Capítulo 11 - O ponto de equilíbrio de uma energia cansada

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Kara Marie Danvers  |  Point of View




Era bom ter Lena por perto, preciso de pessoas assim ao meu redor para me sentir segura. Entrar naquela loja me deixou frágil, me senti um balão entre espinhos, como se eu fosse explodir a qualquer segundo.

— Olá, como podemos ajudar? – O moço caminhou até onde eu estava e sorriu.

— Preciso falar com a Alex.

— Você a conhece?

— Sou irmã dela.

— Irmã? – Ele me olhou estranho. — Deixa eu falar com ela, pode ficar à vontade.

Ele subiu a escadaria ao lado da janela lateral e eu fiquei olhando os quadrinhos ali expostos. Ele demorou, ou minha ansiedade estava me sufocando, o tempo realmente parou, não é possível que algo demore tanto.

Quando o moço finalmente desceu as malditas escadas, ele não estava mais tão amistoso, bem sério se aproximou.

— Ela não quer falar com você.

— Tudo bem, eu entendo. – Virei, mas óbvio que eu já esperava isso, então dei a volta nele e corri para as escadas, três portas me afastavam dela, de primeira entrei na sala dela, mas o cara se jogou contra meu corpo, me derrubando e me fazendo chocar minha cabeça na porta. — Alex, precisamos conversar, é bem rápido, prometo não me demorar, me dê cinco minutos.

— Largue ela, Winn. Eu disse para não ficar nervoso, ela não faz nada em público.

— Eu não vou deixar a senhora sozinha.

— Não se preocupe, ela nunca faria nada comigo.

— Lógico que não. – Falei, ele não parou de me asfixiar, eu podia demolir ele na pancada, mas isso dificultaria mais minha conversa com ela.

— Deixe ela, Winn.

Ele me largou e eu me levantei rapidamente, gritando contra seu rosto e ele ficou branco, provavelmente se borrou todo, gargalhei com aquilo, ela o retirou dali e me sentei na poltrona ao lado da porta, massageando minha cabeça que doía bastante.

— Rápido, Kara. Tenho muito o que fazer.

— Seus negócios vão bem?

— Sim, por isso não posso me demorar.

— Você disse que nunca vai me perdoar pelo que fiz.

— Lógico que não, perdi meus pais por sua causa. – A encarei com a sobrancelha arqueada.

— O que aconteceu naquela noite?

— Meu Deus, Kara, como você é dissimulada... não é possível isso.

— Alex, eu assumi a culpa porque o Monel me falou que você fez aquilo.

— Você não vale nada mesmo, Kara. Monel me disse que você era manipuladora, mas não a esse ponto...

— Eu juro para você, Alex. Ele me puxou para o escritório, lembro até hoje que não acreditei nele, você era uma criança e me parecia absurdo, mas ele disse que você me ouviu falando aquelas coisas e como me idolatrava, tentou me ajudar.

— Eu nunca faria isso, eu estava no meu quarto quando aconteceu. Não tente limpar sua consciência me culpando pelos seus atos.

— Eu não tenho consciência pesada, Alex. Eu não fiz nada, e só me entreguei naquela noite porque o Monel me fez mesmo acreditar que foi você, mas agora me sinto uma imbecil por ter acreditado nele.

— Você está tentando me convencer que foi para cadeia por achar que eu coloquei veneno naqueles pratos?

— Sim. Você era uma criança e ele me disse que fariam coisas horríveis com você, que ele era o mais promissor, que entraria na faculdade e eu... bom, você sabe como eu era tratada naquela casa. Não deve lembrar muito, mas alguns momentos você deve lembrar, eu nunca fiz nada contra ninguém... eu ia fugir naquela noite, iria para a casa do Barry e não ia mais incomodar ninguém. Eu não tinha motivos para matar aqueles dois, pois eu sempre fui melhor que eles. Eu era feliz, e eles não.

Veneno - KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora