Dia 3

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     Bia acordou muito bem naquela manhã de quinta feira. O sol raiava, as fênix dançavam pelo céu e tudo parecia tão vivo e feliz. Ela colocou pra tocar "Em Outro Mundo", sua playlist favorita, enquanto ia para a lanchonete. "Stranger Things", do Kygo, dominou seus ouvidos.

     Vocês devem estar se perguntando porque Bia se mostrava tão feliz. Simples. Ela era uma namorada que namorava. Todo mundo sabe que, se a pessoa que você está namorando te chama pra conhecer seus pais, é certo que realmente estão namorando. E isso mexia com a Bia, de uma maneira positiva.

     Ela comprou um snikers, um pedaço de bolo de cenoura e uma torta de frango com catupiry. E no meio do caminho ela parou. Por que diabos ela havia comprado o salgado favorito dele?

     Rafa também estava feliz, mas não sabia porque. Quando ele viu Bia se dirigindo a ele naquela manhã, algo que ele não entendia mexeu dentro dele. 

     — Toma! – Bia estendeu o pacote para ele.

     — O que é isso? – Ela foi ficando mais tímida.

     — Eu não sei porque eu comprei. Não sou fã de salgados...

     Rafa ficou vermelho feito um tomate, mas agradeceu. Seu coração batia mais rápido, por acaso aquilo era um ataque cardíaco?

     — Mano!! E pensar que um dia eu veria o Rafael corar! – Gabbi chegou rindo por trás dele.

     — Isso é hilário – Rafa estava recuperando sua cor natural.

     — Mas eu tava pensando numa coisa... Vocês não tem muita química, né? – Rafa e Bia se encararam sem entender. – Digo, vocês são tão diferentes, aposto que não tem nem um assunto pra conversar.

     — Onde você quer chegar, Gabriela?

     — Nada. É só que é tão estranho. Até poucos dias a trás você estava pouco se lixando pra coisas como namorar, amar e tals. E, do nada, você aparece com a Bia. Tipo, "a" Bia. Vocês já tinham conversado antes? – Bia se encolheu ao ouvir seu nome e Rafael fechou a cara.

     — Gabbi – sua voz estava séria, mas ela o cortou.

     — Ok, vamos fazer o jogo das 5 perguntas!! Se tiverem algo em comum, eu calo a boca. Pode ser?

Gabbi: Muito obrigada a todos os presentes! É um grande prazer estar aqui com o Rafael Gineses e a Beatriz Cardoso de Oliveira

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Gabbi: Muito obrigada a todos os presentes! É um grande prazer estar aqui com o Rafael Gineses e a Beatriz Cardoso de Oliveira. Por favor, digam oi para a plateia!

Rafa: Gabriela, o que raios você está fazendo?

Gabbi: Apenas entra no jogo.

Bia: Oi...

*aplausos*

Gabbi: O jogo é simples. Farei 5 perguntas sugeridas pela nossa adorável plateia. Toda vez que surgir uma resposta em comum, vocês ganham 20 pontos. Se suas respostas divergirem só um pouco, serão 10 pontos. Mas se não forem nada similares, serão 20 pontos para mim. QUE OS JOGOS COMECEM!!

*aplausos*

Gabbi: Primeira pergunta, bem boba, por Anna Faria. O que vocês gostam de fazer nas horas vagas?

Bia: Ler.

Rafa: Sair com meus amigos.

Bia: ...

Rafa: ...

Plateia: ...

Gabbi: 20 pontos para mim!!

*aplausos*

Gabbi: Próxima pergunta. Essa também é simples, feita por minha xará, Gabriela Pedrosa. Animal de estimação favorito.

Bia: Gato.

Rafa: Cachorro.

Gabbi: Isso é maravilhoso!!

*uma pausa, pois a apresentadora se engasgou com sua risada*

Gabbi: Peço perdão ao público, mas estamos de volta! Mais 20 pontos para mim! Próxima pergunta, muito profunda, por Laís Môia. Qual a sua cosmovisão da vida?

Rafa: Mas que raios de pergunta é essa?

Gabbi: Apenas responda.

Bia: O mundo real é uma merda.

*toda a plateia encarou a Bia*

Gabbi: Continue.

Bia: A-As pessoas vivem em ciclos viciosos. Acordar, comer, fazer algo produtivo para não ficar para trás. Estudar para passar na faculdade, para depois um estágio, e então um emprego, doutorado, mestrado, e quando você percebe, morreu de estresse aos 50 anos de idade, sem realmente ter vivido a vida. O mundo te obriga a ir mais rápido,  ser alguém na vida,  trabalhar até a morte. Pois se você não fizer isso, você não consegue pagar suas contas. Você não consegue mais colocar comida na mesa. E então, às vezes, você percebe que não consegue cuidar de seus filhos, que não consegue sustentá-los, e se vê obrigado a dá-los para outra família. O mundo real é uma merda.

Gabbi: ... Acho que isso ficou pessoal demais...

Plateia: ...

Rafa: ... Eu, eu achei que tinha dito que morava lá desde que nasceu.

Bia: Eu menti.

Rafa: Você quer conversar sobre isso?

Bia: Na verdade, não. Eu não quero.

*Rafa a abraça*

Gabbi: Er, devido a alguns problemas particulares, a transmissão será encerrada.

Gabbi: Er, devido a alguns problemas particulares, a transmissão será encerrada

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     — Bia, desculpa! Eu não quis que... – Gabbi procurava palavras.

     — Tudo bem, eu é que peço desculpas. Acabei tornando a brincadeira em algo sério. Eu não sei o que está acontecendo comigo esses dias. Eu... – A plateia sem rosto olhava para eles, e, mais uma vez, Bia se sentiu ansiosa por causa dos olhares. Só que, dessa vez, ela não podia fugir, já que o professor deu início a aula.


Adicionei o link da playlist favorita da Bia 💜

Sem Química AlgumaOnde histórias criam vida. Descubra agora