vinte e sete

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-- Hey... -- Maraisa disse enquanto entrava no trailer. Havia demorado um pouco, pois teve que guardar e esconder tudo.

-- Veio lavar a louça? -- Marília tentou descontrair, rindo para disfarçar a tensão que lhe atingira.

-- Preciso reforçar que só perdi porque Deolane me chamou e deixei a cobertura no fogo para ir ver o que era.

-- Bons chefs não deveriam queimar a cobertura. -- Marília disse rindo e Camila se jogou no sofá.

-- Não zombe de mim. Eu faço os melhores doces. -- Maraisa disse e Marília assentiu. Um silêncio se instaurou por alguns minutos até Maraisa voltar a se pronunciar: -- Ficou triste ao mencionar seu pai, não é?

-- É que... -- Marília olhou para as próprias mãos antes de suspirar. -- Nem me lembro como é ter alguém. Levo tanto tempo sozinha que já não sei a sensação de ter alguém que se importe.

-- Eu me importo. -- Maraisa disse rapidamente, fazendo Marília lhe fitar. -- E você não está mais sozinha. Ou pareço um fantasma agora? -- Maraisa brincou, rindo.

-- Está longe de ser um.

-- Então. Tire essa ideia de que está sozinha de sua cabeça. Te adotei, já era. -- Maraisa disse e Marília sorriu.

-- Me adotou? -- Marília perguntou arqueando uma sobrancelha.

-- Sim. Não dá para voltar atrás. -- Ela disse. -- Quem iria apostar as coisas comigo?

-- Me adotou tipo como mãe? -- Marília perguntou rindo. -- Porque se for você pode lavar minhas roupas sempre, fazer minha comida e me pôr para dormir. -- Marília disse, fitando Maraisa antes de levar um tapa fraco em seu braço. -- Era brincadeira. Ouch.

-- Não seja preguiçosa. -- Maraisa disse rindo e Marília assentiu.

-- Sim, senhora. -- Marília disse, vendo Maraisa se levantar e dobrar o corpo para trás, estralando a coluna.

-- Já ficou sentada naqueles bancos duros por horas? É horrível. -- Maraisa disse, indo até suas coisas e pegando algumas roupas. -- Vou tomar um banho para relaxar.

-- Eu posso fazer uma massagem se quiser. Sou muito boa nisso. -- Marília disse. -- Minha mãe, antes de morrer, costumava ter muitas dores nas costas e eu a ajudava nisso.

-- Não se incomodaria com isso? -- Maraisa perguntou e Marília negou. -- Bem, vou tomar um banho antes, pode ser?

-- Pode. -- Marília disse, vendo Maraisa sumir de vista. Ela sorriu sabendo que ajudaria Maraisa e olhou em volta. Aquele pequeno trailer estava começando a aparecer um lar para ela e, pela primeira vez em anos, alguém a aceitava como ela era e gostava de sua presença.

O último Pênis || [Malila] ADAPTAÇÃO  Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora