⇝ 𝒔𝒆𝒊𝒔

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Charlene fechou a porta para seus pais logo para o quarto, terminando de prepará-la.

Amanhã ele estaria aqui nesta casa com ela, e embora ela estivesse feliz, ela não confiava em Draco. Ela pensou que ele estava fazendo isso porque ele conseguiria algo com isso, e isso a assustou mais do que tudo. Ela não brincava com a vida de seu pai.

Ontem à noite, quando ele a tocou assim, fez seu corpo praticamente derreter no chão. Ela nunca foi beijada assim, ela nunca se sentiu assim com Max. Draco estava despertando novos sentimentos que ela nunca pensou que sentiria.

Mas ela ainda estava com raiva que ele não confiava nela o suficiente para deixá-la ir.

Ela estava enlouquecendo nesta casa, e foi ao ponto em que ela estava realmente perdendo uma rota de fuga. Mas ela sabia que isso acabaria mal – de novo, ela realmente não se importava. Ela queria sair desta mansão. Ela queria ver a porra da cidade, ela queria ver sua mãe.

Se ele a deixasse ir, ela ficaria como empregada.

Quando ela se aproximou da cozinha, sua palma pressionou contra a porta da cozinha e empurrou, abrindo a porta de vaivém.

Surpreendentemente, Haven estava sentado à mesa da cozinha, Draco em frente a ela com Blaise e Pansy.

— O que diabos ela está fazendo aqui? — Haven perguntou a Draco. — Você me disse que ela não era mais a empregada.

— Porque ela não é — Draco deu a Charlene um olhar, suas bochechas esquentando.

Ela se sentiu mal por desistir, mas então ela se lembra do quanto ela está presa nesta casa e não tem permissão para sair. Ontem à noite ela deu um passo para fora para pegar a correspondência, e tantas armas estavam apontadas para ela que ela não conseguia nem contar. Até que Blaise disse a eles para baixarem as armas porque ele pediu a ela para pegar a correspondência enquanto ele colocava alguns livros.

Haven revirou os olhos. — Eu quero ela fora. Eu tenho uma palavra a dizer nas coisas agora.

Charlene estava começando a pensar que eles estavam juntos novamente, e embora ela não devesse se importar, a menor parte dela não queria que eles estivessem. Mas além dessa pequena parte, ela poderia se importar menos.

— O que isso significa? — Charlene perguntou, seus braços se cruzando.

Haven sorriu, observando a reação de Charlene. — Estou grávida. — Charlene nem agia como se se importasse, mas agora esse pequeno que se importava estava crescendo. Quando Haven não a aborreceu, ela disse: — E eu serei forte o suficiente para não deixá-lo morrer.

De repente, a garganta de Charlene se fechou sobre ela.

Uma bicicleta estava subindo em sua garganta, os olhos de todos agora sobre ela. Seu estômago cedeu, seu lábio inferior afundando em seus dentes para parar de tremer.

Pansy soltou um suspiro quando Haven disse isso, Blaise cerrou a mandíbula e a xícara de Draco quebrou em suas mãos. O sorriso de Haven caiu, e Charlene não conseguiu segurar seu inalador quando começou a engasgar por ar.

Draco estava fora de seu assento em segundos, mas ela se afastou dele. — Você – você disse a ela..

Eu tenho que sair daqui.

Draco não sabe por que se sentiu mal. Ele não sabe por que quis dizer a ela que foi Mattheo quem contou a todos que ela foi ao médico por causa de um aborto espontâneo. Ele não sabia por que queria dizer a ela que nunca faria isso.

Ele apenas apertou a mandíbula e a viu sair correndo da cozinha, sem ter a menor ideia de que ela tinha a intenção de sair desta casa.

Charlene se arrastou para seu quarto, seu peito arfando bem a tempo de ela alcançar seu inalador. Ela sufocou um soluço, a boca ficando seca. Seu corpo doía, e tudo o que ela conseguia pensar enquanto estava deitada naquele chão, era o que os médicos tiraram dela. Foi o que ela perdeu naquele dia em que acordou em uma poça de sangue.

Ela nunca conseguiu dar as boas-vindas ao bebê no mundo, e isso a fez querer morrer ela mesma.

Trinta minutos depois, Draco estava batendo na porta dela enquanto ela amarrava os lençóis e os jogava pela janela.

— Mave, abra a porta! — Ele ouviu o ranger da janela aberta, e todo o seu corpo tinha pânico crescendo nela. Ela iria à polícia, ele tinha certeza.

E se ela saísse daqui, ela sairia. Apenas por despeito pelo que ela acha que ele fez. Seus pensamentos eram altos, e ele os ouviu. Isso o fez entrar em pânico ainda mais.

— Abra a maldita porta! — Ele gritou mais alto, mas ele não tinha certeza se ela podia ouvi-lo quando ele pegou seu ombro e arrombou a porta.

Ela já estava nos lençóis, seu corpo correndo pelo gramado. Ele podia vê-la pela janela e fez a primeira coisa em que pensou. Ela estava correndo em direção ao jardim e podia facilmente passar pelos portões.

Ele disparou a arma e atirou na perna dela.

Ela ofegou por ar, sua visão escurecendo depois de um momento, suas mãos agarrando sua calça de moletom. Ele atirou na panturrilha, e tudo em seu corpo inteiro doeu. Mentalmente e fisicamente. E apenas uma pequena parte de seu coração, desejou que ele tivesse mirado mais alto e atirado na cabeça dela. Ela sempre teve essa mentalidade quando perdeu seu bebê.

Ela se forçou a se levantar, sabendo que ele estava demorando para descer as escadas e passar por todos os corredores, e os guardas estavam correndo para ela também. Então ela se levantou, com a perna pegando fogo e a cabeça doendo, e voltou para cima dos lençóis.

Ela chorou o tempo todo que estava tentando se levantar, sangue escorrendo por tudo. Quando ela voltou para cima e para dentro, ela podia ouvir os gritos e berros de Draco, percebendo que ela tinha voltado para cima e ele desceu por nada.

Ela fechou a porta de seu quarto, embora esteja meio quebrada por causa de Draco, e colocou todas as suas forças para mover a cômoda na frente dela, e depois uma estante.

— Charlene – porra!

Mais batidas estavam na porta, e ela fechou a janela, sua visão prestes a escurecer. Ela tirou a calça de moletom, chorando ainda mais com o quanto sua perna doía.

Draco não parou de tentar abrir a porta, e ela se enrolou no cobertor de elefante, de calcinha e camiseta, e soluçou, sangue vazando no colchão.

𝑴𝒂𝒊𝒅 𝑶𝒇 𝑻𝒉𝒆 𝑴𝒂𝒇𝒊𝒂 {𝑫. 𝑴𝒂𝒍𝒇𝒐𝒚} +𝟏𝟖Onde histórias criam vida. Descubra agora