— É muito bom finalmente te conhecer, Rafa! – A senhora Cardoso de Oliveira levava Rafa e Bia para a festa de Ella. – Alguém que consiga tirar a Bia de casa é especial.
— Dê os créditos à Ella – Rafa e a mãe de Bia iam conversando animadamente. Grande parte do assunto era esporte. Bia de vez em quando comentava algo, mas sua atenção era voltada para o lado de fora, o qual havia todo tipo de borboletas: brancas, azuis, cristalinas, negras, de veludo...
— Chagamos! Divirtam-se! – Rafa e Bia agradeceram e desceram do carro. Dava para ouvir a música do lado de fora. Bia inspirou e expirou. Ela odiava festas.
— Vai ficar tudo bem – Rafa disse segurando sua mão. Chegando perto do seu ouvido, sussurrou: – Nós vamos nos divertir.
E Bia se agarrou àquelas palavras.
●
— Bia! Rafael! Vocês vieram mesmo! – Ella estava radiante em seu lindo vestido azul cinderella.
— Bem, você não me deixou muita opção.
— Deixa de ser boba e me dá um abraço – Ella cheirava a lavanda. – Eu tinha alguém pra te apresentar, mas ele sumiu. Ah, deixa quieto. Quando eu achar ele eu te mostro. Tem salgadinhos e doces à vontade!
Rafa e Bia deixaram que Ella cumprimentasse as outras pessoas e foram caçar um canto pra ficarem.
— Ok... O que você faz em festas para se divertir, Rafa?
— Eu costumo comer pra caramba, conversar com pessoas e dançar.
— Conversar? Sério?
— Conversar pode ser muito divertido.
— Então você chega em uma tia aleatória e pergunta sobre o clima? Acho que hoje está meio nublado, meu senhor!
— Agora eu virei britânico?
— Não se esqueça de pegar chá na cozinha. Sempre é hora para um chá.
— Puts – Bia sorriu ao ouvir a risada de Rafa. – Não! Eu chego em alguém, me apresento, pergunto qual é a relação da pessoa com o dono ou dona da festa e a conversa flui.
— Não pode ser tão simples.
— Você quer tentar?
— Não! Não mesmo! – Mas Rafa já estava olhando ao redor a procura de alguém.
— O que você acha... daquele ali? – Disse apontando para um menino que devia ter, no máximo, 11 anos.
— Aquela criança?
— Ou você prefere alguém mais velho? – Bia olhou para a criança e depois para a figura indefinida atrás dela. "Você realmente acha que consegue?", era fácil de entender o que ela dizia. Bia era fraca, tímida demais para falar com uma simples criança. Por que ela faria algo que definitivamente não vai dar certo? Mas ela olhou para Rafa e resolveu acreditar que, talvez, não seria tão má ideia tentar...
— O que eu ganho com isso?
— Então você está cogitando?
— Não sei o porquê, mas me bateu uma onda de coragem agora.
— Se você conseguir sustentar uma conversa por três minutos, e, ressalto, conversa, não monólogo, eu te compro o Box de O Castelo Animado. Aproveite a chance pois ele está com uma promoção imperdível na Amazon.
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Sem Química Alguma
RomanceEla era amante da fantasia, do romance (mesmo escondendo), de ficar em casa assistindo anime e sonhar com o impossível. Ele era pé no chão, gostava de ação, rock e festas de fim de semana. Ela amava história geral (não do Brasil), geografia (não a p...