Proposta Perigosa | Duskwood

Capítulo: 21

SN COOPER

Às 19:45 da noite, eu já estava na porta do pub esperando pelo Dr. Ulric. Apesar do frio de congelar, permaneci na entrada por mais dez minutos, até que um Mini Cooper azul surgiu e estacionou do outro lado da rua.

O Dr. Ulric atravessou a rua correndo, usando um sobretudo preto, sapatos sociais da mesma cor, uma calça jeans do mesmo tom e um suéter cinza com listras azuis escuras e brancas.

- Perdoe-me, está aqui faz muito tempo? - ele ajeita os óculos.

- Não, vamos entrar. - Caminho à frente, tocando o vidro gélido do estabelecimento.

Ao adentrarmos, o calor nos envolveu e fez com que eu relaxasse um pouco. Escolhi uma mesa longe da janela e do meio dos outros. Era uma mesa de canto, afastada dos olhares de quem quer que fosse entrar e, claro, longe da janela. Perfeito.

Coloquei meu sobretudo na cadeira e me sentei, colocando minha bolsa na cadeira vazia ao meu lado. Como escolhemos uma mesa de canto, me sentei contra a parede, enquanto o Dr. Ulric ficava na outra ponta da pequena mesa.

Ele tirou seu sobretudo e o colocou sobre a cadeira vazia ao seu lado, sinalizando que a cadeira estava ocupada, embora eu duvidasse que alguém quisesse se juntar a nós, já que não havia muita gente no local e as previsões apontavam chuva para aquela noite.

- Muito bem, SN, gostaria de ir direto ao ponto. - Ele esfrega as mãos uma na outra.

- Eu adoraria, Dr. - Limpo a garganta. - Como mencionei, estou investigando o caso de Anne Blossom.

- Com quem?

- O FBI.

Ulric permaneceu em silêncio, com uma expressão de surpresa no rosto. Ele abriu a boca algumas vezes, mas a fechou e, por fim, fez gestos com as mãos.

- Com o FBI? - ele me encara.

- Sim, e eu tenho total autorização para usar todos os recursos necessários para encontrar Anne. Sr. Ulric, preciso que me ajude. Tenho apenas um mês. Anne pode estar viva, perdida e sozinha por aí, com fome e assustada. - Ele começa a massagear a testa, com a cabeça baixa e os cotovelos apoiados na mesa, enquanto nega com a cabeça. - Dr., por favor, sei que não pode dizer muito, mas me diga apenas o que for necessário e importante para que eu encontre Anne. Ela é apenas uma criança de oito anos...

- Não, não, não, NÃO! - Ele apoia ambas as mãos abertas na mesa e me encara. - Você...

Ele fica em silêncio, processando algo. Quase posso ver sua mente trabalhando enquanto ele tenta formular uma resposta.

- Dr., tem algo que você não pode me dizer? - Toquei sua mão.

Ele assente com a cabeça, me olhando com seus olhos preocupados e assustados.

- Isso tem a ver com alguém da família, certo? - Pergunto.

Ele assente novamente.

- Alex... - Ele desvia os olhos dos meus e olha para o chão. - Alex tem falado muito sobre águas... Ele diz que sonha se afogando e vê Anne lá no fundo. Ele diz que ela o puxa para o fundo com ela, e quando ele está prestes a se afogar, ele acorda. - Ele volta a me encarar.