After Dark ── Devil's Night | Mads Mori

39. heavens knows I ain't getting over you

MADS
Atualmente...

As imagens do sequestros eram borradas na minha cabeça. Eu não lembrava de muito, mas a única imagem viva na minha cabeça, foi quando eu a abracei. Eu quis nunca mais soltá-la. Então os tiros voltam a ser borrões.

"Eu não posso perder você também"

Eu tinha ouvido todas as palavras dela, mas ainda não conseguia abrir os olhos. E quando finalmente consegui, a primeira coisa que eu vi foi ela. Em pé com o rosto concentrada no copo em sua mão, mas mesmo de longe eu consegui ver a ponta do seu nariz vermelho e eu chamei por ela.

E foi ela que ficou comigo até eu ter alta.

Depois de mais duas semanas esperando por alta no hospital, querendo fugir daquele lugar eu finalmente consegui a alta e fui pra casa dos meus pais. E também quando se passaram duas semanas que eu estava na casa dos meus pais, ainda em recuperação forçada por eles, ela ficou ao meu lado, vindo me visitar todas as tardes. A fisioterapia era um terror, mas cada dia que eu fazia, melhor eu ficava. Eu só queria que isso passasse logo e eu volte ao normal. Independente de qual normal eu seja.

Agora eu já conseguia andar normalmente, sem dores. Com isso tive que voltar a minha casa em Meridian City e ao escritorio. Com mais trabalho que eu esperava.

Eu costumava adorar trabalhar, mas eu só conseguia pensar em uma coisa. Uma coisa que eu ainda não havia conseguido fazer.

– Essa reunião é importante e foi adiada depois do acidente – Ivar dizia enquanto juntava os papéis na enorme mesa de reuniões.

Eu suspirei fortemente encostando a cabeça na cadeira.

– Os médicos já me liberaram pra fazer viagens – eu apontei não entendo a retulancia dele em eu ir.

– Tem certeza? Os negocios podem esperar, sua saúde vem primeiro.

Ele me olhava ainda incerto.

– Ivar, quanto mais adiar, mais será acumulado. Preciso resolver isso tudo o mais rápido possivel.

– E pra que essa pressa? – ele perguntou cruzando os braços com um sorriso de canto implicante.

A porra da cópia do pai dele.

– Você sabe pra que – eu murmurei olhando para o teto.

Ele soltou uma breve risada.

– Ela tem ajudado muito a minha eposa. Não tenho palavras pra agradecer a ela.

Eu balancei a cabeça levemente concordando. Tem quase duas semanas que eu na a via, desde que eu voltei pra Meridian City e fiquei superlotado de trabalho. Era um tormento, mas eu iria hoje a Thunder Bay pra pelo menos vê-la um pouco antes de ir pra Seattle.

– Então...

Eu o olhei confuso. O que ele quer que eu fale?

– Então...? – devolvi o questionamento.

– Por que não conversou com ela ainda? – ele respondeu com uma pergunta como se fosse óbvio.

Eu desencostei da cadeira e apoei meus cotuvelos na mesa

– Eu estou lotado de trabalho desde do hospital. Eu quero conseguir conquistar ela de verdade. Não simplesmente dizer meia duzia de palavras. Ela não é do tipo que acredita só em palavras.

– Mas ela também não é do tipo de se impressionar com presentes – ele apontou guardando os papeis na pasta e se sentando.

– Não, claro que não... Apesar de sim, ela sempre gostou quando eu dava presentes a ela. Só que não pode ser apenas isso.