CAPÍTULO 16

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Eda tem sido relutante em sair do quarto, ela não aceita a presença de mais ninguém que não seja eu. Ela ainda está com raiva de Seyfi e meu pai também não aparece por perto, respeitando o espaço que ela precisa, afinal, apesar do elemento sanguíneo, os dois não tem uma relação de pai e filha.

Quando não estou com ela no quarto, vale ressaltar que eu estou dormindo no chão enquanto ela fica com a cama mesmo que eu tenha insistido para ela ficar em um quarto de hóspedes,  eu procuro o meu pai para que ele me atualize das novidades a respeito de alguns homens que nós pegamos circulando por fora da propriedade sem permissão. Eles foram soltos, claro, mas há alguns de nossos homens no rastro deles tentando encontrar alguma ligação entre eles e os homens que tentaram matar Eda.

Com Eda sumida de casa e sem ser encontrada na zona neutra, Kemal nos avisou que os Yıldız estão calmos demais, mas que um de seus homens prendeu uma mulher que havia pichado o muro da casa deles dizendo que em breve o verdadeiro Yıldız assumirá o posto de liderança.

O que não faz nem sentido já que Eda, apesar de ser herdeira, ainda não é o primeiro obstáculo entre Efe e a dinastia.

— Eda — eu chamo sua atenção quando estou em minha mesa, preenchendo alguns papéis.

— Uh?

Ela sequer me olha, está concentrada me ajudando a terminar semanas de papelada que deixei acumular.

— Não quero mais ficar aqui, estou entediado.

— Foco nos papéis, Serkan.

Mas eu não quero mais ter que ler nada sobre rastreio e entrega de armas.

— Por favor, vamos andar lá fora, você ainda sequer conheceu a propriedade...

— Eu não preciso conhecer — ela me corta.

— Precisa, tecnicamente você é uma Bolat, se algo acontecer comigo você se torna a única na linha se sucessão — eu pisco para ela — Como você se sente sabendo que é herdeira das duas principais dinastias do país?

Eu finalmente pareço ter atingido a paciência dela, quando no momento seguinte ela joga todos os papéis no meu rosto, fazendo uma nuvem de folhas caírem no chão do quarto.

— Vamos — ela me chama, levantando da mesa — Me mostre logo a propriedade e pare de encher meu saco.

Ah, finalmente!

Eu mostro os cômodos da casa, é enorme, claro, mas é desinteressante. Por onde passamos os empregados nos olham curiosos, Eda parece desconfortável, mas não perde a postura de superioridade.

— Aqui você vai gostar — eu aviso quando nos guio até o subsolo, há dois homens fazendo a segurança, mas eles apenas nos deixam passar e eu coloco meu código de segurança na porta.

Assim que a porta é destrancada podemos ter uma visão completa das prateleiras com os mais diversos tipos de armas fabricadas por nós.

— Não brinca! — ela fica boquiaberta, ainda na soleira da porta.

— Dê uma olhada mais de perto — eu mando — As que você tinha com você não é nada se comparado a nossa coleção.

Ela vai até a primeira prateleira e pega uma das armas, uma Kalashnikov, admirando os detalhes.

— Seyfi deveria ter mandado uma dessas — ela faz biquinho.

Fofa, mesmo com uma arma de guerra em mãos.

— É sua — eu digo me encostando na parede para apenas observar a empolgação dela.

É bom encontrar uma pessoa que compartilha da mesma paixão que você, mas é simplesmente triste que ela seja minha irmã.

DYNASTYOnde histórias criam vida. Descubra agora