Veneno - Karlena

Capítulo 25 - Confusa

Lena Luthor  |  Point of View

Estou na reunião mais demorada da minha vida, estou ficando tonta e muito enjoada, estou sem me alimentar desde o café e o Senhor Dalton é muito difícil de agradar.

— Não! Eu quero de um jeito mais rústico.

— Senhor Dalton, estamos fazendo de uma forma que não fique tão cara e muito mais prática.

— Não. Quero outro projeto até sexta.

Ele saiu da sala e me sentei, não queria decepcionar a Kara, e não sei se já posso dispensar clientes. Pelo menos ele saiu, o perfume dele que estava me deixando enjoada.

— Eu sei dos seus planos e não vamos deixar isso para sexta. Vamos até tarde hoje e amanhã só organizamos o resto dos trabalhos para sua viagem.

— Como sabe, pai?

— Você ficou mais branca que o normal. – Sorri para ele.

— Kara é um anjo e não está reclamando, mas…

— Sei muito bem, sua mãe entende também, mas no começo sofreu um pouco com minha ausência.

— Sim, ela não reclamou, mas eu sinto que estou devendo, sabe?

— Tem que pegar mais leve, seus amigos deveriam mesmo trabalhar conosco para não te sobrecarregar.

— Estou conversando com eles, mas até lá uns fins de semana prolongados vão ajudar.

— Vamos trabalhar logo nisso, mas vamos avisar em casa primeiro.

Liguei para Kara, mas ela estava tão entusiasmada com nossa viagem que nem ficamos naquele silêncio constrangedor que costuma rolar quando eu falo que vou me atrasar.

Foram horas naquele projeto, o almoço foi ali mesmo, enquanto deixávamos tudo do jeito que o cliente queria, mesmo que fosse mais caro e nada agradável esteticamente.

— Finalmente terminamos.

— Nem me fale, preciso de um banho e de uma massagem.

— Somos dois.

— Eca!

— Ah! E eu posso ouvir essas baixarias.

Quando levantei sorrindo, não sei se foi o movimento rápido para pegar meu casaco, mas eu fiquei muito tonta e quase cai, meu pai me segurou.

— O que houve, filha?

— Nada, eu só estou um pouco tonta.

— Ficou agora?

— Tem dias que estou assim, mas não estou me alimentando muito bem, deve ser isso. – Ele ficou me encarando por um tempo.

— Está enjoada?

— Um pouco.

— Vamos ao hospital.

— O que?

— Precisamos ver isso, filha.

— Pai.

— Isso mesmo! Sou seu pai e você vai comigo.

— Não avisa ninguém, isso não é nada.

Ele não disse nada, na verdade, a única coisa que ele falou depois disso foram mais sintomas para a médica do plantão.

— Tudo bem, querida, vamos passar ali e aquele moço bonito ali vai te examinar.

Sorri e assenti, acompanhando o médico.

— Tonturas e enjôo?

— Sim.