XXI: As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley

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Duas necessárias investigações paralelas organizadas pelo grupo aconteciam simultaneamente naquele dia. E a primeira — que estava sendo coordenada por Noah, Kentin e Drogo — tinha como seu principal objetivo descobrir mais sobre a tal pessoa que lançou a maldição sob a escola. Falando nesta, a segunda investigação do grupo — conduzida por quatro membros: Nêmesis, Thomas, Amybeth e Freya — tinha como objetivo aprender mais sobre a tal maldição e encontrar uma forma de acabar com ela.

E, preferencialmente, de uma vez por todas.

Por sorte, situado na parte de trás da ala principal do casarão, havia uma suntuosa biblioteca de três andares de altura, cujas prateleiras, recheadas de volumes antigos, revestiam todas as paredes até o teto.

Nenhum dos dois grupos, porém, tinha conseguido resultados muito satisfatórios. Suas mentes afiadas estavam trabalhando a todo vapor, mas de alguma forma não conseguiam chegar a lugar nenhum, mesmo após a chuva de informações dada pelo Velho Salomon. Tinham muito e, ao mesmo tempo, tinham pouco em mãos. Tinham pistas que os levava a todos os lugares e, ao mesmo tempo, tinham pistas que não os levavam a lugar nenhum.

Era um baita de um mistério a ser solucionado.

— Não existe nada conclusivo sobre ela — Noah reclamou, não sabendo bem o que tinha o levado até aquele abismo. — Não sei como isso pode ser possível. Ela é parente de Morgana Le Fay!

— Bem, deve haver alguma coisa — argumentou Drogo, mordendo o interior de sua bochecha. Notoriamente, ele não estava a fim de ceder. — Um Le Fay jamais passaria despercebido pela história.

— Pelo visto, encontramos uma exceção — ralhou Kentin, com uma carranca. — Não tem nada mesmo. Ela parece ser uma incógnita total.

— E é — Noah pontuou, exausto, olhando a luminária da biblioteca. — Tão confusa quanto uma equação matemática.

Drogo bufou. Equação impossível, isso sim.

— Nem me fale. — Drogo virou uma página do livro que tinha em mãos. Era um livro de história sobre cada um dos diretores da escola.

No rodapé, escreveu a seguinte equação:

(a + b) (a - b) = a² - b² + 1

Prosseguiu:

— É insolúvel. A descrição sobre ela nesse livro é muito sucinta — reclamou, passando a mão pela testa. — A data de nascimento, o local e a morte, por exemplo, são informações desconhecidas. E embora eu tenha quase certeza de que ela e a sua suposta irmã tenham vivido entre os séculos cinco e seis, é como se…

— Como se alguém ocultasse as informações — Kentin completou, suspirando profundamente.

— Exato. Isso é frustrante. E só pra constar, eu não duvido de nada vindo de Le Fay — Drogo comentou e coçou o queixo, pensativo. Deixou a equação de lado por um momento e focou sua mente em outros problemas. Cruzou os braços; o ajudava a pensar melhor. — Hum, ela é gêmea de Morgana Le Fay. Qual a história de Le Fay?

— Controversa — Noah respondeu, comprimindo os lábios. O Báthory já esperava por essa resposta, afinal. — Rainha de Avalon. Inimiga de Merlin. Meia-Irmã do Rei Arthur. Dama do Lago. Bruxa das Trevas… Ela também parece ter misteriosamente desaparecido.

— Junto de sua história.

— Algo não bate — Kentin ponderou. — Quando foi que Benedith Le Fay fundou a escola?

Drogo deu de ombros.

— A fundação da escola é incerta, porém, provavelmente foi durante a Idade Média… — ele respondeu.

Le Fay e MontreauxOnde histórias criam vida. Descubra agora