Capítulo 1 - A Verdade doí

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Sunghoon

Acordo cedo, um pouco antes do sol nascer, desço da beliche com cuidado, para não acordar ninguém, delicadamente caminho até a cozinha, onde a senhora Jeon, já preparando o café da manhã.

— Bom dia, Sunghoon. - ela diz se virando e sorrindo.

— Bom dia. - digo me curvando e sentando à mesa.

Não demora muito, para o Jake se juntar a nós, assim como eu, acordamos cedo para ir ao trabalho, antes de ir para o colégio, após as aulas voltamos a trabalhar.

Creio que como eu, ele ja perdeu as esperanças, não só de ser adotado, mas em geral de acreditar, que tudo vai melhorar quando deixarmos as 20. Afinal nossa sociedade, não é tão aceita tão bem órfãs, só nos enxergam como lixo que foi descartado, que nem mesmo a pessoa que mais devia nós amar, nos amou, então por que merecemos receber amor de outra pessoa? A resposta, para essas pessoas é simples, não devemos, nem ser amados, nem respeitamos.

Chego no trabalho e começo a ajeitar as coisas, trabalhar nessa mercearia não é ruim, ganho um dinheiro ok, consigo me manter bem no colégio, a dona é uma pessoa muito gentil, posso levar umas coisa para casa.

Porém tem um único momento que não suporto estar aqui, quando volto do colégio, e os playboys da Ethon estão aqui, afinal o povo que estuda nesse colégio, acha que por serem herdeiros, ter uma mesada que é maior que muito salário por ai, creem que podem fazer o que querem, e tratar as pessoa como querem.

Miran

A porta do escritório se abre, e o senhor lim entra, se curva levemente e sorri, ao sentar na minha frente.

— Como está vosso marido, senhora Park? - ele mantém essa pose de homem correto e serio, fazia algum tempo que não o via, creio que não deve ter mudado muito.

— Muito bem. - digo, ele me olha confuso. - Não acredite no que a mídia diz meu rapaz, eles exageram muito.

— Compreendo. - ele toma um gole de chá. - Quer alguma atualização? - fico cala. - Ok, o menino segue em uma casa provisória.

— Ok. - Coloco uma pequena mala na mesa. Ele a abre e vê, tudo aquilo que sempre buscou, poder, o poder que o dinheiro nos atrás.- Não precisarei mais dos seus serviços, minha mentira está muito perto de ser arruinada. - ele me olha e engole seco.

— Isso é para manter o meu silêncio? - Assinto. - Então não se preocupe, vou sumir.

— Assim espero.

Hyejin

Entro no quarto, onde meu pai está internado e vejo o mesmo sentado, olhando para o quadro na parede, uma tela grande, sua moldura é composta por uma madeira mais escura, porém muito bem trabalha, o céu da cor anil, lentamente se chocando com a neve, retratada de uma maneira belíssima na pintura, e uma criança sentada de frente, nos olhando, o realismo dos olhos da criança, causa desconforto e medo, deixo de observar a pintura e volta ao meu pai.

— Boa noite, por que me chamou aqui? - pergunto fechando a porta, mas não me afastando, ele me olha com os olhos cheios d'agua.

Ele intercala entre olhar fixamente e olhar o quatro e me encarar, então limpa os olhos, antes que a primeira lagrima desça.

— Eu tenho orgulho, de quem se tornou.- meu pai diz.- Um empresaria renomada, que investe em projetos sublimes, dirige minha empresa de uma forma impecável e uma mulher linda.

— Obrigado, Pai.- digo, ele sempre tece tais elogios.

— Mas sinto falta do seu sorriso.- desvio meu olhar.- Não os forçado que oferece à todos, aquele de quando era mias nova, de quanto pulava corda com sua irmã, ou contava animada o que aconteceu no livro, que estava a ler. - ele se senta na cama e aperta as mãos claramente nervosos.

— Pai, se isso por uma despedida, pare.- digo levanto a mão ao rosto e coçando minha testa.- Os doutores ja falaram que você está bem, que vai vencer essa luta.

— Eu jamais teria feito tudo aquilo, se soubesse que seu riso nunca voltaria.- ele continua falando coisas sem sentindo, me aproximo um pouco.- Mas ao mesmo tempo, você era tão novo, só minha pequena, minha filhinha, não poderia aceitar que sua vida fosse arruinada, por um erro. - esse assunto de novo não.

— Nem comece, não quero ouvir mais uma vez, vocês não respeitam minhas decisões e so me afastam, dia após dia.- me afasto um pouco é em sento na poltrona.

— Nós fizemos isso para o seu bem.- as lagrimas que tentavam se conter, já não suportaram e comeram a molhar seu rosto.- Foi para o bem de vocês dois, você era uma criança, não poderia desistir da sua vida, para cuidar do neném.

— Pai, eu vim aqui para ver se você está bem, conversar e brincar um pouco, não para ouvir essas coisas. Que só me machucam, me parece que gostam de me ferir.

— Mas se eu soubesse que você, minha filhinha sofreria tanto. - ele ignora minha fala, como sempre. Começo a pega minha coisas para sair desse lugar. - Que lentamente eu iria me definhando de culpa, arrependimento e tristeza, jamais teria armado todo aquele circo, não mandaria seu neném para a adoção.

Antes que eu encoste a mão no trinco, sua fala e atinge de um jeito diferente, apenas paraliso, meu cérebro, repetidas vezes. " Jamais teria armado todo aquele circo, não mandaria seu neném para a adoção."

Ouço cada palavra que sai da boca, me uma pessoa que até minutos atrás, eu tinha uma consideração infinita, um amor , um respeito. Não digo nada, apenas engulo meu odeio, minha dor, mas meus olhos entregam tudo que estou sentido agora, tudo.

— Era o melhor para você, era muito nova, tinha sonhos e desejos, mas foi os colocando de lado, por conta da gravidez. - ele chora sem parar. - Eu não sabia que essa decisão que tomei, destruiria, minha filhinhas, que você se afastaria da família, que perderia seu brilho por completo, se tornando fria e distante de tudo.

— Onde ele está? - tento não erguer a voz, nem chorar.

— Eu não sei, que cuidou disso foi sua mãe, nunca nem perguntei, onde ela o colocou.

Deixo o carro no meio da rua do condômino, assim que abro a porta, minha mãe está sentada, tomando algo, com aquele olhar de superioridade, que me tira do sério.

— Pra onde mandou, meu filho?

— Ele realmente te contou! - ela diz sem me olhar. - Não achei que teria coragem, afinal eu avisei que nós odiaria, até os fim dos tempos.

— Onde ele esta?

— A culpa correu um pouco de todos que participaram, mas sem duvidas, seu pai foi o mais afetado, afinal perdeu mais uma vez a princesa dele.

Só de responde onde ele está? 

Nós e o gelo Onde histórias criam vida. Descubra agora