⇝ 𝒗𝒊𝒏𝒕𝒆 𝒆 𝒖𝒎

445 32 8
                                    

𝐃𝐎𝐈𝐒 𝐌𝐄𝐒𝐄𝐒 𝐃𝐄𝐏𝐎𝐈𝐒

— Não. Que porra é essa.

Charlene fechou os olhos, um suspiro suave deixando seus lábios.

Ela se revirou na cama, seus cachos esparramados no travesseiro. — Só estou dizendo, Max. Não seria uma má ideia.

Max saiu do sofá em que dormia, o cabelo todo bagunçado e os olhos procurando o rosto dela enquanto ela tentava voltar a dormir. — Achei ótimo morar aqui? Senti sua falta, Charlene.

— É ótimo porque é um teto para você — Charlene retrucou, suas mãos correndo pelo rosto. — Eu quero viver sozinha. Eu preciso também.

Ele zombou. — Não desconte seus hormônios em mim, não é justo. Eu posso estar aqui para você, querida. Você sabe que eu posso.

Ela bufou, empurrando as cobertas dela, e caminhando para o banheiro. Ela bateu a porta, esfregando os olhos novamente, sentindo o rímel sair. Ela tinha dormido de maquiagem na noite passada, porque depois de chegar em casa tão tarde, ela estava muito cansada para fazer qualquer coisa.

Ela trabalha em um escritório agora, em Bristol.

Ela se mudou para cá porque não queria mais estar em Londres. E, porque Narcisa ainda estava aqui. Ela se perguntou por que ninguém veio procurá-la, mas ela não se importou porque eles se davam muito bem–

E ela era a única além de Max que sabia que estava grávida.

Não era de Harry. No dia anterior, ela havia tomado a pílula do plano B para não ter um bebê com Harry. Ele ainda a procura e, às vezes, ela sente que precisa se esconder em todos os lugares que vai porque Harry ainda procura por ela. Mas ela mudou de nome aqui, e as únicas pessoas que a conhecem de verdade são Max e Charlene.

Max está com ela porque precisava de um lugar para ficar e, depois de um tempo, eles conversaram sobre tudo. Max não estava arrependido de ter trapaceado. E com Charlene percebendo que está apaixonada por outra pessoa, ela apenas deixou claro que eles nunca iriam ficar juntos.

Charlene estava grávida de um mês e meio e sabia exatamente de quem era a criança. Quem mais seria se ela tomasse uma pílula do plano B para o Harry? Mas ainda há sempre aquela parte dela que quer saber se é de Harry ou –dele. Harry a estuprou. Ela não teve escolha quando ele se liberou dentro dela porque ela estava drogada.

Isso é o que ela ia fazer hoje. Vá para St. Mungos porque é um hospital de bruxos.

Ela saiu do chuveiro e se vestiu. Sua barriguinha ainda não estava aparecendo, começaria com 3 meses mas ela não podia mentir e dizer que não estava animada para isso.


— Alguém está aqui para ver você — a mulher para quem Charlene trabalha bateu em seu escritório.

— Ah, tudo bem — ela sorriu, pensando que era Narcisa se preparando para pedir os resultados. — Você pode enviá-los.

Ela continuou escrevendo em seu papel, afastando o inalador do laptop. Ela era editora de jornal, e isso exigia muito trabalho. Honestamente, ela nem sabia como conseguiu o emprego.

Suas pernas saltaram para cima e para baixo, e uma vez que ela ouviu a porta se abrir, ela sorriu, mas não olhou para cima. — Estou quase terminando, eu só tenho que–

— Então, Layla é seu nome agora?

Sua respiração engatou e, de repente, ela largou a caneta e agarrou seu inalador. Ela não conseguia nem olhar para cima, não conseguia se mover enquanto seu corpo inteiro congelou onde ela estava.

Draco se apoiou no batente da porta, com as mãos enfiadas nos bolsos enquanto tentava levá-la para dentro.

