CAPÍTULO 7 - Ameaças.

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Quando dormi naquela noite, por mais que tentava não conseguia. Mesmo com os olhos fechados, sentia e visualizava a sua boca tocando na minha, seus dedos tocando meu corpo. Comecei a me sentir culpada por algo que eu deveria ter parado, mas que no fundo torcia para que acontecesse.

Todo aquela raiva acumulada estava virando uma outra coisa que ainda não conseguia distinguir. Soquei o travesseiro em fúria e afundei minha cara lá, gritando.

Por que o Eddie? Por que cada vez que estava com ele, sentia que minha vida parava de fazer sentido.

Eu precisava esquecer ele. E já sabia o que fazer.

Mas precisava acertar minhas contas com outro alguém.

...

- Chrissy!

A chamei em fúria em meio aos corredores enquanto ela pegava as coisas em seu armário. Chrissy se assustou quando me viu, abaixou a cabeça, abraçou seus livros e saiu a passos largos pelo outro lado, se dispersando entre os alunos.

- Volta aqui, eu quero falar com você! - Falei alterada. - Sua babaquinha covarde!

Andei tentando chegar até ela mas fui impedida quando senti uma mão forte me puxando para trás e me empurrando. Tentei me defender, mas já era tarde, Jason havia me levado ao pequeno armário da limpeza perto de onde estava.

Ligando a luz, vi que o loiro não estava nem um pouco feliz. Seus olhos cinzas me encaravam e seus lábios estavam pressionados em uma linha reta. Meu coração batia forte pelo susto, mas eu não tinha medo algum de Jason. Tentei sair mas o mesmo me trancou com seus braços, me encurralando na parede.

- Me solta, seu otário! - Falei entre dentes.

Nisso, a poucos centímetros do meu rosto, o mesmo me analisou e deu uma risada maléfica, dizendo com uma falsa calma:

- Eu escutei que você chamou minha querida Chrissy de covarde.

- Chamei mesmo. E chamaria de outras coisas ainda se você não estivesse me encurralando.

- Está bravinha porque virou mascote do nosso time? A gente ainda foi generoso! - Debochou. - Imagina a hippie esquisitona ser a líder de torcida? Seria uma piada para nós. Sabe, Mary Ann, eu tentei simpatizar com você mas insistiu em ficar naquele grupo satânico do Eddie Munson.

Agora você me ofendeu, Jason. Dei uma risada irônica em resposta.

- Esse tal grupo satânico que vos fala, Jason, pode ir pro inferno, mas você vai junto. Pelo menos a gente não se esconde por trás de uma vida perfeita.

As narinas do loiro ficaram abertas e seus olhos tremiam para mim.

- Do que merda está falando, sua putinha?

- Pensa que eu não sei que anda traindo a Chrissy? Eu o vi, de madrugada, beijando uma moça de cabelos pretos e a largando em casa como se fosse o homem mais cavalheiro do mundo!

Jason não esperava escutar aquilo, por isso o mesmo pareceu entrar em choque. E nem eu esperava dizer também. A adrenalina falou mais alto. Agora eu tinha que arcar com as consequências.

- Isso... Isso é uma blasfêmia! Por que eu faria isso com a minha Chrissy? - Ele afirmou quase em tom de choro. Jason era um péssimo ator.

- Eu ia me aproximar dela só para contar, mas infelizmente não tenho provas e ela não ia acreditar em mim. Aliás, seria terrível se tivesse. Sua carreira de jogador de basquete ia ruir como um castelinho de areia. Você sabe que é verdade.

Nisso, Jason em um movimento rápido tirou de seu bolso um canivete, e colocou pouquíssimos milímetros em minha garganta. Minha boca ficou seca e minhas pernas começaram a doer, eu estava tendo uma crise de ansiedade.

𝟏𝟗𝟖𝟔 𝐁𝐚𝐛𝐢𝐞𝐬! - 𝐄𝐝𝐝𝐢𝐞 𝐌𝐮𝐧𝐬𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora