Surto.
Pânico.
Medo.
O mais profundo desespero.
— Bia, te aquieta. Vai dar bom – Ella tentava tranquilizar a amiga que ia de um lado para outro do quarto. – Agora me deixa terminar de ajeitar o seu cabelo.
— Eu quero que eles tenham uma boa impressão de mim. O Rafa é sempre tão gentil e ele foi super legal com meus irmãos. Eu quero que eles gostem de mim também – Bia se sentou e se permitiu relaxar enquanto Ella mexia em seu cabelo.
— Só não se sinta tão pressionada. Se eles não gostarem de você, o problema está com eles, não em você. Você é única e perfeita.
— Eu te amo.
— Eu também te amo, minha princesa. Agora olha pra mim, quero ver o resultado final. – Bia se levantou e rodou. – Como eu disse: perfeita.
— Bia? – Marcela entrou no quarto depois de bater na porta. – Uau. Bem que você podia se arrumar assim quando a família sai. Você sempre usa as mesmas roupas que até esqueci que você tinha esse conjunto.
— Cala a boca.
— Também te amo. Você já tá pronta?
— Sim, já vou descer – Marcela fechou a porta do quarto e Bia abraçou Ella. – Eu não te mereço.
— Sei disso. Agora vai lá e aproveite.
— Sim, senhora.
Bia seguiu para a casa de frente para sua e apertou a campainha. Uma mulher alta e bela a atendeu.
— Ah, você deve ser a Beatriz! Eu estava ansiosa para conhecê-la.
— B-Boa noite, senhora.
— Me chame de Carla. Acho que não sou tão velha pra ser chamada de senhora.
— Ah, sim. Claro.
— Vamos, entre. Sinta-se bem vinda.
A casa de Rafa, por mais que aparentava ter o mesmo tamanho que a de Bia, tinha um ar diferente. A casa de Bia era aconchegante, um tanto barulhenta e cheia. Talvez, por na casa de Rafa ser apenas ele e os pais, parecia bem mais vazia e silenciosa. Mas ainda era bem bonita. Eles adotaram um estilo mais moderno e o branco, cinza e preto se sobressaiam mais que as outras cores.
— Bia, você chegou! – Rafael teria lhe dado um abraço se não estivesse com as mãos ocupadas pela janta que colocava sobre a mesa.
— Oi, Beatriz. Pode me chamar de Gustavo – o senhor Gineses estendeu a sua mão e Bia a apertou com firmeza.
— Por favor, me chamem de Bia. Eu estou acostumada a isso – ela sentiu o sangue subindo para o seu rosto. Se acalma, se acalma. Ella costuma ter sempre razão.
— Oi – Rafael a abraçou. Ele cheirava a lasanha de frango. – Você, você está maravilhosa – e o olhar dos dois se encontraram pelo que parecia uma eternidade. O coração começou a bater mais rápidos e as palavras sumiram da língua. Bia começou a sentir algo dentro de si, algo diferente do que estava acostumada. Isso estava certo?
— Vamos? Estou morta de fome! – Carla interrompeu o que quer que estivesse acontecendo entre os dois. – Estou ansiosa pra provar. Rafa insistiu para fazer tudo. Acho que ele está tentando te conquistar pelo estômago – Bia riu e controlou sua vontade de falar sobre as Borboletas de Cristais, que atraiam suas parceiras com comida também.
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Sem Química Alguma
RomanceEla era amante da fantasia, do romance (mesmo escondendo), de ficar em casa assistindo anime e sonhar com o impossível. Ele era pé no chão, gostava de ação, rock e festas de fim de semana. Ela amava história geral (não do Brasil), geografia (não a p...