Dia 6.7

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     — Eu não irei me casar com ela mãe!

     — Não é você quem decide isso.

     — Já estou apaixonado por outra!

     — A filha estranha deles? Não mesmo!

     — Mas é com ela que me casarei! Eu a amo.

     — Como pode amá-la se faz apenas uma semana que a conhece?

     — Eu também não sei explicar, mas é algo que sinto e sei. É com ela que quero passar todos os dias da minha vida.

     — Isso é estupidez. Você não pode saber o que é o amor, isso é só hormônios. Com o tempo verá que tenho razão. O casamento está marcado.

     — Vamos fugir! – Rafa estava na biblioteca de Bia.

     — Você vai carregar os meus livros?

     — ... Vou?

     — Vou pegar a minha mala.

     Os dois fugiram durante a hora mágica. Foram a cavalo, atravessando as florestas e incontáveis rios. Mas veja, outra coisa estranha aconteceu. Quando passaram pela última floresta, eles se depararam com o mundo atual, suas imensas cidades poluídas com carbono e com barulhos e luzes intensas. Não tão tecnológica e bonita como a dos aliens. Como será que foram parar lá?

     — Olha, mamãe, a fantasia deles!

     — Devem estar indo para uma apresentação...

     Beatrice e Rafallion III estavam estáticos, surpresos, abismados e embasbacados.

     — Eu estou com medo de perguntar o que aconteceu, mas sempre que eu estou com você, Rafa, algo desse nível acontece.

     — Acho que vamos ter que nos virar.

     E a vida seguiu em frente. Não foram tão ruins no início. Talvez passar uma semana com aliens o ajudaram. Bia se virou com seus conhecimentos, escreveu um livro e ficou tão famosa e rica como uma tal de J. K. Rowling (quem quer que seja). Rafa foi um talento encontrado e entrou para um grande time de basquete. Eles se casaram com a mais belas das cerimônias e adotaram um gato, um cachorro e duas crianças. Assim, eles viveram felizes para sempre... Ao menos era o que gostaria de dizer.

     Da mesma forma que a história de uma vida continua até o dia de sua morte, sinto em informar que um se foi antes e a outra afundou-se na depressão. Alguns morrem de velhice, outros por doenças, mas tem vezes que a sorte desiste e um acidente acontece. Rafallion se foi. E Beatrice nada pôde fazer. Deste modo, só há uma coisa a dizer:

     — BIA! ACORDA! – João sacudia Bia. – O almoço está pronto. Mamãe está mandando você descer.

     Bia acordou atordoada e totalmente confusa. Aquilo foi de longe um sonho super bizarro, que trouxe confusão à sua cabeça e um aperto ao coração. Ela olhou para a janela. Era um domingo chuvoso. Estava lendo "Amor, Viagens e Dimensões!". Talvez o sonho tivesse algum fundamento. Ela se levantou e foi comer, jogando o sonho para o abismo do esquecimento.

Sem Química AlgumaOnde histórias criam vida. Descubra agora