ㅡ Thomas! ㅡ Drogo sufocou um grito. Imediatamente ele desceu de sua vassoura, a jogando de qualquer jeito no chão, para correr de encontro ao corpo inerte de seu amigo. ㅡ Thomas!
O Báthory mal estava conseguindo pensar direito, e no segundo seguinte, desabou de joelhos ao lado de Thomas. Ele estava desacordado e desconfortavelmente branco.
No plano que tinham combinado, Thomas teria caído num chão de veludo e ele teria pulado da vassoura. Não sabia se tinha sido armação de alguém, mas o que aconteceu foi bem diferente da estratégia combinada. Drogo sentia cheiro de magia das trevas naquela vassoura desobediente.
Sinceramente, Drogo já vira cadáveres com cores melhores. Inspirando profundamente para evitar uma crise de pânico, ele colocou a mão trêmula na cavidade do pescoço de Thomas.
Batimentos fracos pulsaram contra seus dedos.
Um sorriso repleto de esperança iluminou o rosto de Drogo. Ele estava vivo, apesar do baque.
Sem nem pensar duas vezes, Amybeth desceu da arquibancada como um raio enquanto ouvia os professores analisarem a vassoura e ao chegar no gramado, correu como nunca até estar ajoelhado ao lado de um dos enfermeiros que socorria o capitão do sol.
ㅡ Pelo visto ㅡ ela analisou, dotada de uma calma incomum ㅡ, ele vai ficar bem. Minha mãe era medibruxa. Parece ter fraturado o pescoço, mas não é grave.
ㅡ Sinto muito, senhores ㅡ um dos enfermeiros disse, gentilmente. ㅡ Nós precisamos levar o amigo de vocês urgentemente para a enfermaria. Precisamos examiná-lo com mais precisão.
ㅡ Ele vai ficar bem? Por favor, por Merlin, me digam que... ㅡ Drogo disse, mesmo depois do monólogo de Amybeth.
ㅡ Eles não podem dar nenhum diagnóstico antes de um exame minucioso, Drogo. Para isso, eles precisam levá-lo à enfermaria ㅡ esclareceu Amybeth Campbell, pousando sua mão delicadamente sobre o ombro do rapaz.
Ele levantou a cabeça, decidido.
ㅡ Eu vou com ele! ㅡ Drogo avançou alguns passos
Amybeth segurou-o pelo braço, não que fosse mais forte que ele.
ㅡ Espere!
Drogo teve uma terrível sensação de sufocamento e então viu tudo à sua volta girar loucamente. Ele respirou fundo. O que estava acontecendo com ele ultimamente? Estava mais emocional do que nunca.
ㅡ Eu não quero ser rude, mas eu preciso de ar. Eu não consigo respirar, Amybeth ㅡ disse o rapaz com dificuldade. ㅡ Eu quero ir para a enfermaria com ele. Eu quero ver o meu amigo.
Amybeth o soltou.
ㅡ Ei, fica calmo ㅡ Amybeth pediu. ㅡ Olhe para mim, Drogo.
O bruxo obedeceu por um momento, mal conseguindo falar. Seu corpo inteiro tremia ao mesmo tempo em que perdera o controle dos músculos. Ele tentava desesperadamente se manter consciente enquanto tudo ao seu redor parecia ficar cada vez mais distante e desbotado.
Thomas estava sendo colocado na maca para ser levado para fora de sua vista e ele estava ali, parado, sendo impedido de andar e sem conseguir pronunciar uma palavra sequer. Drogo olhou em volta e viu que Freya e Nêmesis estavam acompanhando o seu melhor amigo.
Drogo rapidamente percebeu que a sensação de desespero que estava sentindo se transformara em dor física; seus joelhos cederam e ele teria caído com tudo no chão se Noah Albertiniz não tivesse o segurado à tempo.
ㅡ Cuidado, cara ㅡ o rapaz alertou.
ㅡ Drogo, se acalma ㅡ disse Amybeth, o ajudando a ficar de pé. ㅡ Eu sei o que você está sentido. Eu já passei por isso. Sensação de sufocamento, coração à mil, dificuldade em assimilar os acontecimentos ao redor... Eu sei, eu sei. Nós vamos até lá, não se preocupe ㅡ a ruiva tentou o tranquilizar ㅡ, mas primeiramente você precisa se acalmar. Olha pra mim, por favor.
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Le Fay e Montreaux
FantasyNa renomada Universidade de Artes Místicas Le Fay e Montreaux, excêntricos bruxos e bruxas desenvolvem suas habilidades místicas, ampliam seus horizontes e evoluem seus dons naturais. Com as portas finalmente abertas, os dias prometem ser perfeitos...