Kara Marie Danvers | Point of View
No dia de visitas eu acordava um pouco mais empolgada, meus dois melhores amigos nunca deixaram passar nenhuma, isso me confortava um pouco.
— Danvers. – A agente abriu a cela e logo estávamos nas mesas. Sentei perto da janela e logo Caitlin e Barry apareceram na porta, estavam sorrindo.
— Obrigado por terem vindo.
— Você fala como se não fossemos vir. – Barry disse e nos abraçamos ao mesmo tempo.
— Como você está? – Caitlin me analisou, ela é médica, sempre checa meu pulso, meus olhos e pede para eu colocar a língua para fora. Como uma consulta rápida antes de um carcereiro nos mandar sentar.
— Estou bem, Caith. E vocês?
— Ansiosos, falta tão pouco para você sair.
— Nem me falem, estou com tanto medo, pois aprendi a me virar bem aqui, agora ter que recomeçar, arrumar emprego e todo o preconceito.
— Nós estaremos com você, Kara. Eu já desocupei o outro quarto da minha casa e só estamos esperando por você.
— Acham que Alex vai vir me esperar? – Eles se olharam. — Eu sei, ilusão demais.
— Ela nem pergunta por você, Kara. Seu tio pergunta, mas só por educação. Agora o Monel está sempre perguntando por você.
Mike Monel Mattews Danvers, o nome é diferente porque ele é meu meio irmão, fruto do primeiro relacionamento do meu finado pai. Monel... sempre fui mais próxima a Alex.
— Por isso tenho medo, enfrentar tudo isso.
— Pense que vai poder viver, paquerar, encontrar alguém, fazer novas amizades. – Barry disse tentando me incentivar. Respirar no parque, meditar e criar um cachorro. Tudo que você quiser fazer.
— Transar. – Caitlin disse e eu fiz uma careta. — Estou falando de transar por estar com tesão em alguma moça. Não vai ser abuso, não vai ser uma brutamontes te ameaçando, vai ser porque você quer.
— Você devia ter denunciado.
— Claro. Todos acreditariam na assassina. – Falei e travei, nunca tinha me referido nesta conjunção. — Mas agradeço que foi por uma mulher e não por um homem, nunca vou poder retribuir tudo que fizeram por mim, irmãos. Obrigado por não terem me deixado a mercê.
— Estamos aqui para isso e nunca sairemos do seu lado.
Eles não saíram nos piores momentos, sempre me ajudaram e se não fosse por eles, minha condição me colocaria em uma cela cheia de marmanjos. Foi tudo tão rápido e difícil, eu tinha quatorze anos, em uma noite comum, saí de uma festinha na casa de Caitlin, estava com minha bike, mas deixei que o pai de Barry me deixasse em casa. Meus pais me deram um sermão, disseram que eu nunca entenderia o que é ter uma família e deviam ter me deixado trancada na casa até ser maior idade e ser legal me colocar para fora.
Lembro de ter esbravejado que eles deviam morrer e que eu nunca os consideraria meus pais, Alex me abraçou forte e disse para eu me acalmar, ela sempre me fazia sentir em casa ali.
— Kara?
— Oi.
— Não precisa pensar muito, nós estaremos com você quando sair.
— Vai dar tudo certo. – Eles apertaram minhas mãos.
— O horário acabou.
Nos despedimos e voltei para a lavanderia, pois é meu turno de limpeza. Me olhei no reflexo da máquina e me espantei por estar tão acabada. Depois sorri, em um lugar desses é impossível não envelhecer vinte anos em dois dias. Imaginar estar desde os treze assim. Seis anos em um reformatório, o mais cruel dos lugares e sete anos aqui, onde não fui bem aceita, mas não foi tão difícil como lá.
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Veneno - Karlena
Fanfiction🌟 A D A P T A Ç Ã O 🌟 Fui presa aos 14 anos e aprendi a me virar como pude enquanto passava pelo inferno. Agora com 27 anos e com minha liberdade muito próxima, vou contar com a ajuda dos meus leais amigos para me reintegrar à sociedade. Querem sa...