After Dark ── Devil's Night | Mads Mori

6. hair and eyes like milk chocolate

MADS

Atualmente

O copo cheio de whisky em minhas mãos não parecia tão apetitoso quanto quando eu coloquei no copo. O celular em minha outra mão repetindo o mesmo stories pela vigésima vez. Era Luna. Ela havia postado cerca de 15 minutos atrás sua localização. Aeroporto de Madrid.

Ela estava a caminho e meu corpo todo que estava quente pelo esforço do sexo que eu havia acabado de fazer, havia esfriado como se eu tivesse deitado no gelo. Eu estava com isso a semana toda na cabeça. Ela iria voltar. Isso me consumia uma boa parte do dia e hoje foi quando eu precisei tirar da cabeça e chamei minha amiga, Camille, pra minha casa. Funcionou por alguns minutos, até que quando a coloquei de lado e eu só podia ver o cabelo castanho de Camille, eu novamente quis que fosse ela. Parecia tanto o tom de cabelo dela. E por uns instantes me deixei levar por essa fantasia, mas logo cai na real. Não era ela, era Camille. Eu senti raiva e comecei a ser um pouco mais bruto, ela havia gostado.

Olhei pra minha cama e Camille dormia nua, serena e parecendo cansada. Parecia que ronronava enquanto dormia. Era adorável o quanto ela parecia um anjo dormindo e podia fazer coisas extremamente pecaminosas acordada. Ela gostava de mim. Era nítido e ela não escondia, mas ela sabia que não irá receber o mesmo em troca, eu simplesmente não consigo. Gosto dela, ela é uma boa amiga e sabe pelo menos tentar respeitar meu espaço, o que não era muito bem sucedida. Todos diziam que eu e ela fazíamos um belo casal, mas eu sabia que único motivo pra isso era que Camille estava disposta a dar tudo que eu queria e merecia, o único problema é que eu não a queria. Só existiu uma mulher que eu quis e ela não existe na minha vida mais.

Eu suspirei deixando o copo de whisky na mesinha e me levantei indo para o outro quarto. Eu não conseguia dormir estando com outra pessoa na mesma cama e eu precisava dormir, tinha um dia cheio amanhã, mas por mais que a cama de hospedes do quarto ao lado seja tão macia quanto a minha cama, a imagem da foto das malas dela não saia da minha cabeça.

– Bom dia.

Eu me virei vendo Camille já vestido com sua roupa da noite anterior e com sua bolsa ao seu ombro. Ela veio até mim e passou a mão por minha cintura, beijando meu ombro esquerdo. Eu me forcei para não desviar dessa demonstração de afeto. Eu não gostava, mas não podia ser rude com ela.

– Bom dia. Dormiu bem?

Ela sorriu concordando e pegando uma xicara de café.

– Sua cama é muito boa de dormir.

Forcei um meio sorriso satisfeito com a resposta. Eu não havia dormido direito e meu humor não havia amanhecido tão bom. Não que meu humor seja um dos melhores.

– Tenho que ir ao escritório daqui a pouco, Ivar mandou mensagem dizendo que precisava dos contratos do clube pra hoje à tarde.

Eu sabia, era eu que precisava desses contratos para a reunião dos proprietários que estamos fechando negócio ao sul de Nova York.

– É uma grande jogada – comentei.

– Se tudo der certo vocês irão dominar o sul de Nova York mais rápido que esperado.

Era o que eu desejava.

Continuei olhando para o jornal ligado na sala em minha frente, sem entender nenhuma palavra que saia da boca do apresentador.

– Vou indo, ok? Qualquer coisa me liga.

Eu a olhei e assinalei.

– Quer que eu te leve ou chame um taxi? – perguntei.