Um caminho inconveniente

Capítulo 37: Uma Horcrux Acidental

Severus descobre pela manhã que Harry e todas as crianças Weasley foram retiradas da escola. Ele está irritado porque Dumbledore não o consultou antes de tirar Harry do terreno – Dumbledore agora sabe que Severus praticamente adotou a criança – mas ele suprime a irritação. Presumivelmente, era mais importante tirá-los todos de Hogwarts antes que Umbridge pudesse perguntar por que essas crianças estão recebendo dispensa especial e começar a perguntar muito sobre as atividades de seu pai.

Antes das aulas começarem na quinta-feira de manhã, Severus verifica Harry em Grimmauld Place. Dobby atende a ligação de Flu e vai buscar Harry.

Quando Harry entra na sala, ele parece exausto. Há círculos escuros sob seus olhos e seu cabelo está muito mais bagunçado do que o normal.

"Como você está indo?" Severus pergunta ansioso. "Tenho que dar aulas hoje e amanhã, mas estarei lá assim que puder."

"Estou bem", diz Harry. "O Sr. Weasley vai ficar bem. Podemos ir vê-lo mais tarde. Acabamos de terminar o café da manhã e todos estão de bom humor. Vamos tentar tirar uma soneca."

"Você está sozinho?" Severo pergunta.

Harry olha ao redor da sala, então assente.

"Dumbledore deu a alguém uma explicação de como Arthur foi encontrado?"

"Não que eu saiba. Todo mundo sabe que Dumbledore tem seus jeitos, ninguém sequer pensou em especular sobre isso."

"Ainda," Severus acrescenta sombriamente.

"Ron sabe que eu acordei gritando e muito doente na noite passada," Harry concorda, seu rosto caindo. "Ele também sabe que eu tenho visões do que Você-Sabe-Quem está fazendo."

"Você não precisa mentir para seus amigos se eles perguntarem", Severus o assegura. "Mas, por favor, por favor, faça com que eles prometam não dizer nada sobre isso, Dumbledore."

Harry morde o lábio inferior. "Eles confiam e respeitam Dumbledore", diz Harry. "Eu não quero colocá-los nessa posição. Você vai me dizer por que é tão importante esconder isso de Dumbledore?"

"Eu vou," Severus promete. "Agora não. Assim que pudermos garantir que estamos sozinhos."

"Ok," Harry concorda. "Vejo você na sexta-feira?"

"Você irá." Severus acena com a cabeça e termina a ligação.

Severus acha muito difícil se concentrar em suas aulas naquele dia.

Harry e os Weasleys tiram uma soneca refrescante. Harry garante à Sra. Weasley que eles podem ficar em Grimmauld Place pelo tempo que quiserem. Ela o abraça chorando, e ele se agarra a ela por um segundo ou dois a mais do que o necessário.

A visita ao Sr. Weasley em St. Mungus vai bem. Ele está curado de tudo, menos das marcas deixadas pelas presas da cobra, que continham um veneno que mantém as feridas abertas. A história enoja Harry, mas a atitude alegre do Sr. Weasley logo supera até mesmo a náusea de Harry e o sentimento persistente de culpa por ter habitado a mente da cobra quando ela atacou.

São os gêmeos, é claro, que são mais curiosos.

"Então, você vai nos contar o que aconteceu, pai?" Fred pergunta quando o Sr. Weasley terminou de contar a eles sobre seus colegas de quarto na enfermaria do hospital.

"Dumbledore não te contou?" Sr. Weasley pergunta, com ar de surpresa. Harry não sabe dizer se a surpresa foi afetada ou não. "É muito simples - eu tive um dia muito longo, cochilei, fui pego de surpresa e mordido."

"Onde você estava quando aconteceu, pai?" pressiona Jorge.

"Isso é problema meu," diz o Sr. Weasley, embora com um pequeno sorriso. Suas tentativas educadas de mudar de assunto não tiveram sucesso, e a Sra. Weasley sussurra para os gêmeos pararem de falar.