Após o ataque da rainha Lena naquela noite, a cama do quarto de Galron ficou em chamas. O rei estava deitado sobre ela e rolava por causa da dor enquanto gritava.
Vários guardas vieram até seu quarto para ver o que havia acontecido e usaram alguns cobertores para apagar o fogo. Outros guardas perseguiam a rainha Lena pelos corredores do castelo, pois a viram fugindo do quarto e certamente tinha sido ela a responsável por atear fogo no rei.
Depois de um pouco de esforço, as chamas foram apagadas, mas o rei continuava gemendo de dor. Seu corpo possuía muitas queimaduras e cheirava mal.
Os guardas prontamente cobriram seu corpo com um lençol, pois estava nu, e o carregaram para fora de castelo.
Na cidade de Wesevalon havia uma estalagem famosa por suas curandeiras, que utilizavam ervas e plantas medicinais para curar as pessoas: a Casa de Vanittar.
Em qualquer lugar do Território dos Cinco Reinos, essas curandeiras seriam presas e condenadas por bruxaria, já que utilizar plantas e ervas para curar era considerado um crime pela religião daquela época, mas a Casa de Vanittar era diferente.
As curandeiras daquele local eram muito próximas da família real desde a época que o avô de Galron comandava o reino de Darkalna, algo que atormentava muito as rainhas, pois os reis passavam várias noites na Casa de Vanittar, dizendo que não estavam se sentindo bem, apenas para manter um caso com suas amantes, as curandeiras.
Os guardas carregaram o rei Galron até a Casa de Vanittar, que ficava a cinco minutos de caminhada do castelo, durante aquela noite fria. Quando se aproximaram do local, um dos guardas gritou:
- Abram! É uma emergência!
Galron gemia de dor e jurava que morreria. Nunca tinha sentido tanta dor em sua vida. Para sua sorte, a porta logo foi aberta por uma mulher de rosto jovial. Seus cabelos eram negros e compridos, seu corpo era magro e encantador.
- O que houve? - perguntou ela, assustada.
- É o rei Galron - respondeu um dos guardas. - A rainha Lena o queimou dentro do quarto. Ele está cheio de ferimentos.
- Santo Deus! - exclamou a mulher. - Podem entrar. Vamos dar um jeito. Levem-no para as banheiras.
Os guardas seguiram a mulher por aquele local, que parecia bem rústico. As paredes eram revestidas com caule de bambu e tinham um aspecto verde e marrom. Havia várias almofadas espalhadas pelo primeiro cômodo e vários incensos que perfumavam o local.
Entraram em um corredor apertado com várias portas, onde as curandeiras dormiam, e foram até um espaço mais aberto que possuía várias banheiras, que ficavam dentro do chão. Elas pareciam pequenos lagos e tinham vários tamanhos.
Dentro das banheiras havia água quente, vinda diretamente do solo da cidade de Wesevalon, que foi construída sobre uma fonte de águas termais.
Aquele local era muito lindo e encantador. Havia algumas plantas bem verdes que davam um toque charmoso à decoração. O som da água trazia uma sensação de paz e o vapor que saía das banheiras ajudava a aquecer aquela noite fria.
- Podem deixá-lo dentro desta banheira - falou a mulher, apontando para a maior banheira que havia no local. - É a favorita dele.
Os guardas obedeceram a curandeira e soltaram o rei, sem roupas, dentro da água quente. Ele gemia muito por causa da dor e estava o tempo todo com os olhos fechados.
- Recomendo que deixem-no aqui esta noite - disse ela. - A água termal possui alguns minerais que podem ajudar a curar ferimentos. Vou usar algumas ervas para curá-lo e acredito que em breve estará bem.
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Cibele: A Bruxa do Fogo
FantasiA Lua de Sangue está se aproximando, o que significa que a temporada de caça às bruxas começou no Território dos Cinco Reinos. Guardas e inquisidores fazem rondas em todas as cidades à procura de qualquer sinal de bruxaria para que possam exterminar...