Fazia tanto tempo desde que ele a viu, ele quase perdeu a cabeça. Claro, era culpa dele, mas ele não conseguia parar de olhar para ela com o cabelo preso para trás como de costume e um suéter azul escuro nela. Ele não podia ver o que mais ela estava vestindo porque ela estava sentada, mas ele não conseguia tirar os olhos dela.

As coisas que ele queria fazer com ela – ele queria beijá-la até que seus lábios estivessem muito inchados para beijar e ele queria abraçá-la até que ela se cansasse dele. Ele queria sentir o cheiro familiar dela, porque já estava desbotado em seus lençóis. Ele sentia falta dela. Isso quase o deixou louco.

— Diga alguma coisa — ele fechou a porta do escritório atrás dele, implorando para ouvir a voz dela novamente. — Por favor.

Ela se recostou na cadeira, cruzando os braços. — Eu te conheço há um ano e meio. — Sua voz era quase um sussurro, mas ele podia ouvi-la alto e claro. — E você nunca me assustou tanto quanto quando você colocou uma arma na sua própria cabeça.

Ele se sentiu envergonhado e odiou o que fez com ela. Ele pensou muito sobre isso, como ela começou a soluçar no momento em que ele puxou o gatilho, como quando ele fez, ela mal conseguia respirar.

— Sinto muito — foi tudo o que ele conseguiu dizer. — Eu só – eu queria respostas. Sinto muito.

— Não é assim que você obtém respostas — ela respondeu, desta vez mais alto. — Eu pensei que ia morrer. Mas eu te disse mesmo assim porque eu me importava pra caralho com você, Malfoy. E ao invés disso, você não acredita em mim quando eu digo que não poderia te dar a resposta que você queria. Mas eu dei. Para você. E, no entanto, tudo o que recebo é você apontando uma arma para sua cabeça, ameaçando se matar.

Ele passou a mão pelo cabelo, seu coração doendo para abraçá-la. — Desculpe. Eu não tenho desculpas. Eu queria respostas e estava sendo estúpido.

— Eu estou bem ciente de que não há desculpas — ela retrucou novamente, seu sangue fervendo. Ela conectou os olhos com ele. — Você é um idiota. Saia do meu escritório.

Ela realmente não queria chamá-lo de idiota. Ela só queria que ele soubesse o quanto doía vê-lo fazer isso consigo mesmo. De todas as balas que ele atirou perto dela, a que quebrou seu coração foi a que poderia ter atravessado seu crânio. Na frente dela.

Ela poderia tê-lo perdido.

— Charlene — seus olhos se encheram de lágrimas ao ouvir seu nome deixando seus lábios. — Por favor. Posso te fazer uma pergunta?

— Se você fizer isso, então você vai embora. Faça-me uma pergunta e então você vai embora e nunca mais volta até que eu dê o primeiro passo — ela mordeu o lábio para impedi-lo de tremer.

— Ok — ele suspirou. — Você é–

Uma batida soou na porta, e quando Max a abriu, tudo no coração e na alma de Draco desmoronou. Max segurava uma sacola, o almoço de Charlene, e Deus, Draco não conseguia parar de lacrimejar também.

— Charlene? Eu só vim trazer o almoço para você — Max afirmou, passando por Draco. — Você está se sentindo bem? Você quer que eu o tire daqui?

Draco enxugou os olhos, inalando. — Ela não tem também. Estou indo embora. — Ele olhou para ela uma última vez. — Você está grávida. Isso é o que eu ia te perguntar. Me responda e eu vou embora.

Sua mandíbula estava apertada, e seu nariz queimava de tentar segurar suas lágrimas. Charlene quase engasgou, não esperando por isso, e quando ela tentou impedir Max de abrir a boca, ela não conseguiu.

— Do que ele está falando? Você me disse que ele sabia sobre o bebê.

[deve sair outra atualização, não tenho trabalho hoje pessoal <3.]

𝑴𝒂𝒊𝒅 𝑶𝒇 𝑻𝒉𝒆 𝑴𝒂𝒇𝒊𝒂 {𝑫. 𝑴𝒂𝒍𝒇𝒐𝒚} +𝟏𝟖Onde histórias criam vida. Descubra agora