After Dark ── Devil's Night | Mads Mori

8. scared the way i want you

MADS

8 anos atrás...

Sai do carro o trancando e puxei meu capuz tampando minha cabeça e caminhei tentando não ser visto até a casa dela. Fiquei agachado atrás do arbusto da vizinha em frente a dela e observei. As luzes do andar de baixo estavam apagadas e não havia nenhuma movimentação, dava pra ver apenas um cômodo ligado e como parecia ter uma luz de led rosa iluminando o quarto, imaginei que era o dela ou o pai dela tinha gostos peculiares para decoração.

Fui até a casa e rodei o local sem ser visto tentando entender a estrutura da casa e se escutava algum barulho. A chuva estava começando a apertar um pouco mais, então me espremi debaixo de uma janela com cobertura. Esperei mais uns 20 minutos olhando para o cômodo ligado pra ver se eu escutava alguma coisa, mas o único barulho que eu ouvia era musica saindo de algum lugar do quarto.

Olhei pelo chão e peguei algumas pedrinhas que ficavam em meio a grama e mirei em sua janela. Uma, duas, três, quatro e nada.

Droga, Luna. Desliga essa música. Eu não podia arriscar quebrar o vidro com uma pedra maior. Tentei mais algumas vezes, até que eu ouvi uma movimentação na janela sendo aberta e ela colocou a cabeça pra fora confusa procurando o barulho. Tirei o capuz da minha cabeça sentindo os pingos de chuva molharem meu rosto e me revelei entre as sombras da arvore. Assobiei pra chamar sua atenção e ela seguiu a minha voz e arregalou os olhos quando ela me viu.

– Mads! O que você está fazendo aqui? – seu sussurro era ao mesmo tempo em um tom desesperado, mas parecia estar curiosa. Ela olhava para os lados provavelmente procurando ver se alguém estava me vendo.

– Seu pai está acordado? – perguntei em um sussurro.

– Não...

– Da espaço pra eu subir.

Ela abriu a boca quase sem palavras, mas não contestou e saiu de perto da janela.

Ali tinha heras que davam pra se agarrar e era mais tranquilo de subir. Assim que eu cheguei em sua janela, me segurei nela e coloquei a primeira perna pra dentro e consegui entrar.

– Você é doido?!

Eu não a respondi. Baguncei meu cabelo em uma tentativa de secar inutilmente os pingos de chuva. Olhei em volta o seu quarto. Era muito organizado. As paredes todas brancas com o piso de madeira. Seus lençóis brancos com apenas um edredom azul claro por cima, que na luz rosa que estava ligada no seu quarto parecia ser roxo.

– Uau. Esse quarto parece com você.

– Eu levo isso como um elogio... Serio, Mads o que você está fazendo aqui? – ela correu para a porta e a trancou devagar.

Ela parecia ter saído de um banho agora. Tinha um short de dormir azul colado, mas vestia uma camisa masculina larga preta.

Eu a imaginei vestindo minhas roupas.

– Eu não terminei de falar com você – respondi.

Ela ficou confusa, mas voltou pra perto de mim. Novamente aquele cheiro de shampoo refrescante invadiu minhas narinas.

– Tudo bem... O que você quer falar?

– Eu vou te pôr em apuros estando aqui?

Ela suspirou.

– Não sei. Nenhum garoto nunca invadiu meu quarto – ela coçou a nuca nervosa, mas soltou uma risada.

– Você pretende contar pro seu pai que eu estive aqui?