After Dark ── Devil's Night | Mads Mori

34. slowly trapped in the roots of my fear

MADS

Atualmente...

Eu sonhei. O que foi estranho, pois eu quase nunca sonho com nada. Eu não lembro do ultimo sonho que eu tive que fez algum sentido pra mim, mas esse... Esse fez. Eu estava no bioparque, só que não tinha as barras e vidros que impediam os animais de saírem de suas jaulas, mas eles continuavam em seus lugares. Eu só conseguia ouvir o sons dos pássaros quebrou tanto amava. E no meio havia Luna... Que ria sentada embaixo de uma árvore, com um bebê usando apenas uma fralda, de olhos cor chocolate e cabelos bem negros. Eu estava feliz e me sentia leve a cada passo que dava até eles. Parece que o sonho foi um remedio pro meu sono, eu não lembrava de um sono tão bom como esse, até o sol bater em meu olho, me fazendo abrir meus olhos e os fechar logo em seguida.

A realidade de que aquilo foi apenas um sonho veio com um gosto agridoce e amargo.

Eu não havia acordado com meu despertador, então deveria ser um pouco mais de 8 da manhã. A última imagem que eu me lembrava antes de dormir era Luna deitada no meu peito, mas minha cama estava vazia agora. Eu olhei pelo meu quarto, e ela não estava.

Eu fiquei com uma sensação oca no meu estômago. Onde ela estava? Ela estava bem? Eu tinha certeza que Gaspar não teria como vir até aqui, mas e se ela foi atrás dele? Ela estava se sentindo culpada ontem e isso pode ter a motivado.

– Luna?!

Eu me levantei saindo do meu quarto olhando por todos os lados, alguma pista que ela tinha ido. Eu ouvi um barulho vindo da cozinha e meu corpo foi lentamente relaxando até eu finalmente ver sua imagem na minha frente.

Porra. Graças aos céus.

Ela guardava algumas louças no armário e deu um pequeno sorriso quando me viu.

– Bom dia!

Ela parecia um pouco envergonhada.

– Desculpe por invadir sua cozinha, eu estava com um pouco de fome – ela indicou a geladeira.

– Por que não me acordou? Eu podia ter feito algo.
Ela balançou a cabeça.

– Você estava dormindo tão profundamente, que eu achei melhor deixar dormindo. Alias, eu fiz café da manhã pra você também.

– Não precisava, eu... Não precisa. Você está machucada.

Ela ignorou o que eu disse e pegou um prato o colocou em minha frente.

– Eu fiz panquecas e eu achei algumas frutas na geladeira, mas não estavam tão bonitas pra comer então eu fiz um smoothie.

Eu não tinha quase nada na geladeira ou no armario, me impressionava ela ter conseguido fazer algo.

– Isso parece otimo – disse honestamente e me sentei em frente a bancada. Ela sorriu agradecida e comemos em silencio.

Comer a comida dela fez meu estomago se encher de nostalgia, de quando eu dormia na casa dela nos finais de semana e comiamos na cozinha enquanto o pai dela tentava por açucar ou qualquer outra coisa gordurosa na propria comida e os dois começavam a discutir misturando o ingles e o espanhol.

Eu soltei uma pequena risada acidentalmente e ela me olhou curiosa.

– Você se lembra... Quando seu pai tentou lhe convencer que estava colocando farinha de aveia em vez de açucar no mingau com morango dele?

Ela me olhou surpresa, mas com os olhos brilhando em nostalgia.

– Eu lembro...! – ela soltou uma curta risada – E pelo que eu lembre você ficou no lado dele pra fazer o mesmo.