava certo. Steve começou a tossir continuamente, como se estivesse se engasgando. Depois, Eddie fez a mesma coisa, seguido por meu pai e minha mãe.

O que estava acontecendo?

- O que você colocou nessa comida, Mary Ann? - Papai engasgou num fio de voz, seu rosto estava esbranquiçado e seus olhos dilatados.

- Eu não coloquei nada! - Exasperei em desespero.

Steve apontou seu indicador pra mim, não parando de tossir, falando como se estivesse com a garganta quase fechando.

𝟏𝟗𝟖𝟔 𝐁𝐚𝐛𝐢𝐞𝐬! - 𝐄𝐝𝐝𝐢𝐞 𝐌𝐮𝐧𝐬𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora