⇝ 𝒅𝒆𝒛𝒐𝒊𝒕𝒐

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— Desculpe-me? Deixe a garota em paz.

Charlene não tinha ideia de quem era, só que agora, o segurança que a estava perseguindo, estava parado. Ele se virou e ouviu essas mulheres, e agora as mulheres estavam olhando para Charlene.

— Querida, por que você não volta para minha casa? Eu moro bem ali — ela apontou para um prédio do outro lado da rua. — Eu poderia pegar algumas roupas para você. Você está vestindo lençóis?

Charlene amassou-os em seus punhos, seus olhos lacrimejando. — Sim. Eu só – eu tenho que aceitar isso.

Ela ergueu a caixa do plano B junto com a garrafa de água.

— Oh – ok... posso perguntar de onde você veio? — A mulher perguntou a Charlene, guiando-a de volta para o outro lado da rua, para o prédio em que ela mora. — Só aqui. — Ela apontou para um quarto no primeiro andar, deixando Charlene entrar.

— Não tenho certeza — ela enxugou as bochechas. — Eu– ... onde estou?

— Bristol. Fica bem nos arredores de Londres, querida — a mulher assistiu Charlene se sentar em uma cadeira e tomar a pílula que ela precisava. — Eu sou Narcisa Malfoy.

Charlene parou, engolindo a água e colocando lentamente a garrafa de água. — O que você acabou de dizer?

Narcisa ergueu as sobrancelhas. — Meu nome? Narcisa Malfoy.

Uma lágrima deslizou pelo rosto de Charlene, a compreensão surgindo nela. — Draco não sabe que você está viva, sabe? — Era mais uma afirmação do que uma pergunta, mas o rosto chocado de Narcisa poderia mostrar tudo.

Estava em silêncio agora, e Narcisa saiu da sala.

Quando ela voltou, ela segurou algumas roupas, e silenciosamente observou Charlene chorar. Ela chorou por tudo o que tinha acontecido no último dia, e seu corpo se sentiu tão humilhada. Ela foi absolutamente humilhada.

Ela pegou as roupas, ignorando a dor no estômago. Ela ignorou a forma como ele cedeu ao pensar em Draco, ignorou a forma como seu coração disparou ao pensar nele segurando-a. Quando ela se levantou, suas pernas doíam. Seu nariz doía, seu olho estava inchado o suficiente para saber que ela tinha um olho roxo, mas entre as pernas doía mais.

Quando ela terminou de vestir a calça do pijama e a camiseta que Narcisa lhe entregou, ela saiu do quarto e voltou para encontrar Narcisa com uma xícara de chá nas mãos.

— Como você conhece Draco? — Sua voz estava ferida, cheia de tristeza.

Charlene passou os braços em volta de si mesma. — Eu fui empregada dele. Por cerca de 10 meses–

— Não, você é mais do que isso — Narcisa a cortou, sua voz suave, mas seu tom áspero. — Você sabia que ele pensa que eu estou morta. E eu sei que você se importa com ele, eu posso ver isso em seu rosto. Draco não fala com ninguém, e eu não acho que ele falaria sobre mim se você dois não estavam romanticamente envolvidos. Não minta para mim.

— Bem, eu não consegui terminar — Charlene deu o mesmo tom que ela, observando Narcisa sorrir. — Eu disse que fui sua empregada. Uma noite eu estava muito lento subindo as escadas, e ele matou alguém bem na minha frente. Ele me prendeu.

— Ok... isso não explica por que você está assim — ela apontou para o rosto de Charlene, apontando todos os hematomas e nariz quebrado. — Não entendo.

— Eu odeio dizer isso a você, mas eu também não — Charlene levou os joelhos ao peito, os olhos ameaçando fechar. — Harry me disse que eu era a esposa dele. Eu só – queria estar lá fora. Eu cometi um erro. Eu fui para Nova York com Draco. Ele – fez alguma coisa. Eu fiquei brava e estou brava desde então. Não estou planejando fugir. Então Harry veio e ele me drogou.

— Oh meu Deus — Narcisa engasgou, juntando as peças.

— Eu pulei do avião dele — ela murmurou, mais lágrimas escorrendo pelo seu rosto. — A razão pela qual eu estava usando lençóis era porque eu estava nua...

Narcisa trouxe Charlene ao peito, dando-lhe um abraço. Ela percebeu por que Charlene tinha um plano b, ela percebeu que essa garota significava algo para seu filho.

— Eu quero– — Charlene fungou. — –Draco. Eu quero Draco.

— Querida, sinto muito, mas Draco não pode saber que estou viva — Narcisa sussurrou, afastando-se de Charlene.

— Tudo bem — ela se levantou, pegando sua garrafa de água e inalador. — Então eu vou a pé para Londres se eu estiver também.


Draco se enrolou em sua cama, sua cabeça enterrada em seus travesseiros.

Ele tinha acabado de chegar em Londres e também recebeu algo pelo correio. Harry havia enviado uma carta para ele, dizendo que Charlene estava sã e salva de volta ao seu lugar. Harry sabia onde Charlene tinha ido. Ele só não sabia que Draco pegou as memórias dela.

Ele só queria mantê-la segura, mas para ele, ela estava nos braços de Harry, lutando para sair. Draco não era estúpido, ele sabia que Charlene lutaria.

Mas o que ele não sabia, era agora, Charlene acabou de cruzar a fronteira para Londres. Narcisa lhe deu muito dinheiro, para transporte e alimentação. Ela estava andando de ônibus, e logo, ela estaria entrando na mansão Malfoy.

Ou ela estava?

Ela debateu se ela queria. Ela não sabia se queria deixar Draco abraçá-la depois do que ele fez. Mas então, ela pensou em como ela o conseguiu de volta e o envenenou. Então ela decidiu entrar na mansão e permitir que ele a abraçasse.

Draco esteve enrolado na cama o dia todo, e ele sabia que era errado, ele sabia que deveria estar procurando por ela como ontem. Mas agora, ele não quer se mover. Ele só a quer em seus braços. Ele não pode acreditar que ela realmente se foi. Ele não quer acreditar. Ele quer acreditar que ela está em algum lugar nesta mansão trancada em um quarto com um livro nas mãos.

Ele sentia falta dela mais do que ele pensava que sentiria.

— Draco.

Ele quase se encolheu ao som da voz de Mattheo, seu rosto não tão sem graça. Isso fez Draco se sentar, confusão varrendo suas feições. — Você encontrou alguma coisa?

— Nós não a encontramos — afirmou Mattheo. — Ela veio até nós.

𝑴𝒂𝒊𝒅 𝑶𝒇 𝑻𝒉𝒆 𝑴𝒂𝒇𝒊𝒂 {𝑫. 𝑴𝒂𝒍𝒇𝒐𝒚} +𝟏𝟖Onde histórias criam vida. Descubra agora