13. get real

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MADS

7 anos atrás...

Era o último final de semana das férias de verão e eu já não aguentava mais. Eu não era o maior fã de ir à escola, ficar perto de tanta gente e não conseguir me esconder a hora que eu quero me incomoda muito, mas ir à escola significava olhar pra ela. Ou até mesmo passei a ter mais vontade de frequentar a casa de Tio Will, pois se Indie estava lá, havia uma probabilidade dela também estar e as vezes eu estava certo. A observar era algo que eu gostava de fazer, principalmente ouvir sua voz. Ela se dava bem com minha família. Tia Emory mesmo disse que ela foi uma influência positiva para Indie desde que elas começaram a ser amigas. Respondia todas as dúvidas de Octavia sobre qualquer palavra em sua língua, inclusive citar todos os objetos em volta em espanhol e a ouvindo repetir até acertar. Era adorável.

Eu tentei por um ano inteiro reprimir essa vontade louca de ter ela exatamente como eu tive e mais. E foi um tortura quando eu não a vi mais depois que ela foi pra Espanha. E eu não poder ligar pra escutar sua voz fazia eu querer dilatar minhas juntas. Era patético o quanto era alivio estar perto de Indie quando ela fazia sua chamada de vídeo diária com ela.

Ela era inesquecível. Eu pensava demais nela.

Ninguém depois dela foi o suficiente pra fazer minha mente desfocar dela, não importa o quanto eu tentasse. Aquele sentimento dentro de mim mais que cravado já havia tomado conta de mim e eu estava mais do que confortável com ele. Eu odiava que eu tive que precisar de um ano de tentativa de distanciação pra finalmente cair na real do que eu realmente precisava. Eu precisava ter ela pra mim. Eu queria ela pra mim, eu queria ela sorrindo daquele jeito novamente pra mim, eu precisava a ouvir falar sem parar por simplesmente não conseguir parar. Eu queria ouvir ela rindo do jeito que ria com outros, comigo.

Depois daquela noite, tudo que eu fazia não parecia ter tanta graça quanto eu tive com apenas algumas horas com ela. Eu dirigia bastante passando por sua casa, vendo apenas a luz de led cor de rosa passar por suas cortinas brancas. Eu pensava bastante quanto aquela luz ficava bem refletindo em sua pele bronzeada. Eu a observava as vezes pela janela da biblioteca na casa de Tio Will, todas as vezes que ela ia com Kyre nos dias de calor, e ela ficava de biquíni mostrando as curvas perfeitas a deixando extremamente sexy, mas mesmo tão gostosa daquele jeito, continuava a agir como uma criança com Indie, quando elas brincavam de nadar como sereias na piscina. Era doce o jeito que ela ria e fazia piadas sobre programas de tv que ela e Indie assistiam em comum quando crianças. Eu tinha muita vontade de sorrir apenas por lembrar dela, mas toda a vontade sumia quando eu via que ela finge que eu não existo. Não havia nem bom dia ou um oi quando estávamos no mesmo local. Ela falava até mesmo com Gunnar, mas eu não a culpava. Eu estava apenas colhendo o que eu plantei, só que eu estava focado em plantar outro tipo de semente.

Havia quase dois meses que eu não a via desde que ela foi passar as férias de verão com sua mãe na Espanha. Eu via o que ela fazia pela internet, mas não era o suficiente pra suprir aquele gosto amargo. Eu a veria hoje, mas não estava animado pra dividir sua atenção com todos os outros convidados da festa de Indie. Pelas coisas que ela me contou naquele dia, ela gostava de festas, ela gostava de ficar a redor de pessoas quando estava com energia o suficiente pra isso e eu não iria a atrapalhar em algo que ela gosta.

Lembrei sobre ela ter uma música pra todo momento.

Uma festa na piscina era a cara de Indie. Ela usava um biquíni rosa, com uma saída de praia e uma coroa dourada em sua cabeça. Balões rosas enfeitavam o lado de fora da casa junto de inúmeros outras decorações de festa, obviamente, da cor rosa. A casa de tio Will estava lotada. Não entendia porque Indie havia contratado dois DJ's se um já fazia o trabalho.

After Dark ── Devil's Night | Mads MoriOnde histórias criam vida. Descubra agora