O suor escorria pelo rosto de Wangji
enquanto se mexia sobre a cama, sentindo seu coração acelerado. Estava tendo o mesmo sonho de todas as noite, ele sempre voltava para aquele fatídico dia. No sonho ele via seu eu de seis anos parado ao lado da cama de seus pais com a faca na mão enquanto observava os mais velhos dormirem e então a voz da mulher ecoa em sua mente chamando eu nome e os golpes são desferidos.Era muito raros as noites em que
conseguia dormir sem ter o mesmo
pesadelo e sempre acordava do mesmo
jeito, suando e tremendo enquanto tentava desesperadamente puxar o ar que parecia inexistente naquele momento e ao abrir os olhos, a mesma coisa aconteceu.Seu coração estava tão rápido que parece que a qualquer momento sairia do ligar, suas mãos tremiam tanto e sua visão estava um pouco turva e ao olhar para a escuridão do quarto, viu duas sombras em sua frente o fazendo se assustar começando a procurar o interruptor para acender a luz e assim que achou e o quarto foi iluminado pela lâmpada acesa, ambas as sombras sumiram.
O ar saiu pelos lábios de Lan Zhan o fazendo passar a mão sobre o rosto que estava molhado pelo suor e ao se levantar da cama, foi para o banheiro. Ligou o chuveiro e se sentou em baixo ainda de roupa, deixando a água cair sobre seu corpo enquanto tinha a cabeça debruçada sobre os joelhos.
Você fez o certo em matar eles.
Você foi um bom garoto.
— Cala a boca. — O Lan sussurrou ouvindo as risadas ecoarem em sua mente o fazendo suspirar.
Quando finalmente se sentiu melhor, se
levantou do chão e desligou o chuveiro.
Retirou a roupa molhada e enrolou a
toalha sobre sua cintura indo para o
quarto novamente, percebendo que já era dia e provavelmente havia ficado quase a madrugada toda embaixo do chuveiro.A pequena mala com seus pertences foi
colocada em cima da cama e ao pegar um par de roupas limpas, ouviu dois toques na porta e então ela foi aberta fazendo Wuxian adentrar o quarto. Os olhos negros travaram no peito nu do moreno, para quem ficou a vida toda preso ele era bem bronzeado e seu abdômen era bem definido.Wei Ying balançou a cabeça voltando os olhos para os de Lan Zhan, o qual estava parado olhando para o mais novo em sua frente. Achava o mais novo estranho, arrogante e não havia gostado dele nenhum pouco, mas enquanto seus olhos estavam conectados as vozes haviam sumido de novo e aquele silêncio em sua cabeça era bom demais.
— Precisa de alguma coisa — Wangji
perguntou fazendo o outro desviar o
olhar e mais uma vez as vozes voltarem o fazendo balançar a cabeça.— Café da manhã, é para você descer. — Wei Wuxian respondeu saíndo do quarto antes de ouvir a resposta de Wangji, o qual vestiu a roupa e então desceu, encontrado todos na mesa, o que fazia um sentimento estranho o invadir e querer sair correndo dali.
— Bom dia, querido. Dormiu bem? — Madame Yu perguntou com um sorriso doce fazendo o moreno a olhar com aquele sentimento estranho aumentando dentro de si. Não queria responder, mas ao receber o olhar de Fengmian, mexeu a cabeça em afirmação dando uma resposta para a mulher a qual sorriu.
O silêncio naquela casa estava
ensurdecedor para Wangji, todos haviam saído e estava apenas ele e Wei Ying, o qual havia deixado bem claro que não era para incomodá-lo em seu quarto pelo resto da tarde. Então sentado no sofá da sala olhando para o quadro com uma fotografia logo em sua frente, fazia com que as vozes ficassem cada vez mais agitadas em sua mente, o deixando um tanto confuso com seus pensamentos.Precisava tomar seus remédios para
acalmá-las, mas o único que sabia onde
estava era Wuxian e havia ouvido várias vezes a seguinte frase "Não entre em meu quarto!" Talvez ele não gostasse que invadisse sua privacidade, ou realmente não suportasse o loiro. Mas precisava tomar os remédios, então se levantou indo em direção ao quarto do moreno e com dois toques, abriu a porta.
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Vozes em Minha Cabeça || Wangxian
Fanfiction"Seja obediente, Lan Wangji. Faça sempre o que for mandado." Seus pais lhe ensinaram isso e sempre obedecia tudo que falavam para ele. Até mesmo matá-los por que as vozes em sua cabeça mandaram. Depois de passar doze anos em uma clínica psiquiatra e...