— Eu não irei me casar com ela mãe!
— Não é você quem decide isso.
— Já estou apaixonado por outra!
— A filha estranha deles? Não mesmo!
— Mas é com ela que me casarei! Eu a amo.
— Como pode amá-la se faz apenas uma semana que a conhece?
— Eu também não sei explicar, mas é algo que sinto e sei. É com ela que quero passar todos os dias da minha vida.
— Isso é estupidez. Você não pode saber o que é o amor, isso é só hormônios. Com o tempo verá que tenho razão. O casamento está marcado.
●
— Vamos fugir! – Rafa estava na biblioteca de Bia.
— Você vai carregar os meus livros?
— ... Vou?
— Vou pegar a minha mala.
Os dois fugiram durante a hora mágica. Foram a cavalo, atravessando as florestas e incontáveis rios. Mas veja, outra coisa estranha aconteceu. Quando passaram pela última floresta, eles se depararam com o mundo atual, suas imensas cidades poluídas com carbono e com barulhos e luzes intensas. Não tão tecnológica e bonita como a dos aliens. Como será que foram parar lá?
— Olha, mamãe, a fantasia deles!
— Devem estar indo para uma apresentação...
Beatrice e Rafallion III estavam estáticos, surpresos, abismados e embasbacados.
— Eu estou com medo de perguntar o que aconteceu, mas sempre que eu estou com você, Rafa, algo desse nível acontece.
— Acho que vamos ter que nos virar.
E a vida seguiu em frente. Não foram tão ruins no início. Talvez passar uma semana com aliens o ajudaram. Bia se virou com seus conhecimentos, escreveu um livro e ficou tão famosa e rica como uma tal de J. K. Rowling (quem quer que seja). Rafa foi um talento encontrado e entrou para um grande time de basquete. Eles se casaram com a mais belas das cerimônias e adotaram um gato, um cachorro e duas crianças. Assim, eles viveram felizes para sempre... Ao menos era o que gostaria de dizer.
Da mesma forma que a história de uma vida continua até o dia de sua morte, sinto em informar que um se foi antes e a outra afundou-se na depressão. Alguns morrem de velhice, outros por doenças, mas tem vezes que a sorte desiste e um acidente acontece. Rafallion se foi. E Beatrice nada pôde fazer. Deste modo, só há uma coisa a dizer:
— BIA! ACORDA! – João sacudia Bia. – O almoço está pronto. Mamãe está mandando você descer.
Bia acordou atordoada e totalmente confusa. Aquilo foi de longe um sonho super bizarro, que trouxe confusão à sua cabeça e um aperto ao coração. Ela olhou para a janela. Era um domingo chuvoso. Estava lendo "Amor, Viagens e Dimensões!". Talvez o sonho tivesse algum fundamento. Ela se levantou e foi comer, jogando o sonho para o abismo do esquecimento.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sem Química Alguma
RomansaEla era amante da fantasia, do romance (mesmo escondendo), de ficar em casa assistindo anime e sonhar com o impossível. Ele era pé no chão, gostava de ação, rock e festas de fim de semana. Ela amava história geral (não do Brasil), geografia (não a p...