Eddie
Faz quase uns cinco minutos que eu me encontro em pé parecendo um espantalho de jaqueta de couro com uma dúvida se devo ou não me aproximar de Max e falar alguma coisa.
O resto do pessoal está arrumando a bagunça que a sala da Srta. Kelley se tornou. E Max está sentada na calçada da entrada de Hawkins High School fungando e encarando seus dedos, talvez tentando digerir que possivelmente irá morrer amanhã.
— Você pode pegar um resfriado, ruivinha — Eu alerto-a me sentando do seu lado na calçada e expirando fundo.
— Ah, oi Eddie... — ela percebe a minha presença e tira uma mecha de cabelo solto do seu rosto com a mão. Céus, a garota parece desolada e por mais que eu não seja muito próximo dela, meu coração se aperta terrivelmente. Max vive bem próximo à minha casa, mas é como se houvesse um oceano de distância, nunca conversei muito com a garota ruiva e por algum motivo sinto que poderia ter feito isso. Ela parece ter uma áurea de bravura e coragem no seu olhar que sustenta até os corações mais quebrados. Eu suspiro longamente antes de contar justamente isso.
— Sabe... Você é muito corajosa — falo encarando seu rosto e ela bufa ao escutar isso, negando veemente com a cabeça. — Sério, eu não saberia o que fazer se estivesse no seu lugar — reforço a minha fala para ela sentir veracidade nas palavras — Provavelmente saber que eu iria morrer me faria morrer na mesma hora, sabe, não adiantaria muito. — Ela dá um pequeno sorriso com a minha brincadeira. Se o engomadinho do Harrington estivesse escutando isso ele provavelmente me puxaria pelos cabelos e gritaria comigo por tocar no assunto da morte, mas às vezes eu esqueço de ter limites e minha boca trabalha mais rápido que meu cérebro e quando vejo já fiz besteira.
Sobre nós, brota um silêncio confuso, ao meu lado ainda ouço Max fungar. Então ela abre a boca como se quisesse falar algo, mas ela fecha novamente e depois de novo a abre. Eu lhe encorajo a falar o que quer que ela queira me dizer. Então depois de parecer ponderar se falaria ou não, Max começa com a voz esmagada e fanha por conta do choro silencioso.
— E-eu... Eu o achava um péssimo irmão... — ela afirma e penso que ela deve se referir à Billy Hargrove, o seu irmão. Assinto um pouco vago, mas é o suficiente para ela continuar — A-a gente se... a gente se odiava — ela bufa tristonha — E-e então, quando a gente descobriu sobre o Devorador de Mentes, s-sobre o Billy está em perigo... — ela discorre com a voz lastimosa, mais lágrimas saem dos seus olhos. — Eu lembro dele dizendo que não era a sua culpa, na sauna, quando nos encontramos com ele, estava chorando, chorando muito Eddie... — mais lágrimas começam a descer, quase que imperceptivelmente. Leva algum tempo para ela se recuperar, respirando fundo e fechando os olhos fortemente para cessar o choro, ela continua:
—... Ele pediu para eu acreditar nas suas palavras, mas eu... e-u não disse nada... Talvez se eu tivesse acreditado, dito alguma coisa ou sei lá... tentado mais, ele poderia estar aqui... Talvez se eu não tivesse ficado parada na porra daquele chão olhando meu irmão ser... ser m-morto por aquele monstro infeliz... Talvez se-
— Max... — Eu a interrompo, colocando minha mão em seu ombro. — Não foi sua culpa. — Eu afirmo prontamente, colocando toda minha verdade, toda confiança que posso passar nessas palavras. E eu sei que não foi sua culpa. Soube um pouco antes da verdadeira história de Billy, Dustin me contou enquanto estávamos fugindo. fico pensando muito no que dizer depois disso, pois eu sei como ela se sente, e quero demonstrar a ela que mesmo que tudo não volte a ser como era antes, ela consegue. De alguma forma eu começo um assunto extremamente pessoal que nunca contei a ninguém, mas sinto que posso confiá-lo a garota ruivinha ao meu lado:
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma dupla caótica (Steddie)
FanficSteve Harrington só queria manter seu emprego na videolocadora Family Video, melhorar sua vida amorosa degradante e ser a peça cáustica terrivelmente pertinaz na vida de Robin e de Henderson. Ele não esperava ter que lidar com a busca por um possív...