Prólogo

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Luzes coloridas sempre foram os favoritos de Wangji, gostava que sua mãe deixasse todas as noite a pequena caixinha de luz acesa, para ver ela trocando a cor. E sentado no banco de trás da viatura, a única coisa que conseguia pensar, era em como as paredes de sua casa ficam legais com as cores da sirene que brilhava na rua escura enquanto os vizinhos curiosos tentavam descobrir o que havia
acontecido ali.

Lan Wangji tinha seis anos e todos da
vizinhança conhecia o garoto hiperativo que conversava com todos que passavam em frente a sua casa. Ele era alegre, fazia amizade fácil e sua família era incrível, pelo menos visto de fora. Não conseguiam imaginar o porquê da criança ter esfaqueado os pais enquanto dormiam, até a morte.

Abraçado com um sapinho de pelúcia,
Lan Zhan olhava pela janela da viatura as macas saindo de sua casa com os corpos de seus pais e então sorriu. As vozes na sua cabeça estavam gargalhando e dizendo que ele havia sido um bom rapaz. Gostava de ouvir tal elogio.

— Porque a mamãe e o papai morreram?

Eles precisavam.

Sim! Eles eram mal com você.

Você fez um ótimo trabalho.

— Mas a mamãe fazia um bolo de
chocolate muito gostoso.

Mas eles não gostavam de você.

Seu pai te batia lembra?

— Papai nunca me bateu.

Batia sim!

Todos os dias.

Sua mãe também.

— Ei garoto! — A voz do policial se fez
presente dentro da viatura e Lan Zhan levou os olhos até ele, os quais estavam em um coloração avermelhada, fazendo o homem em sua frente se assustar.

Olha só como ele te olha

Seria muito bom sentir o gosto do sangue dele, não acha?

Mata ele!

— Elas querem que eu te mate! —  exclamou com um sorriso assustador nos lábios, fazendo o policial sair da viatura rapidamente e a risada do garoto ecoou pelo carro. — Para onde eu vou?

Eles querem prender você.

Foge!

A porta da viatura foi aberta e Lan Zhan saiu correndo fazendo várias vozes ecoarem pelo local, avisando que ele estava fugindo. Os policiais começaram a correr atrás dele e por ser pequeno, não conseguiu escapar e ao ser pego, suas mãos foram algemadas e novamente levado para dentro do carro, onde as algemas foram presas na porta.

Eles vão te fazer mal!

Você precisa escapar.

Se solta.

Wangji levou os olhos até as algemas e
então começou puxá-las na tentativa de se soltar, mas a única coisa que conseguiu foi machucar seus pulsos e em uma tentativa falha, começou a chutar a porta e ao vê-la se abrir, seus olhos foram em direção ao policial assustado.

Mata ele!

Arranca a garganta dele!

O Lan encarou o policial e então foi em sua direção, mas por estar preso na porta, seus braços foram para trás enquanto tentava puxá-los para pegar o homem em sua frente. Queria matá-lo, sentir seus dentes sobre a pele dele enquanto o sangue escorria sobre sua boca e então seus olhos voltaram a coloração avermelhada.

As pessoas envolta observava a cena
assustados, aquele não era o garoto que
brincava no jardim de sua casa com a
pelúcia de sapo, dizendo que queria ser
um super herói. Estava muito diferente.
Ao sentir a agulha perfurar sua pele, seus olhos foram em direção ao homem de jaleco atrás de si e então seu corpo ficou dormente e seus olhos começaram a se fechar.

Aquele definitivamente não era o mesmo garoto.

— Lan Wangji? — A voz do homem se fez presente no local chamando a atenção do garoto que estava amarrado sobre a cadeira e ao levar os olhos azuis até ele, o encarou. — Que bom que acordou. Quer me contar como está se sentindo?

Se solta e mata ele!

Ele vai te machucar.

Mate-o.

— Elas querem que eu te mate. — Wangji respondeu com um sorriso fazendo seus olhos mudarem novamente de cor, assustando o homem em sua frente.

— Elas? — O psiquiatra perguntou vendo o moreno começar a se debater na cadeira na tentativa de se soltar, mas por estar preso em uma camisa de forças e algumas cordas em volta de seu corpo, o impediu de se soltar. — Quem mandou você me matar?

— As vozes. ― Lan Zhan respondeu voltando a atenção dos olhos até o homem em sua frente, o qual mexeu a cabeça em afirmação e começou a escrever em seu caderno. — Eu quero a minha mãe.

— Sua mãe está morta, você a matou. Se lembra disso? — O psiquiatra perguntou vendo a criança negar com a cabeça voltando a se debater para tentar se soltar.

Ela não era sua mãe.

Aquela mulher era ruim.

Fez bem em mata-la.

Ele está mentindo.

— Está mentindo! — Wangji gritou
encarando o homem com raiva e, se
conseguisse se soltar, mataria ele.

— Então você ouve vozes. — O médico
perguntou fazendo o garoto mexer a
cabeça em afirmação. — E porque matou seus pais? — Ele não respondeu, seus olhos passeavam pelas paredes e hora ou outra ia até o psiquiatra, o qual voltou a escrever em seu caderno.

— Elas mandaram! — O moreno respondeu focando novamente a atenção no médico, o qual prestou concordou. — Eles foram ruins comigo e elas não gostaram. E quando eu as obedeço, dizem que sou um ótimo garoto. Gosto de ouvir isso.

— Você as ouve o tempo todo? — Lan Zhan afirmou com a cabeça tentando mais uma vez de soltar da cadeira, mas foi em vão.

— O que elas estão te dizendo agora?

Mata ele.

— Que eu deveria te matar. — Wanji
respondeu voltando a olhar para um ponto qualquer na parede atrás do médico, o qual suspirou.

Era o primeiro paciente de seis anos que ele diagnosticava com esquizofrenia.

✧・゚: *✧・ Autora Original:
EuAkemiy

Vozes em Minha Cabeça || Wangxian Onde histórias criam vida. Descubra agora