CAPÍTULO 15

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Eda está trancada no meu quarto desde que eu saí porta afora, ela colocou todos para sair e ficou sozinha. Agora estou em frente a porta e não sei o que fazer ou falar, ainda não sei como agir perto dela agora que tudo mudou.

Reunindo coragem, eu bato na porta esperando uma resposta, mas ela nada diz.

— Eda, sou eu, Serkan, poderia abrir a porta?

Alguns segundos passam e eu não ouço nada vindo de lá. Fico ansioso, começando a pensar no pior.

— Eda, se você não abrir eu vou... — mas a porta é aberta por ela antes que eu possa terminar minha frase.

— Oi — falo sem jeito, sentindo meu coração acelerar. Tento me convencer de que é apenas reação proporcional a ansiedade que senti — Você está bem?

— Não precisa ficar pisando em ovos ao meu redor, Serkan. Está tudo bem comigo, eu estou viva não estou?

A maneira que sua voz soa me deixa em alerta. Ela está irritada, porém contida, é como uma bomba prestes a explodir.

— Então você não vê problema em dividir o quarto comigo, não é? — eu respondo, abrindo toda a passagem e entrando no quarto.

— Você não vai ficar aqui!— ela protesta.

— Claro que vou — tiro meu sapato e guardo na prateleira — Aqui é o meu quarto, afinal.

— Mas eu estou aqui.

Como se fosse fácil não estar ciente de sua presença...

— E daí? irmãos dividem quartos, supere isso.

Como se você conseguisse superar o fato de que não pode tê-la...

Eda solta um sorriso irônico que arrepia meu corpo inteiro.

— Algumas horas atrás eu estava pedindo para que você me beijasse, desculpa Serkan mas eu não vou criar uma irmandade com você literalmente de uma hora para a outra.

Bom, eu também não, mas estou tentando.

— Talvez o que nós... uh... tínhamos já fosse nossa ligação por sangue se expressando — eu volto a falar — E nós acabamos confundindo tudo por não saber de nada.

— O que nós tínhamos era tesão, atração, desejo mútuo — ela não poupa palavras — Eu já pensei demais sobre isso para negar o que estava acontecendo e quanto antes você parar de achar desculpas, mais rápido você vai superar esse constrangimento.

Assim parece até fácil...

— Então, irmãzinha — eu ironizo para irritá-la — Você vai jantar na mesa com os outros ou aqui no quarto?

Ela me olha como se a resposta fosse óbvia, e é, mas eu não poderia deixar passar a oportunidade de ver seu rosto raivoso com minhas perguntas idiotas.

— Vou pedir para que Seyfi...

— Não — ela me corta — Você traz a comida.

E é assim que eu saio do quarto como um mordomo para ir buscar a comida dela e a minha.

Quando volto Eda já tem tomado banho e usa uma calça e um casaco de moletom, que obviamente são meus. Seu cabelo ainda escorre um pouco de água, mas ela não parece se importar.

Nosso jantar é em silêncio a maior parte do tempo e, por mais que a tensão estivesse presente, não era constrangedor estar na presença dela.

— Precisamos falar com seu pai — eu introduzo o assunto quando ela está terminando um copo de suco.

DYNASTYOnde histórias criam vida. Descubra agora