vinte e seis

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-- Você vivia aqui por perto? -- Maraisa perguntou assim que Marília chegou no trailer científico com mais uma amostra de seus espermatozóides.

-- Sim. -- Marília respondeu entregando a amostra para Maraisa.

-- Obrigada. -- Maraisa replicou.

-- Isso é bem constrangedor. Sabe disso, não sabe? -- Marilia perguntou e Maraisa riu, assentindo. -- Tipo, eu gozo em um pote e depois você coloca ali no microscópio e fica analisando ele. Ele fica bem perto da sua boca. Bizarro!

-- Bem, tudo pelo bem da ciência. -- Maraisa disse e Marília assentiu.

-- Acha que a mini hulk me mataria se me visse aqui? -- Marília perguntou, se lamentando em seu interior por ter sentido vontade de beijar Maraisa.

Agora que Maraisa sabia que ela era intersexual não iria querer nada com ela, pensava.

-- No mínimo apanharíamos nós duas. -- Maraisa disse rindo, mas logo suspirou. -- Ela é uma boa pessoa, só está zangada por ter perdido tudo.

-- Eu consigo imaginar como ela se sente. -- Marília disse em um sorriso fraco. -- Sua família está, hm, viva?

-- Minha mãe e avó sim. -- Maraisa respondeu e Marília assentiu. -- E a sua?

-- Sou só eu agora. -- Os olhos castanhos se ergueram do que Maraisa analisava e a fitaram.

-- Sinto muito. -- Maraisa disse, vendo Marília assentir. -- É tão difícil fazer tudo sozinha por aqui... -- Maraisa disse. -- O pior é que, quando estou tendo algum avanço, uma delas chega e tenho que esconder tudo.

-- Acha que, bem, que alguma delas esconderia o segredo? -- Marília perguntou e Maraisa assentiu.

-- Luisa -- Maraisa disse e Marília quase revirou os olhos, mas deveria se comportar. -- Maiara sempre fala pelos cotovelos, acabaria contando sempre que vai à cidade. Deolane não consegue esconder nada de Maiara. Luana é leal à ciência, sentiria a necessidade de te levar para os grandes laboratórios da grande cidade.

-- Que bom que foi justo você que me encontrou então. -- Marília disse e Maraisa parou o que fazia.

-- Você viveu todos esses anos por aí sem jamais ser pega. -- Maraisa disse a fitando minuciosamente. -- Por que se arriscou em começar a roubar nossa comida a essa altura do campeonato? E não diga que foi por fome, porque sei que esse não é toda a verdade.

Marília suspirou e sorriu-lhe fraco.

-- Um dos corpos que vocês queimaram... -- Marília disse limpando a garganta. -- Era do meu pai. -- Maraisa abriu a boca sem reação alguma.

-- E veio atrás de vingança? -- Maraisa perguntou e Marília negou.

-- Vim agradecer. -- Marília disse em um suspiro. -- Todos os dias ver vermes comendo o corpo do seu pai não é algo confortável.

Maraisa ainda a fitava paralisada, sem saber como se expressar.

-- Jamais volte a pensar coisas ruins de você, me entendeu? -- Maraisa disse com veemência e Marília assentiu.

-- Entendi. Vou ficar no trailer e te deixar trabalhar. Com licença. -- Disse e saiu, fazendo Maraisa suspirar apenada. Ela sabia que Marília havia ficado triste.

O último Pênis || [Malila] ADAPTAÇÃO  Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora