Capítulo 30 - Garoto

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Kara Marie Danvers  |  Point of View





Não tive muito tempo para falar e logo uma almofada do sofá foi arremessada na minha direção. Eu sorri, mas logo parei, pois a expressão de Lena me assustou.

— Calma, meu amor.

— Calma? Eu estou calmíssima, Kara. Só quero saber porque você está chegando na nossa casa passando das duas da manhã.

— É uma história bem louca.

— Não me diga...

— Você está bem nervosa, isso não vai te fazer bem.

— Kara, você me largou na casa do meus pais e sumiu, só mandou a porra de uma mensagem que não explica nada direito. Eu sou o caos, eu sempre levei minha vida da maneira mais calma possível, mas agora estou assim, estou transando como uma psicótica, estou nervosa o tempo todo e não sei como lidar com todos esses hormônios idiotas e você sumiu até agora. Você tem noção do quanto eu estou furiosa com você, mesmo que eu deteste sentir isso? – Me sentei ao lado dela e segurei sua mão.

— Me perdoa, foi impensado e tolo da minha parte, mas eu me envolvi em algo estranho e não pude mesmo falar mais com você.

— O que aconteceu? – Lena perguntou, mas não estava mais calma.

— Eu fiz uma rota diferente antes de vir pegar a bebê, pois eu queria comprar umas flores para você para agradecer por toda essa nossa experiência. Só que eu vi um cara para se jogar do viaduto.

— Kah...

— Eu fui perto para conversar com ele, sei lá, precisava ajudar de alguma forma. Só que o mais louco disso tudo é que era o seu ex lá.

— O que?

— Jonathan, ele está com depressão e muito abatido, ele queria acabar com a própria vida, mas eu o impedi. Nunca fiz aquela rota e acabou nisso, eu fiquei todo esse tempo o escutando e depois fui falar com os pais dele.

— Por causa do pedido?

— Não, ele tem muitos complexos e passou por muita coisa por conta do exército e da família dele, muita pressão e não conseguiu lidar muito com isso. Só que agora eles sabem o que está acontecendo e vão conseguir ajudar ele.

— Você está bem?

— Sim, só peço perdão por isso tudo.

— Eu que te devo desculpas, eu não fazia ideia do que estava acontecendo.

— Tudo bem, eu entendo que esse pequeno aqui está te enlouquecendo. – Falei acariciando a barriga dela.

— Acha que devo visitá-lo?

— Não sei se ajudaria, mas depois que ele for ao psicólogo podemos falar com os pais dele. Pode mandar umas flores, não é ciúmes eu só não acho que vai ajudar.

— Espero que ele melhore.

— Acho que agora com ajuda profissional vai ser melhor para ele entender o que sente. – Lena ficou me encarando por um tempo e acariciou meu rosto. — O que aconteceu?

— Só você mesmo para fazer essas coisas.

— Qualquer um faria.

— Quantos carros passaram por vocês? Alguém mais parou? – Fiquei em silêncio com minha cabeça repousada contra sua barriga. — Você é especial, Kah. Não tem como diminuir o peso das suas ações.

— Eu te amo, Lee.

— Eu te amo. – Beijei sua testa.

— Preciso de um banho.

Veneno - KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora