Capítulo 16 - Liberta

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Kara Marie Zor-El | Point of View





Estou na frente do juiz novamente, ele citava um monte de códigos e palavras que eu nunca iria entender. Ao meu lado estão os advogados da família Snow e da família Allen, minhas mãos estão fechadas e eu estou suando, mesmo que esteja sentindo muito frio. O nervosismo está me causando aquela sensação de que meu estômago está se alimentando dele mesmo e a culpa é minha de ter ingerido apenas um café preto forte e sem açúcar nesta manhã.

— Por fim, demonstrou-se que, por razão de prisão decretada com posterior cumprimento da ré em decisão definitiva, verificamos uma importante e inovadora decisão da 2ª Turma, no AGJ 45678, entendeu-se que a decretação de prisão em desfavor de quem não teve qualquer participação no ato criminoso e reconhecidamente indevida, de modo a repercutir na esfera moral e econômica da cidadã, que perdeu a infância / adolescência e parte de sua vida adulta em decorrência de sentença indevida e errônea, apresenta-se como comportamento inadmissível do estado, apto indenização por dano moral. Sem
provas concretas, pressão da mídia e popular, investigação fraca e a duvidosa idoneidade do júri envolvido no caso
trouxeram a tona a precisa de melhora no nosso ambiente.

A responsabilidade civil do estado por erro judiciário é justa e indenizará a ré em um valor fixado em oitenta e quatro milhões de dólares, sendo pago primeira parcela cinquenta por cento do valor e o restante mensalmente incluindo-se todas as custas de seu processo e seus gastos com tratamentos médicos e psicológicos.

Este julgamento está sendo televisionado em tv aberta para que sua moral seja resgatada. Está desligada completamente de qualquer crime ou acusação que respondeu. Kara Marie Danvers não cometeu nenhum dos crimes a que foi acusada mediante confessa do verdadeiro culpado. Hoje a justiça foi feita. E que cumpra-se essa sentença nos termos da lei.

Os advogados me abraçaram e vi meus amigos comemorando nas cadeiras.

A saída foi um verdadeiro tumulto, era difícil de caminhar em meio a tantos jornalistas, mas Barry usou um pouco de força física para afastá-los e Caitlin me colocou no carro.

Quando chegamos na casa de Barry, Lena, os pais dela e Alex com a esposa já estavam me esperando, havia uma certa tensão no ar, algo meio estranho, mas todos me abraçaram e me parabenizaram pelo veredito favorável.

— Aconteceu alguma coisa? – Perguntei a Lena assim que sentei na poltrona e ela sentou ao meu colo.

— Não. Nada importante o suficiente para atrapalhar o seu dia.

— Nem sei se é algo realmente memorável.

— Entendo esse sentimento, mas é seu dia sim, Kah.

— Ei Kara, dê um pouco de atenção a nós. – Alex falou e Lena a encarou, as duas estavam se olhando como lutadoras de MMA antes de uma luta.

— Ainda não acredito que vai me deixar.

— Preciso te devolver a privacidade, Barry.

— Sabe que eu não ligo para isso.

— Mas eu me sentirei melhor se o fizer, prometo que não vai se livrar de mim. Vou vir aqui sempre e quero você lá o tempo todo também. Todos vocês serão bem recebidos, do modo como me acolheram quando precisei. – Caitlin entrou na sala, com uma garrafa e várias taças estavam na mesa de centro.

— Um brinde a nova etapa da vida de minha melhor amiga, a pessoa mais doce e pura de coração que conheço. Nem sempre vai ser fácil, mas vai poder contar conosco para tudo. Eu te amo. – Caitlin disse e ergueu a taça. Todos falaram saúde e eu fui abraçar ela.

Veneno - KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora