CAPÍTULO 17 - Chrissy, acorda!

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— Eddie, o que você está fazendo? São seis e meia da manhã.

Acordei do meu sono de uma hora por conta do som da guitarra do Eddie.

— Dando uma relembrada pra não enferrujar, meu amor. Tenho medo de esquecer. – Disse o mesmo. – Mas, estou te incomodando?

— Não, pode continuar. Eu vou preparar o café da manhã pra nós. Aliás, está arrasando, amor.

Ele já estava a dias treinando o solo de guitarra de uma música que não consigo me recordar. Sei que era do Metallica e recém havia lançado. Ah, e tinha cerca de longos oito minutos. E Eddie queria tocar oito minutos contínuos de guitarra.

Não é impossível, mas é loucura. O metal é um gênero a ser estudado.

Pensando bem, não é tanto levando em consideração a minha paixão por Bohemian Rhapsody. Comecei a escutar quando a descobri no fundo da caixa de fitas do Eddie, e assim, não parei mais. Provavelmente, a fita já está mais gasta do que antes.

Essa música do Queen é o que vem me acalmando de uns dias pra cá. A sensação da calmaria no piano seguido de um crescimento sufocante causado pelos vocais e os instrumentos era insubstituível.

Ela também definia minha vida. Uma maré quieta e em seguida um tsunami. Bohemian Rhapsody possuía um final calmo, e esperava no fundo do coração que minha vida também terminasse dessa forma. Serena, feliz e despreocupada.

...

Eu não conseguia prestar mais atenção na aula. Além das dores fortes de cabeça, meu consciente me sabotava, pensando que ontem o Steve poderia ter me descoberto. Ele olhou no fundo dos meus olhos e entrou em estado de choque. Isso não é normal.

Por uns momentos, cogitei chutar o balde e sinceramente, revelar a todos que eu estava aqui em Hawkins o tempo todo. Mesmo sabendo que eu iria sofrer duras consequências dos meus pais e do Steve, além do restante da família.

Aliás, eles já estavam suspeitando. Principalmente Dustin, que era um rapazinho muito esperto.

Eu percebi isso hoje durante o intervalo quando meu primo foi em direção a mesa onde eu e Max sentávamos e por uma ironia do destino decidiu almoçar conosco.

Ele fez isso só pra bisbilhotar.

— Por que você decidiu vir almoçar com nós justo hoje, Dustin? – Max questionou, com a sobrancelha erguida. – Nunca almoçou um dia comigo.

Dustin estufou o peito e começou a me encarar um tanto incomodado, apertando seus pequenos olhos.

— Eu percebi a maresia um tanto agitada. Quem é você?

— Ela é a Ruby, Ruby Lewis...filha da amiga da minha mãe... Ela é.... Ela é do Canadá. – Diz Max, tentando mentir.

Coitada, ela tá tentando fazer o máximo pra não me entregar.

Dustin concordou, mas ainda não muito convencido, e afirmou pausadamente:

— Interessante. Você está fazendo... novos amigos.

— E isso não deveria ser um problema, certo? A vida é minha e eu faço o que eu quero. – Falou a ruiva, direta como sempre. – Inclusive fazer novos amigos.

Ele concordou, fingindo-se de sonso com um sorriso irônico no rosto.

— O que? Imagina, não é problema algum, Max! Inclusive eu mesmo fiz amigos, como o Eddie, o Jeff e até mesmo o Gareth. Eu estou virando descolado, sabia?

— Usando uma camiseta ridícula e participando de um grupo idiota que joga um jogo de criança. Vocês são muito descolados. – Max afirmou, enfatizando a última frase em tom sarcástico.

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⏰ Última atualização: Sep 06, 2022 ⏰

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𝟏𝟗𝟖𝟔 𝐁𝐚𝐛𝐢𝐞𝐬! - 𝐄𝐝𝐝𝐢𝐞 𝐌𝐮𝐧𝐬𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora