CAPÍTULO 6

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Eu não falei mais nada enquanto seguimos viagem. Eu não podia simplesmente dizer meu sobrenome, a origem do dinheiro que comprei o meu carro ou algo do tipo. Se eu fizesse isso, logo ela passaria a me odiar da mesma maneira que ela demonstrou desprezo quando falou sobre os Bolats.

Eu sou um Bolat.
Não tenho como fugir disso.

Passamos no bar e pegamos a mala dela, que eu deixei no banco de trás do carro, alegando que o porta malas estava quebrado, apenas para que ela não chegasse a ver o arsenal que eu tenho guardado.

Levo Eda para uma casa que eu tenho próxima à fronteira com a área norte da cidade, ainda faz parte da zona neutra, mas um pouco mais perto do meu lugar. Não é uma mansão como a da minha família ou a que a família dela está acostumada, é simples, com apenas um quarto, sala de estar, cozinha, garagem e porão. Fica localizada entre muitas árvores, então não é um lugar muito visado, facilitando para mim quando venho passar a noite aqui.

— Gostei — ela diz quando entra na casa — Você mora aqui?

Ela parece desconfiada que eu não moro aqui, já que a casa não parece bagunçada.

— É o lugar que eu venho quando quero ficar sozinho. — eu sou honesto com ela.

Ela observa o lugar, olha as árvores pela janela.

— É fácil notar o porquê — ela responde.

Eda parece sem graça agora, ela não consegue me olhar nos olhos, como se estivesse com vergonha por tudo que fez esta noite.

— Você precisa de alguma coisa? Posso sair para comprar algo para você comer, acho que só tenho água aqui.

Eu não mantenho comida, só ficariam fora da validade já que eu não tenho realmente tempo de ficar aqui.

— Estou bem — ela olha a cozinha — Vou apenas pegar um pouco de água.

Ele vai até o filtro, abrindo um dos armários e pegando um copo para tomar a água.

— Eu sei o que aquelas coisinhas fazem com a gente — eu começo a conversar, apenas por ficar incomodado com o silêncio — A ressaca após o efeito da pílula passar é... terrível e vergonhosa.

Deixo ela saber que está tudo bem, que eu sei que a maioria das coisas que ela fez e falou está atrelado ao fato dela estar chapada. Ela não precisa se envergonhar e deixar as coisas ficarem estranhas entre nós.

— Onde eu posso dormir? — Eda ignora o que falei antes — Eu posso ficar no sofá.

Ela parece querer dar um fim a noite, isso me incomoda um pouco.

— Você pode ficar com o quarto — eu aviso, apontando para o corredor — Ele está arrumado, mas há lençóis novos no armário se você quiser.

Ela pega a mala, seguindo até onde eu havia apontado.

— Boa noite, Serkan — ela se retira, abrindo a porta do quarto e eu apenas fico a observando entrar.

No entanto, antes que ela possa fechar a porta, ela parece desistir. Apenas larga a mala dentro do quarto e vem em minha direção. Ela tira botão por botão da minha jaqueta, ficando parcialmente nua, até tirá-la toda do seu corpo e jogar a jaqueta na minha direção.

Ela está a apenas três passos de distância de mim. Seus seios à mostra, sua calcinha e sua bota ainda em seu corpo.

— Obrigada pela jaqueta — ela diz, dessa vez me dando as costas e indo em direção ao quarto novamente — E antes que eu esqueça — ela avisa, seus olhos frios agora me olhando — Eu não estava drogada, confira no bolso.

DYNASTYOnde histórias criam vida. Descubra agora