Proteja-me Enquanto Puder

" Nao fuja de novo "

O calor era agradável, os braços firme lhe seguravam como se não o fizessem, ele fosse sumir novamente. Gulf ainda se sentia sonolento mas o sorriso surgiu assim mesmo em seus lábios, o sono foi o mais agradável e relaxado que o modelo já tivera em anos. Apenas a presença de Mew já lhe deixava nas nuvens, mas agora com o segurança deitado às suas costas, com o corpo tão próximo do seu, Kana não podia evitar de corar com as sensação que despertavam em seu corpo. Mas as vozes agitadas pelo quarto lhe chamaram a atenção — Onde… Como ele sumiu… avise a segurança… ele pode ter passado mal – a voz nervosa das enfermeiras pos Gulf em alerta, mas mais agitado ele ficou quando a frase foi dita e logo a pequena cortina amarela, que escondia sua cama foi aberta — Talvez o colega de leito saiba onde… ele… está – a frase da garota foi morrendo conforme elas puderam ver a cena sobre a cama, Gulf vermelho como um tomate lhes encarava de olhos arregalados, enquanto Mew se agarrava em seu corpo como se fosse uma cobra capturando sua presa. Os resmungou de "ohhh" e " me desculpe não vimos nada " colocaram o menor em um estado ainda mais envergonhado, mas assim que elas saíram a risada rouca ao seu lado lhe arrepiou a espinha — Você estava acordado !? – Gulf não podia crer que ele permaneceu assim de propósito — Seu coração tá batendo tão rápido que não tinha como não ouvir – Kanawut se cobre com a coberta tentando inutilmente esconder seu constrangimento, porém o mais velho ainda sorrindo se ergue sobre si e puxa a coberta pra longe de seu rosto — Elas nos viram assim, o que vão pensar ? – Kana encara o mais velho de olhos levemente úmidos — Vão pensar que são duas pessoas que se amam – um carinho era feito no rosto do garoto — Eu não me importo Tu-eng, por mim que o mundo descubra o quanto te amo, que todos saibam que não posso viver sem você, não me importo se todos me virarem as costas, contanto que você ainda sorria pra mim, minha vida estará completa – Gulf não tinha reação diante daquela declaração, apenas encarava o mais velho com olhos piscantes e emocionados, Mew lhe sorri novamente mas agora aproximando seus rostos.

Os lábios calorosos abraçam os de Kanawut em um beijo doce e inocente, mas não por muito tempo — Gulf, abra a boca – assim como pedido o menor obedeceu, os lábios carnudos do modelo foram sugados e levemente mordidos por Suppasit, antes que a língua invadisse sua boca e arrancasse um ofego baixo de Gulf. A sensação era surpreendente era como aquela vez no parque mas mais avassaladora, o garoto não conseguia pensar direito cada vez que a língua de Mew esbarrava na sua, era como se seu estômago estivesse em uma montanha russa, as mãos de Mew tocam sua cintura e o choque que corre seu corpo, arruína toda atmosfera do romance. 

Na mente de Gulf as imagens voltam a se repetir, o frio da água, o calor da carga elétrica, o cheiro de urina que não pode ser evitado pelo trauma sofrido em seu corpo, a risada que ecoava em seus ouvidos, trás de volta os momentos de terror em seu passado nada distante. Mew assustado se interrompe no momento em se sente o corpo do garoto travado e a voz engasgada pelo choro — Gulf… Gulf me perdoa, tá tudo bem… Sou eu, me perdoa Gulf, tá tudo bem agora – as lágrimas já não eram contidas, mas o menor sabia quem estava ali. A roupa de Suppasit era segurada com força pelo garoto enquanto o corpo expressa em soluços e tremores os medos ainda gravados em sua memória.

Foram necessários carinhos nas madeixas escuras e alguns remédios pra que Gulf finalmente se acalmasse. Suppasit encarava agora o garoto ainda adormecido sob a cama, o peso da culpa apertava o peito do segurança, os olhos começam a ardem sem poder negar as lágrimas que já se apossavam das íris acastanhadas, as mãos cobrem a boca afim de evitar o barulho do choro, ele não queria acordar o menor e não podia sequer pensar em sair de seu lado de novo, o corpo tremia com os soluços de culpa, uma culpa que se misturava ao passado, trazendo ainda mais peso ao coração de Mew — Ela não gosta quando você chora – a voz de Gulf assusta o mais velho, que ergue a cabeça rapidamente, sem tempo de limpar as gotas pelo rosto — Ela me disse que você se culpa, mas que você não tinha controle, algo sobre ser o destino dela – Gulf parecia entorpecido pelas medicações mas falava tão sério e carinhoso que Suppasit ficou confuso e surpreso — De quem está falando Kana ? – Mew segura sua mão com delicadeza enquanto sorri ao mais novo, talvez fosse alucinações devido aos calmantes, mas conforme as palvras de Gulf vieram até si ele sentiu o peito pesar e ficar leve logo em seguida — Oh não, não perguntei seu nome – o garoto parecia um gatinho que foi  repreendido por arranhar o sofá, Mew acaricia seu rosto  lhe sorrindo — Ela veio me ver de novo, você não a viu !? Ela não gosta quando você chora, ela fica triste por que você acha que foi culpa sua, mas ela estava bem em partir naquele dia. Pediu pra que eu ficasse ao seu lado já que você não sabe se cuidar sozinho, que não lhe faz bem comer só comida instantânea. Você deve se alimentar bem. Me pediu pra cuidar de você apartir  de agora, já que ela não poderia mais ficar ao seu lado. Talvez ela fosse mudar de emprego, o uniforme de enfermeira dela era diferente dos daqui, mas o sorriso dela me lembra o da enfermeira Prin, exceto pela pequena pintinha  no canto dos lábios – Gulf claramente estava confuso pelas medicações que ainda corriam em suas veias, mas o teor daquelas informações deixou Mew em completo alerta, porém a batida na porta interrompe sua pergunta ao mais novo — Com licença, desculpe a intromissão só queria ver como está o senhor Kanawut antes do meu turno acabar – o sorriso da enfermeira citada a pouco era caloroso e amigável, ela se aproxima do leito do garoto que meio entorpecido sorri largo e atrapalhado — Hoii, você trocou de roupa de novo, não devia trabalhar em muitos lugares ao mesmo tempo, vai ficar doente também, disse pra cuidar dele, mas devo cuidar de você também, não… não pode ir – segurando a roupa da enfermeira Gulf os deixa confusos mas ao mesmo tempo arranca risadas pela conversa desconexa, porém o puxão meio estabanado faz com que a bolsa da garota caia, espalhando seu pertences pelo chão — Ohh – o pequeno gemido sai dos lábios de Gulf que rapidamente já começa a chorar pela culpa do acidente  — Ohhh senhor Kanawut está tudo bem, não foi nada de mais – a mulher consola o garoto fazendo um pequeno carinho nas mãos do menor.