⇝ 𝒅𝒐𝒊𝒔

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Draco não sabia o que ia fazer com Charlene.

Ele não sabia como ia conseguir que ela ficasse de boca fechada, não confiava nela, não confiava em ninguém. Ela o viu matar um dos homens de Harry na noite passada, mas Draco deveria usar a seringa nele, e não Charlene. Ele deveria interrogar os homens de Harry, e em vez disso, ele falou sobre como Draco ainda não tinha o carregamento e Draco deixou sua raiva tomar conta dele. Ele o matou.

Draco bateu sua xícara na mesa, sua mandíbula apertada e seu rosto duro. — Eu quero uma verificação de antecedentes sobre ela.

Por que ele não tinha conseguido um antes? Porque ele não sabia que isso seria um problema.

Mattheo se levantou da mesa, indo fazer a verificação de antecedentes, enquanto Astória e Haven estavam sentados à mesa com ele agora. Blaise deveria ficar de guarda na porta para o caso de Charlene sair.

— Você é um idiota do caralho — Haven retrucou, fazendo-o apertar a arma no bolso de trás. — Por que diabos ela estava acordada tão tarde? Estou te dizendo, Draco, você deveria ter demitido há muito tempo. Eu vejo o jeito que ela olha para você–

— O que, você quer dizer mantém a cabeça baixa o tempo todo? — Astória interveio, tomando outro gole de água. — Eu só a ouvi falar comigo, a menos que ela esteja se desculpando com você. — Ela disse a Draco, seu cabelo em um coque apertado. — Tenho certeza de que trabalhar para você é o suficiente para ela ficar quieta. Ela provavelmente já teme por sua vida, você não precisava prendê-la.

E Draco não sabia disso, mas ele realmente não deveria ter prendido Charlene. Ele não sabia disso agora, ela estava soluçando com as mãos arranhando sua garganta porque tudo parecia que estava desmoronando sobre ela. Ele não sabia que ela estava batendo nas paredes, tentando empurrá-las para longe dela. Charlene sentiu-se sufocada.

Haven zombou. — Eu ainda acho que você é um idiota. Deixando ela ver isso–

Sua arma estava apontada para a cabeça de Haven, seus dedos curvando-se ao redor do gatilho. Claro, ele nunca puxaria isso, mas agora tudo o que ele podia fazer era isso para fazê-la calar a boca. — Haven, se você não calar a boca, eu vou fazer você calar. Você está agindo como se eu quisesse que ela visse.

Haven soltou um suspiro trêmulo, observando enquanto ele arrastou a arma para baixo em seu rosto bonito, seu cabelo castanho claro ainda um pouco bagunçado por ser mais cedo pela manhã. — Eu–eu sinto muito, Draco. Eu não vou dizer isso de novo.

Ele se inclinou para trás em seu assento e colocou a arma bem na frente dele, sua mão ainda segurando-a. — Foi o que eu pensei, porra.

Uma batida soou por toda a sala, Mattheo voltou com alguns papéis na mão. — Realizei a verificação de fundo. — Ele se recostou na mesa. — Ela mora em um pequeno apartamento do outro lado do hospital St. Luis, seu pai tem um problema cardíaco – ele não tem muito tempo de vida. Ela tem um namorado, chamado Max Tolen, ele trabalha em um bar–

— Max? — Pansy franziu o rosto, observando todos virarem a cabeça para ela. — Oh, Deus. Oh meu Deus–

— –Seu único trabalho é este e a única vez que ela esteve em um hospital foi ontem às 6 da manhã porque ela teve um aborto espontâneo. Tem asma, um distúrbio claustrofóbico, não tem redes sociais, não tem muitos contatos no telefone, e sua mãe vai começar a se preocupar com onde ela está — Mattheo terminou, e quando ele mencionou um aborto espontâneo, algo em seu peito começou a ferver.

Sua mãe teve três abortos espontâneos. Ele sentiu pena de qualquer mulher ser submetida a isso. Ele percebeu que era por isso que ela estava demorando tanto para subir as escadas e por que ela o viu matar aquele cara.

𝑴𝒂𝒊𝒅 𝑶𝒇 𝑻𝒉𝒆 𝑴𝒂𝒇𝒊𝒂 {𝑫. 𝑴𝒂𝒍𝒇𝒐𝒚} +𝟏𝟖Onde histórias criam vida. Descubra agora