12. Cidade de Vakídia

21 8 0
                                    

Cibele acordou cedo no dia seguinte, pois a luz do sol que entrava por entre as frestas da palha do teto, batia em seu rosto.

Ela levantou-se, um pouco confusa ao ver o local onde estava. Era um quarto bem simples, com paredes de madeira e uma cama feita de bambu e palha. Quando voltou à consciência, lembrou que estava no vilarejo secreto das bruxas.

Cibele saiu de seu quarto e foi para o quarto de Pin, que ficava na cabana ao lado. Quando abriu a porta, tomou um susto. Três mulheres descabeladas saíram correndo de dentro, enroladas em suas roupas. 

Pin acordou com os gritos das bruxas e se assustou ao ver Cibele:

- Pra onde elas foram? - perguntou ele enquanto bocejava.

- Coloque alguma roupa e vamos embora - ordenou ela, sem se importar com o fato de Pin ter passado a noite com três bruxas e estar pelado no quarto.

- Que mal-humorada - resmungou ele, quando Cibele fechou a porta.

Cibele foi até a cabana de Laion, mas dessa vez bateu na porta antes de entrar.

- Laion. Você está aí?

No mesmo instante, Laion abriu a porta e saiu.

- Oi, tô sim - respondeu ele.

- Ótimo. Vamos aproveitar que tá bem cedo e vamos ao mausoléu de Lilith para não perdermos tempo.

- Mas a gente nem sabe onde fica esse mausoléu - Laion interrompeu. - A Huria não explicou.

Nesse instante, um vento forte passou pelos dois, vindo do meio das árvores e se transformou em um pequeno furacão, assim como na noite anterior. Poucos segundos depois, o furacão se desfez e Huria apareceu.

- Vejo que acordaram cedo - disse Huria, com uma postura bem séria.

- Quanto antes eu dominar minha magia, antes nos livramos do Galron - explicou Cibele.

- Mas vocês não podem partir sem antes comer alguma coisa - falou ela. - E além do mais, eu ainda não expliquei para vocês onde fica o mausoléu. 

- O que acha? - Cibele virou-se para Laion.

- Eu tô com fome - ele respondeu.

- Então vamos ficar - concordou Cibele. -, mas depois partiremos na direção do mausoléu.

- Ótimo! - comemorou a mestre das bruxas.

Pin saiu da cabana, agora com roupa, e foi até os três:

- Tem alguma coisa pra comer por aqui? - perguntou ele. - Tô morrendo de fome.

- Venham comigo - ordenou Huria, virando-se de costas, enquanto andava até o local onde estava a fogueira na noite anterior.

- O Pin precisa comer bastante para repor as energias que perdeu essa noite - disse Cibele. - Três de uma vez não é para qualquer um.

- Como assim? - Laion estava confuso. Cibele apenas riu e Pin ficou um pouco envergonhado.

Os três seguiram Huria e chegaram na fogueira, que agora era apenas um monte de cinzas, e sentaram ao seu redor, onde várias bruxas organizavam cestos com frutas e pães para repartir entre si.

- Esse lugar podia ser mais fácil de encontrar, né? - falou Pin, enquanto mordia uma pera. - A gente andou muito tempo pra chegar aqui.

- Nosso vilarejo é bem protegido por magia - Pirília explicou, sentando-se ao lado deles. - Existem vários feitiços que servem para esconder nossas casas e tudo o que tem por aqui. É por isso que muitas pessoas podem passar meses andando pela floresta sem nunca encontrar o vilarejo.

Cibele: A Bruxa do FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora