Proposta Perigosa | Duskwood

Capítulo 14

Ao chegar na delegacia de Duskwood, esperei por aproximadamente meia hora, segundo a recepcionista, o delegado estava em reunião e eu teria que esperar.

O que me deixa bem irritada porque eu detesto ter que esperar, apesar de que eu poderia ter ligado bem antes, ou quando cheguei aqui.

Me levantei da cadeira gélida da recepção e caminhei até o bebedouro, onde ao lado há uma cafeteira dessas nespresso. Fiquei surpresa eu confesso. Adicionei um pouco de café em um copo descartável e me direcionei até a recepcionista.

A mesma está escrevendo alguma coisa em alguns blocos coloridos, sua aparência é cansada. Ela tem aproximadamente uns quarenta e oito anos, cabelos encaracolados pintados de vermelho, usa um óculos redondo e batom vermelho. Seu rosto é rechonchudo tanto quanto o seu corpo, e a mesma está suando tanto que está me dando agonia mesmo com o ar-condicionado ligado.

  —   Sobre o que exatamente é a reunião?   —   pergunto tendo consciência de que ela não vai me dizer, e que com certeza ela não sabe do que se trata.

  —   Olha mocinha, isso não cabe a você e muito menos a mim  —   ela diz empurrando seu óculos com o dedo do meio sem fazer contato visual comigo.

  —   Há quanto tempo a senhora trabalha aqui?  —   pergunto puxando assunto a fim de passar o tempo.

  —   Dezesseis anos  —  ela reponde com o rosto enfiando em uma pilha de papéis e ainda anotando em blocos coloridos.

  —   Qual é a dos blocos?  —   ela para batendo a caneta sobre a pilha de papéis, me olhando com uma certa braveza.

  —  Porque você não vai dar um volta enquanto o delegado está em reunião? Liga para os seus amigos, seu namorado, tanto faz  —  ela me encara séria enquanto eu me divirto com a situação.

  —  A senhora tem namorado?  —  seu rosto ganha um rubor enorme, ela está vermelha de raiva tanto quanto seus cabelos e seu batom. Lentamente ela levanta de sua enorme cadeira e bate suas mãos sobre o balcão da delegacia.

  —  Isso não é da sua conta  —  ela olha em meus olhos como se pudesse me fuzilar se tivesse a oportunidade.

—  Aposto dez centavos que você tem uma queda pelo delegado Alan Bloomgate  —  provoco.

  —  Você é muito atrevida  —  ela dá a volta no balcão parando em minha frente. Ela é baixinha e o seu vestido floral a deixa mais baixa ainda.

Escutamos a porta do final do corredor batendo, as vozes grossas e graves ecoando pela a delegacia aumentando cada vez mais que ambos se aproximam. Quando o primeiro homem de olhos claros, cabelos castanhos escuros, braços fortes e pernas grossas devido como quem fizesse academia, a farda muito bem passada e o crachá pendurado em seu pescoço passa, sinto um nervosismo.

Olho para a recepcionista que está eufórica e nervosa ao ver o delegado, ela começa a se abanar com suas mãos gordinhas enquanto respira e inspira profundamente como se estivesse prestes a ter um ataque.

Seguro um sorriso mas acabo fazendo um barulho completamente esquisito como se fosse uma risada nasal, só de olhar para ela nesta situação. Ela me olha e seu rosto está tão vermelho quanto antes.

  —  Você está em um explosão de sentimentos, não sabe se sente raiva de mim ou se admira o delegado  —  falo somente para que ela possa escutar.

  —  Você é ridícula  —  ela me difama e dá a volta para trás do balcão.

Tento me conter mas acabo sorrindo enquanto nego com minha cabeça olhando para o chão, logo vejo dois pares de botas pretas de policial em minha frente. Levanto meu olhar devagar enquanto observo os braços fortes e cruzados à minha frente até pousar em seu rosto. Delegado Alan Bloomgate, ele está me encarando seriamente.