Capítulo 52

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— Eu... Preciso saber... É... As vezes fico pensando nisso e... Você gosta de mim de verdade?

— Eu te amo Luan Rafael! Nunca ficaria com alguém por “gratidão”, isso além de ser patético é errado. Me conhece e sabe que não sou assim, principalmente com você que... Antes de qualquer coisa é meu melhor amigo e essa pergunta me deixou muito irritada com você, já te adianto isso. – Kethelen respira fundo. – Não acredito que duvidou dos meus sentimentos, logo eu que demorei permitir que nosso beijo acontecesse exatamente por isso... No começo achei ser só carência, depois um desejo... Com o tempo tive certeza que era muito mais que só um desejo e mesmo assim ainda tive medo... Medo da sua reação, de achar esse tipo de coisa e... Se acha mesmo isso, me demiti, a conta dos garotos você terá todo acesso e controle do dinheiro deles... Sobre eles não posso mudar porque jamais faria isso, te tirar a paternidade e mesmo se quisesse, você sempre será o pai... Mas se realmente acha isso termina, vai doer pra caralho, mas prefiro isso que você pensando isso de mim... Prefiro ter sua amizade do que...

— Para!

— Você é um idiota! Me diz o que foi aquilo que aconteceu com a gente ontem, hoje se não foi amor?

— Para! Só fiz uma pergunta sem maldade, sem intenções de te deixa assim, poxa! Estou inseguro, pensativo e... Nunca se sentiu assim?

— Entendi. Agora pode ir embora.

— Amor...

— Amor porra nenhuma!

— Puta merda! Para de xingar palavrões, só usa quando está muito brava.

— E estou! Entendi que estava inseguro, isso acontece, mas tenho todo o direito de não gostar disso que acabou de acontecer e ficar chateada. Pode me chamar de chata, dramática e o que quiser, sou mesmo! Não ligo pra sua opinião sobre isso, tenho meu direito de não ter gostado e não te querer mais aqui. Você queria ir embora, então vai.

— Kethelen... – O Lucca acorda.

— Tchau. – Ela levanta e o Gael também começa chorar. – Droga!

— Vou depois que eles dormirem.

— Que seja! – eles vão para o quarto. – Hei, a mamãe está aqui. O que foi? Vocês dormem a noite inteira e acordam assim? – ela fala pegando o Gael no colo. – Chatinhos o dia inteiro? Tão dodói? – ela fala olhando a temperatura dele. – Nada de febre. E você Lucca, tá com febre? – Ela coloca a mão na testa dele que estava no colo do Luan. – Também não.

— Pode ser fome.

— Mamaram antes de dormir e estão assim o dia inteiro.

— Vamos no médico então.

— Uma hora dessa só emergência. – Kethelen fala ainda tentando descobrir o motivo do choro. – Dentinho não é e... – Lucca leva a mão ao ouvido. – Deixa a mãe ver. – ela pressiona o ouvido dele que chora mais.

— O que você fez? Não chora, amor.

— Será que você também? – ela faz o mesmo no Gael. – Estão com dor de ouvido e isso é péssimo.

— O que faremos?

— Eu... Podemos dar aquele remédio de dor pra bebês e torcer pra fazer efeito até amanhã, aí eles vão ao médico pra confirmar e pra cuidar disso.

— Não chorem, vamos cuidar de vocês.

Não foi fácil acalmar os pequenos, eles estavam estressados, com sono e dor e isso fez os pais ficaram apavorados. O remédio demorou fazer efeito e os dois só conseguiram dormir depois das 1h da manhã.

— Que saco! – Kethelen fala abraçando o Luan. – Eles estavam chatinhos o dia inteiro e só agora notei que estavam com dor, sou uma péssima mãe.

— É uma excelente mãe. – Luan retribui o abraço. – Não é médica pra saber dessas coisas.

— Mas sou mãe e devia prestar mais atenção...

— E eu sou o pai e assim como você estava achando que estavam assim por causa do dente, isso não nós torna pais ruins.

— Me sinto tão impotente os vendo assim, se pudesse trocaria de lugar com eles pra que não sofressem assim.

— Eu te entendo, mas já fizemos tudo que pudemos nesse momento. Agora eles finalmente estão dormindo, sem dor e amanhã os levo ao médico e aí ele nos dirá como os ajudar a ficar bem logo... Provavelmente é minha culpa por ter os levado na friagem.

— Sendo assim somos dois culpados. – Ela se afasta. – Ainda estou com raiva de você.

— Para com isso! – Luan a puxa pra um abraço. – Me desculpa! Não vamos ficar brigados por algo bobo... Estava inseguro, foi só um momento de insegurança e sei que você tem todo o direito de ficar chateada, acho que se fosse ao contrário também ficaria. Eu te amo, amo de verdade e odeio quando brigamos. – Kethelen suspira.

— Vamos dormir, já está tarde e preciso dormir, foi um dia cansativo e amanhã vou trabalhar, depois do almoço porque vou levar os babys ao médico.

— Não precisa ir trabalhar amanhã...

— Já conversamos sobre isso do meu “favorecimento” no trabalho, não é justo! Vou trabalhar depois do almoço e vou repor essas horas.

— Tá, mas vou junto.

— Imaginei. – Kethelen o beija. – Sinceramente não sei como conseguiria criar dois filhos sem você, nessa situação que acabou de acontecer, se não estivesse aqui não saberia o que fazer pra cuidar dos dois ao mesmo tempo.

— Tenho certeza que conseguiria, você é poderosa e consegue o que quiser.

— Não pode me fazer ficar com raiva de você e depois fazer eu me derreter de amor. – Luan ri e a beija.

— Não era esse o objetivo, não estou paparicando e sim dizendo a verdade, sabe disso porque não precisa que ninguém te diga o quão foda é, poderosa, incrível! – Kethelen o beija.

— Se não estivesse exausta tiraria sua roupa agora mesmo pra te amar.

— Não sou de negar fogo, mas também estou exausto.

Pela manhã quando os levaram ao médico e descobriram que eles tinham uma infecção no ouvido, também estavam começando a gripar, mesmo tendo tomado vacina. Kethelen foi trabalhar mais tarde, mesmo os meninos estando com a avó e o pai ela estava bastante preocupado e não os tirou da cabeça.

— Você também briga por qualquer coisa. – disse Letícia. – É normal ter certa insegurança, principalmente nessa situação de vocês.

— Fala isso porque não foi com você. Nunca dei motivos pra ele duvidar dos meus sentimentos, eu acho... Mesmo assim ele...

— Você acha. – Letícia a olha. – Presta atenção, insegurança as vezes acontece e foi melhor ele ter sido sincero do que agir estranho.

— Você sabe que não é gratidão, gosto de verdade, o amo.

— E como sei! O Luan é isso... Estou com saudades do meu dengo... Luan... Luan... Luan. – Ela fala mudando a voz. – Eu sei disso e agora o Luan também. Tem que parar de brigar por coisas bobas, não vale a pena ficar brigado com quem se gosta. Em vez de ficar brigada, por mais chateada que tenha ficado, é melhor tentar transformar a insegurança dele em segurança, não acha? Sei lá como, mas faça. Sua casa ou da Mari? – Letícia fala ao parar no sinal.

— Minha, Luan disse que preferiram ficar onde eles se sentem mais confortável.

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꧁ Notas da autora ༻꧂

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Os capítulos PODEM SER atualizados terça e quinta, isso depende de muita coisa, mas sempre esforçarei pra postar nesses dias.

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