CAPÍTULO 11

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Sem mais beijos, sem mais toques entre Eda e eu, mas ela se recupera bem do ferimento. Os pontos que fiz não inflamaram e cinco dias depois as marcas dos machucados no corpo dela já estão quase que completamente invisíveis.

Enquanto ela se recuperava dos ferimentos, não fui embora e não saímos em outra missão, apenas ficamos em casa maratonando séries e filmes como se fossemos dois adolescentes desocupados. Até que eu ouço um celular tocar, mas ele não é meu. Eda está no banho e eu olho o identificador de chamadas: Uma foto recente de Seyfi e ela brilha incansavelmente na tela, enquanto a ligação não para.

Nos últimos dias eu me permiti deixar de lado o mistério que ronda a rivalidade de nossas famílias, mas ter de volta o lembrete de que está cada dia mais próximo de nós passarmos a nos odiarmos, deixa um gosto amargo na minha boca.

Uma Eda apenas de toalha sai do banheiro às pressas.

— Seu celular está tocando — aviso — Nome de Seyfi no identificador.

Ela sorri e pega o aparelho, entrando no quarto e fechando a porta. Em todos esses dias eu nunca tive esse tipo de sorriso dela direcionado a mim, o que me leva a crer que Seyfi realmente tem um impacto muito positivo na vida dela... mas porque ele preferiu ficar do lado Bolat, se poderia conviver com Eda?

Poucos minutos depois ela aparece na sala, mais uma vez usando uma de minhas camisas, o que parece ter se tornado parte da rotina dela.

— Ligação importante? — questiono, tentando tirar dela alguma informação.

— Era meu... tio — ela explica — Ele não é realmente meu tio, mas eu sinto como se fosse.

— Você parece feliz com a ligação — eu observo.

— Fazia um bom tempo que eu não falava com ele, então foi bom ter contato — ela senta ao meu lado ligando a TV.

— Você poderia ir encontrá-lo.

Ela pensa por alguns minutos, como se estivesse considerando minha ideia.

— Você iria comigo?

Ah, não...
Sua pergunta me pega desprevenido.

— Você quer que eu vá com você?

Eu devolvo com outra pergunta.

— Talvez eu convença você a trabalhar para mim — ela sorri de lado — A ficar na propriedade comigo.

— Eu não sou tão bom quanto você pensa.

Eu estou mentindo pra você, Eda.

— Acho que você dá pro gasto — ela debocha, me olhando de cima a baixo.

Sento no sofá e ligo a televisão, mas realmente não consigo prestar atenção em nada do que está passando. Tem sido divertido estar com Eda, mesmo com todas as provocações que me tiram do eixo, os últimos dias foram a prova do quanto ela é uma mulher divertida e engraçada por baixo da marra de herdeira de uma dinastia.

Penso sobre como ela conseguiu sair viva de uma emboscada com dezenas de homens armados e agora passeia pela casa cantarolando músicas aleatórias enquanto arruma alguns móveis de lugar. Sua morte seria uma perda enorme, não só pelo caos que deixaria a cidade, mas porque ela é uma pessoa que faria falta no mundo.

— No que você está pensando? — ela pergunta de repente, sentando ao meu lado.

— Em vingar quem abriu sua barriga.

Minha honestidade faz sua expressão mudar do choque para a graça.

— Foram apenas sete pontinhos, você está exagerando. — ela sorri.

DYNASTYOnde histórias criam vida. Descubra agora