Kara Marie Danvers | Point of View
Recobrei minha consciência e a água batia contra esse treco que eu estava presa. Meu Deus... me dá uma folga.
Me virei e senti dor quando escorei meu braço contra o chão, minha perna pouco se movimentava, parecia uma ponta de pedra que me escorei, esfreguei o tecido contra ela e demorou muito, minhas mãos doíam pra caralho, mas consegui rasgar ali, depois descarreguei toda minha raiva da situação ali e abri mais, até passar minha cabeça. Olhei para cima e não tinha ninguém cuidando para ver se o serviço estava terminado.
Abri mais a passagem e consegui sair dele, nem sabia que diabos era aquilo, mas joguei longe. Minha perna estava inchada e quando eu fui tossir, a lateral do meu corpo latejou.
Me levantei, a maior parte do meu corpo estava muito dolorida, mas minha perna era o inferno. Credo... como eu vou caminhar assim?
Segui a linha do penhasco, mas minha perna fisgava a cada movimento, a lateral do meu corpo estava latejando. Me escorei ali e ouvi barulhos, o saco que me prendia estava boiando na água e alguém estava atirando nela. Me encolhi o máximo para não ser vista, estava escuro, eu estaria segura se não fizesse nenhum barulho.
Eu nem sei de que porra era feita aquela porcaria, mas ela afundou, era difícil de enxergar. Fiquei pensando quanto tempo seria necessário para ficar ali e o quanto essa pessoa quer se livrar de mim. Os disparos foram abafados por um silenciador, talvez tenha algum movimento.
Fiquei ali por muito tempo, depois segui caminhando, mas minha perna doeria menos se eu a arrancasse.
Só quando as pedras acabaram e cheguei a areia, comecei a me localizar, haviam luzes em uma casa perto da praia, seria uma longa caminhada, mas eu precisava ligar para Barry vir me pegar.
Na metade do percurso eu pulava em um pé só e se a lateral do meu corpo não doesse tanto eu iria me arrastando pelas mãos.
Um casal estava sentado na rede na varanda da casa e se assustou quando me viu.
— Não precisam ficar com medo, só preciso de ajuda.
— Você está bem? – O cara disse me segurando e me apoiar nele me fez soltar um suspiro de alívio, não aguentava mais me sustentar. — Liga para uma ambulância.
— Não. Eu só preciso ligar para minha casa, meus amigos me ajudam, não precisam mesmo se incomodar.
— Você está muito machucada.
— Minha amiga é médica, só me deixe fazer uma ligação. – Ela colocou a cadeira ao meu lado e o cara me escorou na mesma. Ela me entregou o celular e disquei o número de casa.
— Alô.
— Caitlin...
— Meu Deus, Kara. Onde você está?
— Onde eu estou. Pode dizer a ela? – Entreguei o celular para moça e elas ficaram se falando.
— O que aconteceu com você?
— Eu não sei, estava indo para casa e alguém me pegou, só lembro da dor e de acordar dentro um saco.
— Precisa chamar a polícia.
— Melhor não, só meus amigos vão ser suficiente.
— Você está com a perna quebrada.
— Impossível. Eu consegui caminhar até aqui, me jogaram daquele penhasco lá. – Eu disse apontando e ele levou a mão a boca.
— Mas quando eu caí de moto minha perna ficou inchada deste jeito.
— Ela está vindo, você quer uma água?
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Veneno - Karlena
Fanfiction🌟 A D A P T A Ç Ã O 🌟 Fui presa aos 14 anos e aprendi a me virar como pude enquanto passava pelo inferno. Agora com 27 anos e com minha liberdade muito próxima, vou contar com a ajuda dos meus leais amigos para me reintegrar à sociedade. Querem sa...