40. mystery of love

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MADS
Atualmente...

Eu só trouxe a mala que eu fiz pra Seattle e entrei em um avião duas horas depois que comprei a passagem. Por sorte não tinha escala.
Eu fiquei em uma fileira entre uma criança de 10 anos que apenas focava em seu IPad e outra adolescente com seus prováveis 14 anos que ficava vermelha a cada vez que olhava pra mim. Meu celular ainda havia acabado a bateria e meu carregador estava dentro da mala. Eu precisava de bateria pra ter instruções de Indie e o endereço de Luna.

Eu olhei para os dois lados, a menina novamente segurando o sorriso e ficando vermelha. E o outro menino desviou o olhar do tablet para mim, mas ao contrario da garota, não sorriu e nem esboçou nenhuma reação.

Eu vidrei o cabo de carregador branco em seu colo e olhei novamente para ele que ainda me encarava. Agora com uma feição tão arrogante quanto a minha.

– Por acaso você poderia me emprestar o seu carregador? – pedi educadamente.

– Não.

A resposta curta e grossa dele me fez surpreso e levemente ofendido.

– Curtis! – a menina do lado o chamou atenção.

Possivelmente irmãos?

– O que? – ele agiu todo inocente.

Pirralho. Onde estava os pais desse novo pimentinha?

– Não se fala assim com os outros. Me desculpe pelo meu irmão – ela o repreendeu e olhou para mim, mas desviou o olhar rapidamente ficando envergonhada.

Quando eu ia responder, a voz rude e baixa do menino me interrompeu.

– Tempo é dinheiro e tudo que é meu tem meu tempo.

Ae?

– E quanto vale seu tempo? – eu perguntei em um voz desafiadora.

Ele largou o tablet e me olhou do mesmo nivel.

– 100 dolares.

Que porra é essa?!

– 100 dolares pra me emprestar o carregador?!

– É um aluguel. 100 por hora.

Mas que inferno de garoto

Eu bufei. Eu não tinha outra escolha e nem estava interessado em procurar. Puxei minha carteira do bolso da calça e tirei três notas de 100 dolares.

– Preciso de 3 horas.

O menino sorriu me entregando o carregador e pegando as notas com orgulho.

Pirralho de merda.

Eu rapidamente conectei no meu celular, vendo a maça prata surgir na tela.

Com as instruções de Indie, foi muito fácil achar o apartamento dela.

2º andar. Dava pra ver a janela aberta com a cortina balançando pelo vento.

– Como eu falo com o porteiro? – eu falava com Indie no telefone.

– Eu não me lembro do nome dele, mas ele é tranquilo. Só falar o nome da Luna.

Eu parei em frente ao pequeno portão com grades brancas e bati no portão assobiando. Um senhor baixinho e barrigudo, com um enorme bigode veio até mim falando palavras em espanhol que eu não conseguia entender e apontando para um aparelho grudado no portão.

– Indie que porra esse cara tá falando?

– Eu vou saber, Mads? Ele parece estressado, o que você fez?

After Dark ── Devil's Night | Mads MoriOnde histórias criam vida. Descubra agora