Laços

Capítulo 33

— Isso dói! – Kethelen resmunga quando finalmente consegue fazer com que Lucca pegasse direito seu seio.

— É só uma pressão, vai acostumar. Na primeira semana o incômodo será muito, mas se fizer como te ensinei, fazendo eles pegarem toda essa área, não vai machucar e com uma semana a dor some. – A enfermeira que a instruía fala sorrindo, Luan a olha.

— Respira... Respira... – ela olha para o Lucca e sorri. – Tudo bem, é só uma dorzinha, a mamãe aguenta.

Kethelen estava mais babona que o Luan, apesar da dor que sentia ao amamentar, se sentiu a mulher mais incrível do mundo ao fazer isso, sem contar a conexão que sentiu com os filhos. Depois que ela amamentou os dois, trocou as fraldas com a ajuda do Luan e das enfermeira que em seguida saiu e deixou os dois se virando sozinhos. O momento mais crítico daquela manhã foi quando os dois começaram a chorar, Luan e Kethelen fizeram de tudo pra tentar acalmá-los, inclusive ligar para Mari. No fim eles dormiram e Kethelen também, Luan continuou acordado como um cão de guarda.

— Keth! – Luan fala tentando a acordar, estava com o Lucca em seu colo. – Amor! – ele fala mais alto e ela acorda assustada.

— Caramba! – Luan ri. – Os bebês...

— O Lucca não para de chorar, está com fome, já o Gael é comportado, fica quieto.

— Devia ter me acordado. – ela pega o Lucca. – Bom dia, bebê! Calminha que vou matar sua fome. – ela começa o amamentar. – Estou com fome, na verdade faminta.

— Agora que vai amamentar em dobro, isso é normal. A Maria já veio aqui, disse que por enquanto não pode comer qualquer coisa e precisa se hidratar bem.

— Você parece um zumbi! Não dormiu?

— Não conseguir. – Luan ri. – Minha mãe está vindo, aí vou pra casa tomar um banho e dormir, mas depois volto correndo pra vocês.

— Não precisa, descanse sem presa pois não vamos a lugar nenhum.

— Precisa de acompanhante, sou o seu. Daqui a pouco temos que dar banho neles... Não faço ideia de como fazer isso e morro de medo por causa do umbigo, vamos esperar a mamusca porque você viu que as enfermeiras só falam e não mexe um dedo pra ajudar.

— Isso é pra gente aprender.

— Isso é maldade! Olha que pago, imagina pelo sus! – Kethelen ri muito.

— Você precisa mesmo dormir.

— Tô tranquilo. Vocês fazem aniversário no mesmo dia, massa né?

— Não poderia ter presente melhor.

— Oh, pra você desejo todas as coisas mais lindas que existe. Que Deus te abençoe e ilumine, muitos anos de vida e saúde... Todas essas coisas clichês que todos ouvem no aniversário. Te amo, não preciso dizer o quanto é importante e que pode sempre contar comigo, minhas atitudes dizem mais que palavras.

— Obrigada, anjo! – Kethelen responde olhando para o filho em seu colo. – Também te amo, muitão!

— Posso contar que nasceram?

— Ah, droga! Avisou a Lety?

— Vish! Até esqueci disso. Vou avisar agora!

— Primeiro a Dinda e depois o mundo.

— Uhum! Minha mãe vai trazer seu celular e... Tô com fome.

— Imagina eu!

Era 10h quando Luan postou essa foto

Todos só queriam ver como os pequenos eram, vários amigos e familiares ligaram, estavam todos felizes pela chegada dos bebês e por eles e a mãe estarem bem. O aniversário da Kethelen foi simplesmente ofuscado, no fim só o Luan se lembrou, ela tão pouco se importo já que era outra que só tinha olhos para os filhos.

— Dói muito! – Kethelen se refere a amamentação, Mari que estava no quarto com ela ri.

— Isso porque não está acostumada, o bico fere, mas é só na primeira semana... Isso se fazer eles pegarem direito, tem que abocanhar toda parte escura, caso peguem só o bico vai sofrer mesmo.

— A enfermeira me disse. Estou tão feliz, isso que estou sentindo, o que sinto por esses dois... Não tem como explicar, sinto que pararia um trem com as mãos, aprenderia a voar, andaria na lava só por eles.

— Isso é amor de mãe e sei exatamente como se sente. Parece que o universo é pouco pra conter esse amor.

— Voltei! – Luan fala ao entrar no quarto.

— Já? Você não viria pra passar a noite com eles? – disse Mari.

— Vim é pra isso mesmo!

— Falta alguns minutos pra 17h, Moreno! – Kethelen fala o olhando. – Você nem descansou.

— Descansei sim! – ele fala indo olhar os gêmeos que dormiam. – Sai daqui 10h, fui no cartório e registrei os meninos, - ele fala sorrindo, todo orgulhoso. – almocei, fui pra casa, tomei um banho, dormir e tô aqui.

— Ainda tem a coragem de dizer que descansou? Passou a noite em claro, homem! Precisa dormir de verdade e não dar apenas um cochilo, precisa se cuidar pra cuidar dos meninos.

— Dos meninos e de você. Estou bem, dormir o suficiente. – Luan caminha até ela. – Esqueceu que sou cantor e isso pra mim é algo normal, passar noites em claro e dormir pouco.

— Ela está certa. – Mari fala preocupada com o filho. – Os bebês não vão a lugar nenhum, quando forem será pra nossa casa. Sei que está feliz, que tudo isso é novo pra você e não quer sair de perto deles, mas precisa.

— Você é babão demais. – Kethelen suspira e o olha. – Desde que viramos amigos sempre soube que seria um pai babão, mas precisa mesmo pisar no feio e se cuidar, sabe que é necessário dormir bem p...

— Já entendi! Se vão ficar mais calmas, prometo que vou dormir mais, me cuidar.

— Agradecemos. – Mari fala sorrindo. – Será um ótimo pai, mas não tem como ficar ao lado deles sempre.

— Veremos! – ele responde e beija a testa da Kethelen. – Como você está? Descansou? Está comendo direitinho? Como se sente?

— É impossível descansar em um hospital. Estou me alimentado bem, apesar de odiar a comida daqui. Me sinto incrível, ser mãe é incrível e não sei explicar com palavras como me sinto.

— Te entendo, sinto algo parecido... A diferença é que não coloquei nenhum filho pra fora e não é meu aniversário.

— Só agora me dei conta disso. – Mari fala balançando a cabeça. – Como pude esquecer isso?

꧁ Notas da autora ༻꧂

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Os capítulos PODEM SER atualizados terça e quinta, isso depende de muita coisa, mas sempre esforçarei pra postar nesses dias.