15. De volta a Wesevalon

16 8 0
                                    

Quando Laion e Pin dobraram uma esquina e desapareceram do campo de visão de todos que estavam na praça de Vakídia, Huntbeast puxou Cibele pelo braço e começou a caminhar na direção de uma carroça preta com adornos dourados em formato de caveira. 

- Agora vamos! - disse ele. - Galron está esperando por você.

Cibele puxou seu braço de volta, se soltando de Huntbeast, e falou irritada:

- Eu sei andar sozinha.

A bruxa apressou o passo e caminhou até a carroça. Entrou e bateu a porta com força.

Huntbeast foi até seu transporte, trancou o cadeado e disse, rindo:

- Nunca tinha visto uma bruxa tão fácil de prender.

- Você não me prendeu - falou Cibele, enquanto sentava no banco da carroça. - Eu que entrei sozinha.

Huntbeast fez uma expressão de quem diz "tanto faz", e subiu na frente carroça. Seus dois guardas o acompanhavam à cavalo, enquanto seguia a estrada até o reino de Darkalna, para entregar sua encomenda.

Aquela tinha sido uma missão muito fácil para o caçador, que já passou por diversas experiências com bruxas. Todas tentavam resistir aos seus ataques, mas sempre acabavam machucadas e feridas. Cibele tinha se entregado por vontade própria.

Ele tinha a sensação de que Cibele não estava se entregando apenas para salvar seus amigos. A bruxa possuía algum plano secreto que ele não conhecia, pois caso contrário, teria sido muito mais difícil.

Huntbeast continuou pilotando a carroça na direção do reino de Darkalna, sabendo que aquela seria uma viagem muito longa. Precisavam ir de um lado ao outro do Território dos Cinco Reinos, e se tivessem sorte, chegariam a seu destino antes do sol se pôr.

Cibele sentia-se muito triste. Embora soubesse que Galron não a machucaria por causa de seu filho, não sabia se voltaria a ver seus amigos. Sentia falta deles, principalmente de Laion.

Ela gostava daquele homem. Ele era bondoso, gentil e admitiu para si mesma que o achava atraente, embora o taverneiro não se encaixasse nos padrões de beleza masculina da época.

Por outro lado, se sentiu aliviada ao lembrar que agora seus amigos estariam seguros longe dos guardas e longe dela, mas mesmo assim, continuava chateada. Tentava manter sua cabeça ocupada, mas só conseguia pensar em sua família que tinha sido assassinada por Galron. Na verdade, ela só tinha ouvido rumores sobre o ataque à sua família. Talvez eles não tivessem realmente morrido. Ainda havia uma esperança.

Cibele foi para a frente da carroça, por onde podia ver Huntbeast controlando as rédeas dos cavalos, e perguntou:

- É verdade que Galron invadiu Keneian?

- Eu não fico falando com bruxas - respondeu ele, sem virar-se para trás. - Agora não me amole.

- Credo! Que mau-humor!

Cibele apoiou-se na parede da carroça com as costas e falou:

- Nós vamos passar muitas horas nesta viagem. Acho que se conversarmos, o tempo passará mais rápido.

- Mesmo assim, ainda não gosto de falar com bruxas.

- Por que não?

- Se eu ficar conversando com vocês, vou acabar me apegando e vai ser difícil para matá-las depois.

- Olha só! Então você tem sentimentos.

- Não me amole.

Os dois ficaram em silêncio por mais um tempo, até que Cibele perguntou:

Cibele: A Bruxa do FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora