Capítulo 52. O aniversário de Márcia.

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De manhã cedo eu fui ao salão de beleza. A mulher corta meu cabelo de um jeito melhor e eu também peço para pintar de preto.
Um policial fica lendo um jornal enquanto espera.

Depois eu e o policial chegamos no condomínio 21.
Eu chego em casa e ninguém está na sala.
Apareço na cozinha. Meu pai se engasga com o café. Minha mãe levanta dá cadeira. Márcia fica se aproximando de mim. Paulo senta na cadeira que minha mãe estava.

- O que você fez com o seu cabelo? - Márcia diz com as mãos em meu cabelo.

- Mudei. - Digo me afastando dela.

Meu pai para de tossir, mas, está com o rosto vermelho.

- Minha filha... - Minha mãe diz se aproximando de mim. - Você veio de uma família de ruivos. Pintar seu cabelo é como se não quisesse fazer parte dá nossa família.

- Mãe, não exagera. - Eu digo. - Eu só quis mudar. Nunca pintei o cabelo, queria saber como é.

Minto essa parte de queria saber como é. Só não quero mais me parecer com a minha irmã.

- Eu gostei do corte, e o cabelo está bonito. Mas, ser ruiva veio desde sempre. - Meu pai diz. - Prometo tentar me acostumar, minha filha.

- Obrigada, pai. - Eu digo.

- Isso não tem nada a ver com a sua irmã, tem? - Márcia diz.

- O quê? - Digo assustada.

- Gabriela, você se parece com a Ana. Talvez isso te incomode. - Márcia diz.

- Toma conta dá sua vida, Márcia! - Eu digo pegando a garrafa de café.

- Eu gostei. - Paulo diz.

- Bom... Hoje é o meu aniversário, então elogios tem que ser pra mim. - Márcia diz. - Quem sabe eu pinte o cabelo.

Tinha até esquecido a data do aniversário dela. Na verdade não sou muito boa com datas.

- Parabéns. - Eu digo e pego um copo no armário.

- Obrigada. - Márcia diz. - Eu sei que Ana ficaria feliz se eu comemorasse. Então vou comemorar, mas, algo só entre a gente e alguns amigos do meu trabalho. Se estiver tudo bem para vocês família Tourinho.

Eu acho ridículo. Ana nem foi enterrada ainda. Mas, Márcia faz o que quiser.

- Por mim tudo bem. - Meu pai diz. - Essa casa está precisando de um momento feliz.

- Eu não não vou conseguir comemorar. Mas, sei que você merece. - Minha mãe diz. - Posso ficar no seu quarto?

- Só se não ficar chorando. - Márcia diz. - Deixa Ana descansar, Anne. Eu acho que quanto mais ficarmos mal, ela não fica em paz.

- A gente quer ficar bem, Márcia. - Eu digo. - Mas, não é fácil. Eu vou ficar um pouco na sua festa e depois vou para o quarto de Beatriz.

- Eu compreendo e respeito. - Márcia diz.

- Eu acho nada a ver isso. - Paulo diz. - Uma coisa é os vizinhos fazerem algo. Outra coisa somos nós que éramos muito próximos dá Ana fazermos uma festa. Não deu nem um ano que Ana se foi.

- Então não vá querido. - Márcia diz. - Eu farei essa festa. Se tranque em algum lugar ou saia de casa, eu não me importo.

- Eu vou é trabalhar, com licença. - Paulo diz.

- Ainda tem isso, quando será essa festa? - Eu digo. - Você chega a noite.

- Será quando eu chegar. - Márcia diz. - Os convidados podem vim antes. Eu tomo um banho e apareço. Não precisa ser uma festa até de manhã como você costuma gostar, Gabriela.

Se houver um crime... Eu não sou o culpado!Onde histórias criam vida. Descubra agora