9. O Caçador de Bruxas

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As duas entraram pela área de serviço, de onde ouviam várias freiras falando apressadamente e ao mesmo tempo, fazendo com que entendessem poucas palavras desconexas. Em seguida, ambas entraram na sala de jantar, mas Laion e Pin não estavam ali.

Quando as freiras as viram, ficaram desesperadas com sua presença e o alvoroço do convento ficou mais intenso do que já estava. Todas apressaram-se para deixar o local, até que a Madre Superiora apontou para a bruxa, indicando a sua localização para os guardas.

Junto dela estava um homem que possuía uma cicatriz arrepiante no lado direito do rosto, bem perto de seu olho e que se estendia da testa até a bochecha. O guarda possuía estatura baixa, cabelos castanhos levemente ondulados e era gorducho.

Como a sala de jantar estava abarrotada de freiras apavoradas, o homem não conseguia passar. As duas bruxas correram para fora através da área de serviço, tentando ganhar tempo, mas Laion e Pin ainda deviam estar lá dentro. Precisavam ajudá-los, mas não sabiam o que fazer.

Enquanto corriam pelo jardim, as duas ouviram o som de espadas se batendo através de uma janela do andar de cima:

- Devem ser eles - disse Cibele. - Temos que fazer alguma coisa!

- Eu tive uma ideia, mas não sei se vai dar certo - falou Marta, apontando para algumas árvores com galhos que encostavam na construção. - Eu sou boa em mexer com plantas. Vou tentar fazer uma coisa. Tomara que eu consiga.

A noviça retirou algumas flores de acônito do bolso de suas vestes, já que essa planta era o que fortalecia sua magia. Em seguida, esticou os braços na direção das árvores e fez uma delas se deitar utilizando seus poderes, como se seu tronco fosse feito de borracha.

- Você pode subir e eu te ergo para que possa ajudar seus amigos. Depois trago vocês de volta para baixo.

- Combinado!

Cibele segurou-se nos galhos da árvore enquanto Marta fazia ela subir de volta com sua magia. Ao chegar perto da janela, a bruxa viu que Laion e Pin lutavam contra dois guardas dentro de um dos dormitórios.

- Venham! - gritou ela.

Ao ouvir isso, Pin e Laion começaram a esquivar-se para trás, aproximando-se cada vez mais da janela. Eles não podiam pular de qualquer forma, já que poderiam ser facilmente golpeados pelos dois.

Pin era muito bom com espadas e logo acertou o peito do guarda contra quem lutava. Após isso, ajudou Laion a nocautear o outro homem. Sem os dois para atrapalhar, Laion e Pin foram até a janela e subiram na árvore junto de Cibele.

Marta novamente utilizou sua magia e trouxe os três para o chão. Assim que desceram, o homem com a cicatriz no rosto saiu de dentro do convento junto com outros dois guardas que pareciam ser seus ajudantes. A Madre Superiora e algumas freiras curiosas estavam atrás deles para ver o que acontecia do lado de fora.

Os três guardas apontavam suas bestas na direção de Cibele, enquanto o homem com a cicatriz ordenava:

- Entreguem a rainha Lena e ninguém precisa se machucar!

- Vocês não vão levar ela! - gritou Laion, colocando-se um pouco na frente de Cibele.

- Eu vou pedir mais uma vez. Entreguem a rainha Lena, ou vão se arrepender.

- Entreguem essa bruxa de uma vez - disse a Madre Superiora. - E se quiser, pode levar aquela noviça também, senhor guarda. Ela é uma bruxa que só nos dá dor de cabeça.

- Dois coelhos com uma cajadada só - riu o homem. - É assim que eu gosto.

Marta deu pequenos passos à frente e falou:

Cibele: A Bruxa do FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora