CAPÍTULO 12

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Nenhuma pergunta foi feita a mim desde que pousei o helicóptero na minha propriedade até o momento que entrei no meu quarto com Eda no colo e a coloquei deitada em minha cama. Todos me viram sair com ela, mas ninguém ousou questionar quem era a mulher que eu tinha em meus braços.

Eu sei que quando ela acordar será um momento difícil, que ela vai querer se vingar por eu tê-la dopado, e é por essa razão que eu faço mais uma coisa que eu vou me arrepender depois: eu deixo uma de suas mãos presa a cama com uma algema.

— Senhor Bolat — uma voz feminina chama na porta. Eu reconheço a voz como de Leyla, uma das funcionárias da casa — Posso entrar?

Mas eu não deixo que ela entre, não quero que ela perceba Eda presa a cama e pense que ela é minha prisioneira ou um risco para os outros. Sigo até a porta e saio para encontrá-la, há uma bandeja com água em suas mãos.

— Desculpa senhor, informaram que havia uma mulher desacordada com o senhor, trouxe um pouco de água e queria saber se há algo que eu possa fazer.

— Obrigada pela atenção, Leyla, a mulher está bem — não falo o nome de Eda — Mas agradeço pela água. Seyfi está em casa?

Preciso falar com ele antes que Eda acorde, para que ele me explique porque estava preocupado com ela e porque cedeu nossas armas para ela mesmo sabendo que meu pai não iria deixar isso passar em branco.

— Não, senhor, saiu faz pouco tempo, mas disse que não demoraria.

Bom, o remédio não vai demorar muito tempo mantendo Eda desacordada.

— Avise-o para me encontrar assim que chegar.

Layla assente e me entrega a bandeja, saindo para voltar a sua função pela casa.

Entro no quarto e deixo a bandeja na mesa próxima a cama, observando que Eda ainda não se moveu. Seu rosto ainda está sereno, alheio ao lugar que ela está... E só me resta esperar e torcer para que ela não me odeie muito quando acordar.

Eu não dei uma alta dosagem para ela, o que faz alguns minutos depois eu perceber Eda se movimentar ao meu lado na cama, mas claro que a primeira coisa que ela nota é a mão presa, abrindo os olhos instantâneamente.

Ela ainda parece desorientada, mas quando me vê sentado ao lado dela na cama, seu rosto confuso se suaviza apenas para perceber de novo sua mão presa a cama e o lugar diferente que está.

— Você precisa ficar quieta — eu falo calmamente — Por favor, me escute.

— Onde eu estou e porque eu estou presa, Serkan? — ela puxa o braço forte, tentando soltar a algema.

— Assim você só vai se machucar — eu tento segurar sua outra mão, mas ela se afasta de mim. Ela já não confia mais em mim... — Eu vou te soltar, mas primeiro preciso que você me escute.

Ela olha mais atentamente ao lugar, provavelmente observando que esse meu quarto é maior que a casa que nós estávamos juntos na zona neutra.

— Eu ocultei muitas coisas da minha vida, você sabe disso — eu tento encontrar uma maneira mais fácil de me revelar para ela — Primeiro eu quero que você saiba que você não corre risco aqui, essa algema é mais para a minha segurança, já que você vai me odiar por tê-la dopado, e me desculpe por isso.

— Vá direto ao ponto. — Sua voz é séria, fria, a raiva contida deixa os músculos do seu corpo tensionado, eu posso perceber.

— Meu nome é Serkan Bolat — ela fecha os olhos, respirando fundo no exato momento que eu revelo minha identidade — Sou o principal e único herdeiro direto a assumir a liderança da dinastia Bolat.

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