X- ᥎᥆ᥴᥱ̂ 𝖿іᥒgᥱ 𝗊ᥙᥱ sᥱ іm⍴᥆r𝗍ᥲ.

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Brasil narrando.

01:30 foi o horário em que me acordei na casa de URSS. Tive alta do hospital dois dias atrás, eu já havia me esquecido de como era o mundo fora daquele quarto branco e sem graça.

Me levanto calmamente da cama e saio do quarto em que estava hospedado, com cuidado vou caminhando até a cozinha para comer alguma coisa.

Pego um pacote de bolacha aleatório e começo comê-la. Agora que estou fora de casa, consigo viver direito e sem medo. Morar na mesma casa que Portugal é aterrorizante, você nunca está livre. Infelizmente, sei que não vou ficar aqui para sempre. É provável que eu fique aqui por mais dois meses. É pouco, muito pouco, mas é o que tenho. Não posso fazer nada sobre isso, a única coisa que posso fazer é aproveitar esse tempo fora de casa.

Saio do meu tranze quando ouço uma voz extremamente forte vindo da porta da cozinha. Meu coração acelera pelo susto.

- Não sabia que estava acordado - olho para frente e vejo Rússia parado.

- É, me acordei agora - mordo uma bolacha - quer?

- Não, não - fala simples e vem em minha direção.

- ham, hum, hé - tento falar alguma coisa enquanto ele se aproxima de mim - você.... Você.... - coloco o pacote sob a bancada atrás de mim - Você não está com frio? - falo a primeira coisa que vem na minha mente. Ele sorri minimamente.

- Não, eu não sinto muito frio - para na minha frente - e você, não está com frio? - apoia o braço direito na bancada.

- Eu? Sim - falo nervoso, fico tímido perto de homem gostoso.

- Pega minha blusa - começa a tirar o moletom.

- Mas você vai ficar sem?

- Como eu disse, não sinto muito frio - me entrega o moletom. Extremeço analisando seu corpo. Minha nossa. Usava uma regata branca, seus braços grandes e musculosos estavam a mostra, o abdômen era marcado sob a blusa colada.

- Éloco mano - comento baixinho, que visão do paraíso - obrigado - agradeço, vestindo a peça de roupa.

Sua blusa ficou umas três vezes maior que eu. Não porque eu sou pequeno, eu não sou. Ele é enorme. Enorme mesmo. Já viu alguém com DOIS metros e catorze? Quando se tem um e sessenta e oito, você vira uma formiga perto dele.

Ele me observa, eu sei exatamente o que está pensando. Ainda não dei uma resposta para ele. Pareço muito babaca, olhando por um lado, mas não faço isso de propósito. Eu não tenho certeza dos meus sentimentos. Eu amo muito o Rússia, muito mesmo. Mas eu também amo muito os Estados Unidos e o Canadá... Não é como se eu pudesse chegar nele e dizer "Tão, tô apaixonado por você, pelo cara que você odeia e pelo irmão dele, vamo desenrolar?"

- Rússia - me arrumo - eu também sou apaixonado por você - seu rosto muda de expressão - mas eu sinto a mesma coisa pelos Estados Unidos e o Canadá - o sorriso que estava dando se desmancha - é como se eu fosse apaixonado por vocês três - respiro fundo - eu não quero fazer nenhum de vocês de bobo, por isso eu peço um tempo pra pensar e colocar a minha cabeça em ordem - olho em seus olhos. Eles me olhavam sem entender nada.

- Você... É apaixonado por mim, pelos Estados Unidos e pelo Canadá? É isso? - parecia tentar entender a situação.
Concordo com a cabeça - ah... Os Estados Unidos?? - Ele pergunta um pouco mais leve - Podia até ser o México, ou sei lá, Austrália, mas o Estados Unidos?? Que mal gosto, ein - franze o cenho. Olha nos meus olhos e, por mais que tentasse parecer despreocupado diante da situação, conseguia ver a insegurança estampada neles. Rússia sempre tentou esconder seus sentimentos, e ele consegue, com os outros, nunca conseguiu escondê-los de mim.

mᥱᥙ ᥙ́ᥣ𝗍іm᥆ ⍴ᥱძіძ᥆ - ᑲrᥲsіᥣOnde histórias criam vida. Descubra agora