4. not to be a cower anymore

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LUNA

Atualmente

Era o dia mais quente do Outono. Chegava a ser estranho estar com meu uniforme da clínica sem ter nenhum tipo de agasalho por baixo, eu me movia mais rápido. Parecia que o tempo estava tentando ser condizente com o que estava acontecendo as 7 da manhã de uma terça-feira em um zoológico que se nomeavam Santuário de Madrid. Muito diferente do que se mostravam.

Era um rosnado que fazia minha espinha gelar. Hoje na clínica do zoológico havia chegado o primeiro Tigre-de-bengala, muito esperado pelos donos e pelo público. Aquilo era crueldade. Ser tirado do seu habitat natural um animal que se encontra em um enorme perigo de extinção. Restavam menos de 2.000 dessa espécie de tigres pelo mundo e cada vez o número ia caindo pela caça ilegal e destruição de seu habitat natural. E agora mais essa clinica. Eu não dava dois anos pra esse tigre sobreviver e aquilo cortava minha alma.

Pela reação dele na jaula, ele estava extremamente irritado e agressivo. O que era de se esperar de um animal que foi maltratado a viagem. Os pelos arrepiados e as garras visivelmente a mostra para todos nós.

– Isso é bizarro – eu resmunguei com nojo daquela situação.

– Luna, por favor. Vamos apenas fazer nosso trabalho – meu colega de trabalho, Ernesto, suspirou com seu espanhol embaralhado pelo sono do plantão e apontou para a gaveta de seringas, com apenas aquele movimento eu já sabia o que ele queria.

Contragosto fui até a gaveta, tirando o sedativo e colocando a dose certa para apenas fazer o acalmar.

– Coloque mais – meu chefe e um dos sócios do zoológico mandou ao passar por mim e ver a dose na seringa.

– Mas Ricardo, isso é o suficiente para acalma-lo. Se colocarmos mais ele não irá conseguir comer pelos próximos dois dias...

– Eu estudei na mesma faculdade que você. Não preciso de aula vindo de ninguém mais, faça o que eu estou mandando! Não quero lidar com arranhões hoje – a voz sem paciência e grossa bateu em meu rosto enquanto ele estufava o peito pra cima de mim. Eu me calei obviamente, me sentindo ameaçava pelo comportamento que eu sabia que ele tinha.

Eu aumentei a dose relutante e entreguei para Ricardo que esperava com a arma própria para o sedativo e ele não hesitou antes de atirar, acertando em seu pescoço.

– Ricardo! – eu exclamei irritada. Era perigoso o sedativo nessas áreas, ele tinha que ter mirado na perna ou em qualquer outra parte traseira do animal. O tigre rosnou mais alto e tento atacar Ricardo pela jaula, mas nem sua pata conseguia ultrapassar as grades.

– Cala a boca! – o espanhol de Ricardo ficou embaralhado. Ele parecia claramente alterado. Seus olhos estavam esbugalhados e seus dentes trincavam involuntariamente.

Eu nunca havia feito, mas sabia exatamente como ele ficava quando estava ao efeito de substancias ilegais, como naquele dia. Só não sabia distinguir qual droga seria.

O tigre aos poucos foi parando de lutar até que caiu na jaula. Eu peguei meu estetoscópio e comecei a abrir a jaula. Foi mais fácil pois ele havia caído com o peitoral para a porta. Eu devagar coloquei as mãos nele, sentindo ele respirar certo, mas ainda sim agitado.

– Ele está muito agitado – eu observei com e coloquei o esteto em meus ouvidos começando a o examinar. Ernesto veio ao meu lado fazendo anotações.

– Está tudo normal – eu suspirei aliviada e ele voltou a anotar. Coloquei minhas luvas quando tive certeza que o animal estava dormindo e abri sua boca para examinar seus dentes, ficando em choque quando vi sua arcaria dentaria faltando a maioria de seus dentes. Seus caninos estavam pela metade e rachados.

After Dark ── Devil's Night | Mads MoriOnde histórias criam vida. Descubra agora