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Rússia narrando

Fazem dois dias desde a cirurgia de emergência do Brasil, e eu não sai do lado da sua cama desde então, eu não consigo e nem quero sair daqui.

Japão chegou as sete da manhã, com duas sacolas enormes.

- Cara, eu te liguei dezesseis vezes e você não atendeu nenhuma! - Reclamava enquanto colocava as sacola sobre o sofá.

- Eu não tenho tempo para ficar olhando meu celular - digo encarando o mais novo.

- Você tá com uma cara péssima, a quanto tempo você não dorme? Um ano? - Começa a tirar roupas da mochila.

- Não, dois dias e meio - olho para Brasil, meu medo era de que quando eu acordasse, ele não estivesse mais vivo.

- Você precisa ir dormir, mas vai tomar um banho antes, vai - ele joga umas roupas em cima de mim - antes que você pergunte, seu pai que me deu elas.

- Mas e o Brasil?

- Eu cuido dele, eu não sou tão irresponsável quanto parece - Pisca para mim, franzo o cenho - Tá, eu sou super irresponsável, eu me distraio super fácil e eu não consigo ficar muito parado, mas eu vou tentar ser o mais responsável possível, ok?

- Eu vou confiar em você, mas se alguma coisa acontecer com ele enquanto eu estiver no banheiro, eu te juro, você vai desejar nunca ter me conhecido - fico em pé ao seu lado.

- Para com isso, irmão - ele ergue o olhar - olha teu tamanho, eu não aguento nem cinco minutos no soco com você - ele se senta.

- Você não aguenta nem trinta segundos no soco comigo - pego a roupa e vou em direção ao banheiro.

- ISSO É MENTIRA! Só porque você tem 2 metros e 14 centímetros você acha que bate em mim? - Me viro para ele.

- Você não tá falando sério, né? Você não tem nem um e setenta, eu piso em você como se fosse uma formiga.

- Pro seu governo, o Brasil também não tem um e setenta, viu, ele tem um e sessenta e oito e é só dois centímetros mais alto que eu - cruza os braços emburrado.

- a diferença, é que eu nunca cogitaria bater no Brasil - me viro novamente - mas eu não vou precisar fazer nada disso, porque você vai ser super responsável e cuidadoso, não vai?

- Vou - ele concorda e tira alguma coisa de uma sacola - E pode confiar, eu não vou deixar o burguês capitalista tentar roubar seu homem de você - ele da uma risadinha.

- Obrigada, meu amigo - dou um sorrisinho forçado enquanto entro no banheiro.

- De nada, irmão, não deixo ninguém estragar meu shipp número um.

[...]

Estava saindo do banho quando escuto uma conversa no quarto. A única voz que eu conseguia escutar direito era do Japão, ele parecia eufórico.

- Japão? Já tá alucinando? - saio do banheiro secando o cabelo.

Paro de solavanco vendo Brasil acordado. Solto a toalha no sofá e vou até a cama, me sentando ao seu lado.

- Meu amor... Você está bem? - pergunto segurando sua mão. Ele faz um sinal de positivo com a cabeça - Tem certeza? Não tem nenhuma dor? Nada?

- Eu tô bem - a voz saía fraca e baixa - e você? - me olha de um jeito estranho - parece cansado, dormiu direito?

- Eu tô bem, não se preocupa - aperto levemente sua mão - você está bem mesmo? Parece tão fraquinho.

- Eu só não estou tão disposto, mas eu tô bem - seus olhos se fecham cansados.

mᥱᥙ ᥙ́ᥣ𝗍іm᥆ ⍴ᥱძіძ᥆ - ᑲrᥲsіᥣOnde histórias criam vida. Descubra agora